sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Asa-delta e parapente: voando em busca de legislação

Clima agradável o ano inteiro, ventos bons, rampa acessível e as belezas naturais fazem do Rio a capital mundial do vôo livre. Ao todo, cerca de 20 mil pessoas saltam da ponta da Pedra Bonita, em São Conrado. Uma prática que atrai turistas, gera divisas e, no entanto, parece não ser fiscalizada como deveria. A própria Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que não há uma legislação própria para os vôos de asa-delta e parapente. Há algumas regras a serem seguidas no Regulamento Brasileiro de Homologação Aeronáutica nº 104, aprovado em dezembro de 2003.

Como determinação oficial, o piloto, dentre outras determinações, não está autorizado a voar fora do “período compreendido entre os horários oficiais do nascer e pôr do sol” e nem desrespeitar o espaço aéreo delimitado para a prática do esporte. No caso do Rio, asa-deltas ou parapentes não podem sair do bairro de São Conrado. Paralelo à portaria, os pilotos de vôo livre também instituíram suas regras.

– Assim como os nossos equipamentos, as regras de fiscalização do vôo livre estão se aprimorando – destaca Luciano Santana, o Popo, 33 anos, instrutor da equipe Flex 1 Delta e diretor de operações da Associação Brasileira de Vôo Livre (ABVL).

Desde os anos 70 – quando os primeiros aventureiros se arriscaram pelos céus do Rio – até hoje, segundo Popo, muito se evoluiu. Para o vôo duplo, de acordo com as determinações da associação, o piloto precisa, além de comprovar filiação a um clube de vôo livre ou associação reconhecidos pela ABVL e Anac, ser do nível avançado, ou seja, ter realizado, no mínimo, em competições, 750 quilômetros de vôo, com 50 quilômetros por vôo. Além de uma central meteorológica, a condição de vôo é informada por bandeiras na rampa de decolagem nas cores verde, amarela e vermelha. Por medida de segurança também, cada piloto também não pode realizar mais de seis vôos por dia.

– Antigamente, os pilotos queriam voar mais para ganhar mais dinheiro. Mas a pressa é sinônimo da imperfeição e a nossa profissão não permite erros. Por mais que haja segurança, é um esporte de risco. Todos os nossos equipamentos são fiscalizados semestralmente por técnicos do Clube São Conrado de Vôo Livre – acrescenta Popo.

Para um vôo excelente é fundamental que o piloto saiba ler as condições de vôo: a velocidade e a direção do vento, a formação de nuvens e entrada de frentes frias. No pouso, é importante que o instrutor fique atento à maré. As ressacas podem diminuir os espaços da areia.

Qualquer debutante do vôo de asa-delta ou parapente no Rio têm de pagar uma taxa de R$ 10 ao clube, e assinar um formulário de avaliação, reconhecendo-se um aluno prestes a ter a primeira aula. A profissão de piloto de vôo livre ainda não é reconhecida, por isso, a denominação instrutor.

Fonte: JB Online - Foto: revoar.sites.uol.com.br

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