sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Minas terá 11 novos aeroportos até setembro

Até setembro, Minas Gerais vai ter mais 11 aeroportos com capacidade para operar com aviação regular. As obras nos municípios começaram a ser entregues em setembro de 2009 e os aeroportos terão investimentos de quase R$ 100 milhões na melhoria da infraestrutura, por meio do Programa Aeroportuário de Minas Gerais (Proaero), da Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas. Os novos aeroportos, no entanto, não garantem rotas de aviação regular para os municípios. Cidades como Manhuaçu e Poços de Caldas já estão com aeroportos prontos para operar com voos regulares, mas não contam com o serviço de aviação. A palavra-chave é demanda.

É o que ocorre, por exemplo, no Sul de Minas, onde as rotas começam a ficar mais aquecidas. Depois de alguns anos com o aeroporto parado, a cidade de Varginha vai voltar a ter linha aérea regular. A Trip Linhas Aéreas inaugura até o fim de fevereiro dois voos diários na rota Belo Horizonte-Varginha-Guarulhos, que vão operar de segunda a sexta-feira. O novo terminal de acesso aos passageiros foi construído em formato de nave espacial e terá área para a Polícia Federal . A Air Minas Linhas Aéreas também já estuda operar no municipio.

Para driblar a deficiência de voos regulares, empresas do Sul do estado começam a buscar parcerias. Em Pouso Alegre, uma agência de turismo contratou empresa de táxi aéreo para oferecer voos comerciais para Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, que começaram a operar em novembro. O proprietário da agência Beto Nery Viagens e Turismo, Humberto Nery, conta que já atendia prefeituras, políticos e várias empresas na venda de passagens para embarque em grandes aeroportos. Depois de fazer pesquisa de mercado, identificou demanda crescente do serviço de aviação na região. “Toda empresa de médio e grande porte precisa de transporte de passageiros aéreo”, diz.

Nery explica que duas empresas aéreas chegaram a operar voos regulares no aeroporto de Pouso Alegre, mas abandonaram as linhas em 2002 por falta de passageiros. Depois de sete anos, ele diz que os tempos são outros e que o setor na região é promissor. “A nossa expectativa é muito boa e há muita gente nos procurando. No futuro, pretendemos aumentar os horários, colocar número maior de assentos e ampliar a área de atuação. Já entramos em contato com os prefeitos de Poços de Caldas e Varginha e eles estão bem interessados”, assegurou.

O aeroporto de Manhuaçu, a cerca de 285 quilômetros da capital, aguarda voos regulares desde o fim de 2006, quando foi inaugurado. “Temos a estrutura física pronta e há um protocolo de intenções assinado com companhia aérea. E seria economicamente viável, pelo fato de ser uma região cafeeira e de importância no turismo, próxima do Pico da Bandeira e do Parque Nacional do Caparaó”, afirma Mário Assad Júnior, secretário de assuntos institucionais de Belo Horizonte.

O diretor de marketing e vendas da Trip Linhas Aéreas, Evaristo Mascarenhas de Paula, explica que diversas rotas regionais estão sendo avaliadas no estado, mas a viabilidade econômica não pode ser deixada de lado. “Precisamos de pelo menos 60% da aeronave ocupada para o voo se tornar viável. Mas é preciso lembrar que os investimentos do governo foram realizados não só com foco na aviação comercial, mas também com outros objetivos, como a assistência aeromédica. Para ter voos nos aeroportos, não basta a infraestrutra estar pronta. É necessário que a área esteja cercada, com raio x para bagagens, passageiros e caminhão de bombeiros”, ressalta.

Do total de 853 municípios do estado, apenas 11 operam atualmente com aviação regular: Belo Horizonte, Araxá, Diamantina, Governador Valadares, Ipatinga, Montes Claros, Patos de Minas, Uberaba, Uberlândia, Juiz de Fora e São João del-Rei. A meta do Proaero é que, até 2011, todas as cidades do estado não fiquem a mais de 100 quilômetros de um aeroporto. Até agora, já foram realizados investimentos em 27 empreendimentos de municípios mineiros. O gerente do Proaero, Marco Migliorini, esclarece que o objetivo do programa não é apenas o atendimento à aviação regular, pois há a necessidade de prestação de serviço local. “Os municípios precisam ter um aeroporto em funcionamento para casos de urgência. Quando preparamos o aeroporto, é para atendimento aeroviário, seja de urgência, voo regular ou fretamento”, diz.

Fonte: Geórgea Choucair e Patrícia Rennó (Estado de Minas) via Portal UAI

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