A última edição da revista Época divulgou uma reportagem que preocupou a maior parte dos passageiros. "O risco de desastre aéreo não diminuiu". Essa era uma das frases da capa amarela que chegou às bancas na última sexta-feira (25).De acordo com a matéria do repórter Wálter Nunes, a publicação teve acesso a uma série de documentos da Aeronáutica que revelavam situações de alto risco de acidentes no espaço aéreo brasileiro. Dessa forma, em sete páginas de reportagem, a revista garante que os problemas que envolvem os controladores de vôo e os rastreamentos dos aviões não diminuíram, mesmo depois de dois acidentes graves, como a colisão entre um Boeing da Gol e um jato Legacy, em setembro de 2006, que matou 154 pessoas, e o acidente com o avião da TAM, em julho de 2007, que deixou 199 vítimas.
Entretanto, o Comando da Aeronáutica divulgou, na última segunda-feira (28), uma nota em resposta à reportagem da Época, na qual reafirma que a aviação civil brasileira está entre as mais seguras do mundo. Ainda assim, uma das principais correções feitas pela Aeronáutica diz respeito a um incidente ocorrido no dia 12 de junho de 2007, e que ganhou destaque nas páginas da última edição revista.
Segundo a reportagem, a parte de baixo de um Boeing da Alitália passou a cerca de 30 m do teto de um avião bimotor, quando o mínimo permitido são 300 m. No entanto, o Comando afirma que a distância lateral entre os dois aviões era de 2 km no momento de maior aproximação. A Aeronáutica declarou que essa informação foi passada aos repórteres da revista, mas que foi omitida por eles.
"Ao omitir informações que lhes foram fornecidas nos documentos enviados, o texto fomenta o medo e o clima de alarmismo nos leitores", diz a nota oficial. Além disso, a Aeronáutica declara que alguns controladores produzem "pseudo-documentos" e os enviam para imprensa, "o que pode gerar, muitas vezes, reportagens incorretas".
O Comando nega, ainda, a existência de problemas graves nos equipamentos de controle aéreo, como denunciou a reportagem, e afirma que a manutenção preventiva e corretiva garante 98% de disponibilidade média nos mais de 5 mil equipamentos de todo Brasil.
Temas como a desmilitarização do controle de tráfego aéreo, o reembolso dos passageiros em caso de atraso e o reajuste dos salários dos servidores militares são já foram muito discutidos e permanecem em estudo, segundo a Aeronáutica.
"Nesse sentido, prezados leitores, com relação às matérias que são publicadas sobre este assunto, não acredite em tudo que esteja lendo: ·PREOCUPE-SE·, finaliza a nota em analogia ao título da reportagem da Época.
Fonte: Marina Dias (Portal Imprensa)
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