sexta-feira, 11 de julho de 2008

Parquinho da TAM em shopping de São Paulo revolta famílias vítimas da tragédia do vôo 3054

No mês que marca a passagem de um ano do maior acidente da aviação civil brasileira, a TAM criou uma brincadeira de criança que revoltou familiares dos 199 mortos da tragédia aérea de 17 de julho do ano passado. Em um espaço de 120 metros quadrados do Shopping Pátio Higienópolis, na região central da capital, a empresa montou um playground em forma de Airbus, o modelo de aeronave que protagonizou o desastre.

A ação de marketing, destinada a crianças de 4 a 11 anos, contém mensagens institucionais da empresa e espaços em que é possível simulações de vôo e da operação de instrumentos da cabine. O parquinho tem piscina de bolinhas, escorregador, túnel e cama elástica.

- É uma baita falta de respeito. Ao ver aquilo, tive vontade de dizer que a TAM teve o maior acidente da história do país, que matou 199, inclusive o meu pai - afirma a estudante Bianca Baruffaldi, de 21 anos.

- Minha filha ia gritar: 'assassino'. Eu a acalmei, mas senti ânsia de vômito. Não senti raiva nem ódio. Mas fiquei muito revoltada. - diz a pedagoga Iracema Baruffaldi, mãe de Bianca e viúva de Luiz Baruffaldi, morto na tragédia.

Em resposta ao playground, um familiar passeou na tarde desta quarta-feira pelo shopping com camiseta que faz referência ao acidente, em um protesto silencioso. Um grupo de pessoas faria o mesmo à noite.

No lançamento do playground, a TAM afirmou, em informativo oficial, que o objetivo do parquinho é "despertar nas crianças o desejo, o sonho e a paixão pela aviação".

- É uma insensibilidade. Fazem isso e, por outro lado, restringem a ida a São Paulo de familiares para os eventos - diz Dario Scott, presidente da Afavitam (Associação de Familiares de Vítimas da TAM).

Segundo ele, desde abril, a TAM se nega a pagar despesas de viagem de familiares que entraram na Justiça.

- A TAM devia investir mais para aliviar as dores de quem teve a vida afetada (pelo acidente). É importante para a gente participar de orações nessa hora - diz Archelau Xavier, vice-presidente da Afavitam.

Com o apoio da Prefeitura e do governo estadual, a associação organiza uma série de eventos em memória dos 199 mortos a partir da próxima quinta-feira, em São Paulo.

Ação vai durar até o fim de julho

A assessoria da TAM informou que a ação de marketing vai durar até o fim do mês, voltada para as férias escolares, conforme divulgado em boletim informativo no primeiro dia de julho. E apontou também os atendimentos às famílias das vítimas, atualizados mensalmente desde o acidente.

No último boletim, com data de 12 de junho, a TAM detalha o pagamento de 4.048 passagens emitidas a familiares e de R$ 12,3 milhões gastos com hospedagem, alimentação e reembolsos, entre outros itens.

No balanço, a empresa informa também que concedeu 622 planos de saúde por um período de dois anos, parte do acordo firmado com as famílias, e arcou com despesas de mais de 15 mil horas de atendimento psicológico. Em relação a indenizações, foram 75 acordos fechados e pagos, segundo a companhia.

O Shopping Pátio Higienópolis não se manifestou sobre a ação de marketing da TAM realizada dentro do centro comercial paulistano.

Fonte: Fábio Mazzitelli (Diário de S.Paulo)

3 comentários:

Juliano Lima disse...

acho q o acidente com o airbus foi culpa da TAM,por permitir o uso da aeronave só com um reverso em uma pista restrita a noite e em tempo ruim,o q causou outros complicadores e pode até ter provocado o erro do piloto! Mas isso não significa q a empresa tenha q deixar de fazer seu marketing,o parquinho não tem nada haver com o acidente e o modelo de avião q a tam usa é o airbus! queriam q ela colocasse o molde de um 747? entendo a dor dos parentes,mas não tem nada haver!!ah mas pq to comentando? niguem responde isso mesmo!!

NOTÍCIAS SOBRE AVIAÇÃO AVIATION NEWS disse...

Este espaço é exatamente para que os leitores do Blog possam deixar seus comentários Giovane.
Creio que outros que queiram se expressar o farão.
Abraços
Jorge Tadeu

José Antonio disse...

Realmente não tem nada a ver. Uma coisa é a responsabilidade da empresa pelo acidente, outra a montagem do parquinho.
Não tem sentido querer misturar as coisas e demonizar a companhia.