terça-feira, 9 de setembro de 2008

Justiça de São Paulo decreta a falência da Vasp

A antiga gigante do setor aéreo brasileiro está no chão há quase quatro anos.

Seus 28 aviões viraram ferro-velho e foram penhorados pelo INSS.



Um avião empoeirado, sem os motores. Perto das asas, equipamentos aeronáuticos. Tudo abandonado na lateral da pista do Aeroporto de Confins, em Minas Gerais.

Em Congonhas, São Paulo, onde fica a sede da companhia estão 10 aviões. Todos sem as turbinas e com sinais fortes de deterioração.

O Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, também têm um cemitério de aviões. Três deles são da Vasp.

Vinte e oito aeronaves da empresa estão paradas em pelo menos 10 aeroportos do país.

As portas dos hangares foram fechadas no começo de 2005. Proibida de voar, a Vasp sofreu intervenção da justiça.

Mesmo sem transportar nenhum passageiro durante quase quatro anos, a Vasp ainda mantinha funcionários nos hangares do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo.

Até esta segunda-feira, quando foram informados da decretação da falência, eles faziam a manutenção dos aviões de outras companhias aéreas. E ajudavam a preservar equipamentos eletrônicos e simuladores de vôos que, agora, serão vendidos para pagar as dívidas.

Na sentença, o juiz da vara de falências de São Paulo diz que decorridos quase três anos a Vasp não teve condições de implementar o plano de recuperação judicial. Ou seja, a empresa não cumpriu uma agenda para pagar os credores, conforme previa o plano de recuperação.

A Vasp deve R$ 2,6 bilhões. A dívida trabalhista, segundo o sindicato dos aeroportuários é a mais alta.

“É em torno de um bilhão de crédito trabalhista. São cerca de mais de cinco mil trabalhadores”, declara Reginaldo de Souza, presidente do Sindicato dos Aeroviários - SP

Os últimos funcionários deixaram a Vasp desolados.

“A gente está deixando oito salários para trás, sem esperança nenhuma”, fala Cristiano Souza, técnico em manutenção.

“Fica difícil, tem gente doente, tendo que pagar aluguel, com filho para dar de comer...”, diz José Rodrigues da Silva, jardineiro.

O ex-gestor de recuperação da Vasp, Roberto de Castro, disse que a empresa tem um patrimônio líquido de R$ 2,5 bilhões e que vai recorrer da decretação da falência.

Fontes: G1 / Jornal da Globo

Nenhum comentário: