sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Aéreas aprimoram cardápio. Para vender

Sushi a 11.000 metros de altitude? Queijo Derby condimentado com sálvia e damasco seco num carrinho? As companhias aéreas americanas começaram a aprimorar suas ofertas de alimentos nos últimos meses, na esperança de que os passageiros vão finalmente engolir a ideia de comprar comida nos céus.

As refeições grátis na classe econômica foram retiradas da maioria dos voos domésticos nos Estados Unidos em medidas de cortes de custos logo depois de 2001, e muitos viajantes se acostumaram a levar sua própria comida a bordo. No Brasil, a Gol começou recentemente a cobrar por comida em alguns voos.

A comida paga que as aéreas americanas passaram a oferecer no lugar da gratuita nunca vendeu bem e as empresas tinham problemas para controlar o estoque. Muitas tentaram caixas de biscoitos com vencimento longo, mas pouco apelo e valor nutritivo. A maioria afirma que seus programas de alimentos na econômica normalmente só cobriam os custos e os poucos lucros eram eliminados pelo material não vendido que tinham de jogar fora.

Agora as empresas estão reformulando sua oferta - e controle de estoque - numa tentativa de transformar as refeições da econômica numa fonte de lucro, concorrer melhor com os restaurantes e lanchonetes dos aeroportos e até melhorar suas imagens. Não há mais caixas com sanduíches sem graça de peito de peru. No lugar deles, comida mais fresca, mais leve, produtos de marca e até o tipo de comida refinada que se encontra na primeira classe. Dá até pra chamar de "haute cuisine", já que é servida 11 km acima do nível do mar.

"A comida de avião de hoje é totalmente diferente daquela dos tempos em que eles queriam o peru mais barato e o pão mais barato para fazer refeição gratuita em grande escala", diz Jeff Miller, diretor da LSG Sky Chefs, uma grande empresa de serviços de refeição para companhias aéreas.

As vendas de comida provavelmente nunca renderão centenas de milhões de dólares para as companhias aéreas como as tarifas de bagagem, mas as refeições podem ser uma maneira para se destacar da concorrência. A Continental Airlines é a única grande aérea americana que ainda serve comida de graça na classe econômica em horários de refeição nos voos domésticos, e seus executivos acreditam que isso melhorou a reputação da empresa entre os viajantes. Outras companhias estão tentando se destacar com cardápios de comida à venda apetitosos.

Pode levar bastante tempo para que as companhias aéreas americanas reconquistem alguns clientes que desistiram de comprar comida a bordo. Até agora, as empresas dizem que as novas ofertas estão vendendo um pouco melhor, mas apenas começam a ganhar impulso. Até que os viajantes sejam convencidos de que há boas opções no avião, muitos vão simplesmente comprar o que querem antes de embarcar.

Monica Solomon, de Austin, Texas, por exemplo, estudou os restaurantes e lanchonetes quando desembarcou no aeroporto de Hartford, Connecticut. Ela queria saber onde parar e comprar a janta para seu voo de volta no domingo passado. "Sempre posso trazer algo melhor", diz depois de consumir um sanduíche Subway a bordo. "Não compro comida de uma empresa aérea há uns dois anos."

Para convencer viajantes como Solomon, a Delta Air Lines tem oferecido novas comidas elaboradas por Todd English, um chefe celebridade, como sanduíches de frango grelhado e de manteiga de amêndoa com geleia de uva. Um dos itens mais vendidos, segundo a Delta, é um prato de queijos e frutas de US$ 6 que inclui Gouda defumado, Havarti e Derby combinados com uvas, pecãs e damascos secos.

Fonte: Scott McCartney (The Wall Street Journal) via Diário do Turismo

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