quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Aviação executiva no Brasil: frota de 10 mil aeronaves e jato de R$ 300 milhões

Durante a pandemia de covid-19 muitos empresários decidiram aumentar a frota de aviões e helicópteros por conta das restrições de voos comerciais. Ritmo de vendas se mantém.

Falcon 8X: avião da francesa Dassault (Imagem: Divulgação)
O Brasil tem uma frota de aproximadamente 9.800 aeronaves executivas em operação, segundo dados da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag). Se depender da expectativa do setor, a marca de 10.000 deve ser atingida ainda em 2023. Durante a pandemia de covid-19 muitas empresas e empresários decidiram aumentar a frota de aviões e helicópteros por conta das restrições de voos comerciais em todo o mundo. Acreditava-se que essa demanda era apenas um caso isolado, mas não é o que parece.

Durante a feira de aeronaves executivas Labace, realizada na semana passada em São Paulo, estavam expostos 45 aviões, jatos e helicópteros. Ao longo de três dias do evento, organizado pela Abag, diversos empresários passaram pelo local para fechar negócios ou conhecer melhor os modelos que devem comprar nos próximos meses. Os dados gerais das negociações não são divulgados, mas alguns dados indicam o aquecimento do setor.

Somente a TAM Aviação Executiva, uma das expositoras da feira, vendeu cinco unidades no evento que vão desde pistão, turbo- hélice, jato e até helicóptero. As entregas estão programadas para os próximos três anos. No histórico, de 2019 a 2022, a empresa vendeu um total de 250 aeronaves, com um salto de 42 em 2019 para 106 no ano passado. "A demanda de vendas de aeronaves seja nova ou seminova está em alta desde o começo da pandemia", explica o diretor executivo da TAM, Leonardo Fiuza.

Também sentindo o reflexo da alta demanda por aviões executivos, a Dassault Falcon Jet levou para a Labace dois dos seus principais modelos que 'casam perfeitamente com as necessidades do comprador brasileiro', na avaliação o vice-presidente executivo da empresa, Carlos Brana. Ele explica que o Brasil representa cerca de 15% do mercado da companhia francesa e que há uma alta procura dos empresários brasileiros pelos jatos Falcon. Ainda na fase final de montagem da primeira unidade, a Dassault já vendeu ao Brasil duas unidades do seu mais novo Falcon 10x.

Interior do Falcon 8x (Imagem: Divulgação)
O jato mais caro exposto da Labace era o Falcon 8x. Com preço de US$ 67 milhões (algo em torno de R$ 300 milhões), o modelo era um dos mais requisitados para visitação interna por quem passou pelo local. Com capacidade para até 16 passageiros, o avião é desejado muito por conta da autonomia: 11.945 quilômetros, distância suficiente para fazer uma viagem de São Paulo a Paris diretamente, sem escalas.

Assim como todos os Falcons, o 8X é compatível com o SAF, um combustível de aviação mais sustentável e como menos emissões. O nível de ruído na cabine é baixo devido ao desenvolvimento de tecnologia de isolamento acústico. O trijato chega a uma velocidade de 685 quilômetros por hora e pode voar a uma altitude de até 15.545 metros.

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