Após 33 anos, Brasil e EUA assinam acordo militar
Brasil e Estados Unidos assinaram na segunda-feira um acordo de cooperação militar, mas o ministro da Defesa, Nelson Jobim, não fez qualquer menção ao assunto da compra de novos caças para a Força Aérea, um negócio que a norte-americana Boeing disputa.
O acordo, que havia sido anunciado na semana passada, foi assinado no Pentágono por Jobim e pelo secretário de Defesa Robert Gates. É o primeiro acordo desse tipo em mais de 30 anos entre os dois países.
"Este acordo levará a um aprofundamento da cooperação de defesa EUA-Brasil em todos os níveis", disse Gates, que nesta semana viaja à América do Sul. Segundo ele, o novo pacto oferece um "modelo transparente e positivo de envolvimento em todas as Américas".
Um acordo no ano passado com a Colômbia, ampliando a presença militar norte-americana no país, gerou preocupação na região, chegando a ser apontada pelo governo antiamericano da Venezuela como prenúncio de uma invasão por parte dos EUA.
Foto: Nelson Jobim (esquerda) e Robert Gates
O acordo entre Brasil e EUA não prevê a presença de soldados norte-americanos em quartéis brasileiros. O tratado promove o intercâmbio militar -visitas navais, por exemplo- e a cooperação "na aquisição de produtos e serviços de defesa", segundo o Pentágono.
O Brasil está em vias de concluir o processo de escolha de 36 novos caças, num valor superior a 4 bilhões de dólares. O negócio pode chegar a envolver mais de cem aviões no futuro.
Autoridades dos EUA dizem que a vitória da Boeing geraria uma aproximação ainda maior entre os militares dos dois países. Mas Brasília dá sinais de que prefere o jato Rafale, da francesa Dassault, em vez do Super Hornet, da Boeing. O Gripen NG, da sueca Saab, também está na disputa.
Jobim confirmou na semana passada a preferência da Aeronáutica pelo Rafale.
Questionado sobre o tema no Pentágono, Jobim sugeriu que a decisão ainda vai levar semanas, pois ele ainda precisará submeter formalmente uma recomendação ao Planalto, que irá então consultar o Conselho Nacional de Defesa.
O último documento sobre a cooperação bilateral na área de defesa foi assinado nos anos 50 e vigorou até 1977, durante a gestão do general Ernesto Geisel na Presidência. Assinado em Washington pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, o texto marca uma nova estrutura do diálogo bilateral e traz "mudança criativa na maneira de os dois países entenderem as relações entre suas Forças Armadas", segundo disse hoje o embaixador americano no Brasil, Thomas Shannon.
Fontes: Phil Stewart (Reuters) via O Globo / Denise Chrispim Marin (Agência Estado) - Foto: AFP
Brasil e Estados Unidos assinaram na segunda-feira um acordo de cooperação militar, mas o ministro da Defesa, Nelson Jobim, não fez qualquer menção ao assunto da compra de novos caças para a Força Aérea, um negócio que a norte-americana Boeing disputa.
O acordo, que havia sido anunciado na semana passada, foi assinado no Pentágono por Jobim e pelo secretário de Defesa Robert Gates. É o primeiro acordo desse tipo em mais de 30 anos entre os dois países.
"Este acordo levará a um aprofundamento da cooperação de defesa EUA-Brasil em todos os níveis", disse Gates, que nesta semana viaja à América do Sul. Segundo ele, o novo pacto oferece um "modelo transparente e positivo de envolvimento em todas as Américas".
Um acordo no ano passado com a Colômbia, ampliando a presença militar norte-americana no país, gerou preocupação na região, chegando a ser apontada pelo governo antiamericano da Venezuela como prenúncio de uma invasão por parte dos EUA.
Foto: Nelson Jobim (esquerda) e Robert Gates
O acordo entre Brasil e EUA não prevê a presença de soldados norte-americanos em quartéis brasileiros. O tratado promove o intercâmbio militar -visitas navais, por exemplo- e a cooperação "na aquisição de produtos e serviços de defesa", segundo o Pentágono.
O Brasil está em vias de concluir o processo de escolha de 36 novos caças, num valor superior a 4 bilhões de dólares. O negócio pode chegar a envolver mais de cem aviões no futuro.
Autoridades dos EUA dizem que a vitória da Boeing geraria uma aproximação ainda maior entre os militares dos dois países. Mas Brasília dá sinais de que prefere o jato Rafale, da francesa Dassault, em vez do Super Hornet, da Boeing. O Gripen NG, da sueca Saab, também está na disputa.
Jobim confirmou na semana passada a preferência da Aeronáutica pelo Rafale.
Questionado sobre o tema no Pentágono, Jobim sugeriu que a decisão ainda vai levar semanas, pois ele ainda precisará submeter formalmente uma recomendação ao Planalto, que irá então consultar o Conselho Nacional de Defesa.
O último documento sobre a cooperação bilateral na área de defesa foi assinado nos anos 50 e vigorou até 1977, durante a gestão do general Ernesto Geisel na Presidência. Assinado em Washington pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, o texto marca uma nova estrutura do diálogo bilateral e traz "mudança criativa na maneira de os dois países entenderem as relações entre suas Forças Armadas", segundo disse hoje o embaixador americano no Brasil, Thomas Shannon.
Fontes: Phil Stewart (Reuters) via O Globo / Denise Chrispim Marin (Agência Estado) - Foto: AFP
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