A maior parte dos voos no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Cumbica, decola a partir do início da noite. Na última quarta-feira, por exemplo, foram 46 voos (nacionais e internacionais) entre 22h e meia-noite, horário de pico. Mas o escritório local da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) funciona apenas até as 22h. Em Congonhas, o aeroporto mais movimentado do país, a situação não é melhor. O posto fica aberto só até as 20h (enquanto os voos vão até as 23h) e, segundo informações de funcionários do próprio posto, o local deve ser fechado ainda este mês.
Na quarta-feira, a reportagem do 'Globo' não encontrou fiscais da Anac em nenhum dos dois aeroportos. Uma funcionária da agência em Guarulhos disse que eles não trabalham todos os dias e que estavam de folga naquela quarta. A economista Bruna Lourenço, de 22 anos, chegou ao posto da Anac em Cumbica pouco depois das 21h30m. Ela, os pais e as duas irmãs tentaram registrar uma reclamação contra a TAM, que vendeu passagens a mais para o voo 8006, que partiria às 22h45m com destino a Buenos Aires, na Argentina.
- Chegamos pouco depois das 21h no aeroporto e fomos informados que o voo estava completo. Venderam passagens a mais e nós ficamos de fora. Fui até a Anac, que por pouco estaria fechada, e tive a informação de que a reclamação teria de ser feita pela internet ou pelo 0800 - disse Bruna.
Voo lota e família só é avisada na hora do check-in
Como não havia mais voos nesse horário em outras companhias para Buenos Aires, a TAM ofereceu acomodação em um hotel próximo ao aeroporto até a manhã de quinta, quando partiria o próximo voo para Buenos Aires, às 6h45m.
- Isso é uma falta de respeito ao consumidor. A empresa não deveria vender mais passagens do que poderia. Agora não quero mais viajar - disse Paulo Antônio Lourenço, de 56 anos, pai de Bruna.
Quatro das cinco passagens foram adquiridas pelo sistema de milhagem. Os bilhetes foram comprados pela internet. A família Lourenço programava passar quatro dias em Buenos Aires e a viagem foi marcada há dois meses. Lourenço reclamou de ter sido informado pela TAM sobre a lotação na hora do check-in.
- Foi uma ducha de água fria. A intenção era aproveitar o fim de semana de feriado para conhecer a Argentina. Ofereceram acomodação em São Paulo, mas não falaram nada sobre os custos que vou ter por chegar mais tarde do que o previsto em Buenos Aires - disse o bancário.
Uma funcionária da TAM explicou que não há como garantir reembolso de despesas fora de São Paulo. Ela disse que a companhia ofereceu tudo o que podia para o passageiro, "que negou todas as possibilidades de acomodação no dia seguinte em um outro voo".
- Oferecemos um táxi para a família voltar para casa ou a estadia em um hotel, com direito a jantar e café da manhã - disse a funcionária, que se identificou apenas como Marina.
Poucos dias antes de a medida da Anac entrar em vigor, o administrador Carlos Rudinei Laurindo, de 46 anos, teve problema quando voltava de São Paulo para Florianópolis com a mulher em um voo da Gol. Segundo ele, como o tempo estava muito fechado em Florianópolis, por causa da chuva, a aeronave acabou pousando em Curitiba, Paraná.
- O resto da viagem teria de ser feita de ônibus. Eu não aceitei com medo de descer a serra naquele chuva. Acabou que todo mundo foi de avião mesmo, mas a viagem não pôde ser concluída e tivemos que voltar para Curitiba - disse o administrador. - Fiquei nervoso e fui acusado de agredir verbalmente uma aeromoça, mas eu só estava querendo uma explicação. Quando pousamos em Curitiba novamente recebi voz de prisão e fui parar na Polícia Federal.
Passageiro aluga carro para finalizar viagem
Carlos Laurindo pediu desculpas e acabou se acertando com os funcionários da TAM, mas teve de arcar com as despesas de acomodação em um hotel e o aluguel de um carro para seguir no dia seguinte com a mulher para Florianópolis.
- Até hoje ninguém da Gol ligou perguntando como fiz o resto da viagem - disse ele, que entrou com um processo contra a empresa.
A Gol informou que não se pronuncia sobre ações em andamento.
Fonte: Wagner Gomes (O Globo)
Na quarta-feira, a reportagem do 'Globo' não encontrou fiscais da Anac em nenhum dos dois aeroportos. Uma funcionária da agência em Guarulhos disse que eles não trabalham todos os dias e que estavam de folga naquela quarta. A economista Bruna Lourenço, de 22 anos, chegou ao posto da Anac em Cumbica pouco depois das 21h30m. Ela, os pais e as duas irmãs tentaram registrar uma reclamação contra a TAM, que vendeu passagens a mais para o voo 8006, que partiria às 22h45m com destino a Buenos Aires, na Argentina.
- Chegamos pouco depois das 21h no aeroporto e fomos informados que o voo estava completo. Venderam passagens a mais e nós ficamos de fora. Fui até a Anac, que por pouco estaria fechada, e tive a informação de que a reclamação teria de ser feita pela internet ou pelo 0800 - disse Bruna.
Voo lota e família só é avisada na hora do check-in
Como não havia mais voos nesse horário em outras companhias para Buenos Aires, a TAM ofereceu acomodação em um hotel próximo ao aeroporto até a manhã de quinta, quando partiria o próximo voo para Buenos Aires, às 6h45m.
- Isso é uma falta de respeito ao consumidor. A empresa não deveria vender mais passagens do que poderia. Agora não quero mais viajar - disse Paulo Antônio Lourenço, de 56 anos, pai de Bruna.
Quatro das cinco passagens foram adquiridas pelo sistema de milhagem. Os bilhetes foram comprados pela internet. A família Lourenço programava passar quatro dias em Buenos Aires e a viagem foi marcada há dois meses. Lourenço reclamou de ter sido informado pela TAM sobre a lotação na hora do check-in.
- Foi uma ducha de água fria. A intenção era aproveitar o fim de semana de feriado para conhecer a Argentina. Ofereceram acomodação em São Paulo, mas não falaram nada sobre os custos que vou ter por chegar mais tarde do que o previsto em Buenos Aires - disse o bancário.
Uma funcionária da TAM explicou que não há como garantir reembolso de despesas fora de São Paulo. Ela disse que a companhia ofereceu tudo o que podia para o passageiro, "que negou todas as possibilidades de acomodação no dia seguinte em um outro voo".
- Oferecemos um táxi para a família voltar para casa ou a estadia em um hotel, com direito a jantar e café da manhã - disse a funcionária, que se identificou apenas como Marina.
Poucos dias antes de a medida da Anac entrar em vigor, o administrador Carlos Rudinei Laurindo, de 46 anos, teve problema quando voltava de São Paulo para Florianópolis com a mulher em um voo da Gol. Segundo ele, como o tempo estava muito fechado em Florianópolis, por causa da chuva, a aeronave acabou pousando em Curitiba, Paraná.
- O resto da viagem teria de ser feita de ônibus. Eu não aceitei com medo de descer a serra naquele chuva. Acabou que todo mundo foi de avião mesmo, mas a viagem não pôde ser concluída e tivemos que voltar para Curitiba - disse o administrador. - Fiquei nervoso e fui acusado de agredir verbalmente uma aeromoça, mas eu só estava querendo uma explicação. Quando pousamos em Curitiba novamente recebi voz de prisão e fui parar na Polícia Federal.
Passageiro aluga carro para finalizar viagem
Carlos Laurindo pediu desculpas e acabou se acertando com os funcionários da TAM, mas teve de arcar com as despesas de acomodação em um hotel e o aluguel de um carro para seguir no dia seguinte com a mulher para Florianópolis.
- Até hoje ninguém da Gol ligou perguntando como fiz o resto da viagem - disse ele, que entrou com um processo contra a empresa.
A Gol informou que não se pronuncia sobre ações em andamento.
Fonte: Wagner Gomes (O Globo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário