sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Após acidente da Air France, companhias aéreas dos EUA deverão trocar sondas ‘pitot’

Todas as companhias aéreas dos Estados Unidos têm 120 dias para trocar as sondas "pitot" (que permitem medir a velocidade durante o voo) fabricadas pela europeia Thales Corp. que estão instaladas nos seus aviões modelos Airbus A330 e A340 por sondas do mesmo tipo fabricadas pela americana Goodrich Corp.

A ordem foi transmitida pela FAA (Agência Federal de Aviação dos EUA, na sigla em inglês) por meio de comunicado publicado no "Diário Oficial" do governo.

Em 2 de julho passado, um relatório do Escritório de Investigações e Análises do governo da França (BEA, na sigla em francês) apontou que falhas nas sondas "pitot" - responsáveis pela medição da velocidade da aeronave - tinham contribuído para a queda do voo 447 Rio-Paris da Air France, em 1º de junho passado, que matou 228 pessoas.

Em 31 de julho, a Agência Europeia de Segurança Aérea já havia exigido a substituição das sondas pitot do grupo Thales também nos Airbus A330 e A340 pelas de outro fabricante.

Conforme o comunicado da FAA, as companhias americanas deverão trocar ao menos duas das três sondas existentes em cada Airbus. A ordem atinge 43 aviões registrados nos EUA, sendo 32 da Northwest Airlines - agora parte da Delta Air Lines - e 11 da US Airways. Todos esses aviões são modelos A330, pois não há A340 registrados naquele país. O Airbus que sofreu o acidente era modelo A330.

Tanto a Northwest Airlines quanto a US Airways informaram que já tinham substituído suas sondas "pitot" por novas, mas que, agora, irão substituí-las pelas do fabricante indicado.

No comunicado, a FAA afirma que a ordem está baseada em "diversos informas" de que as sondas "pitot" podem acabar bloqueadas em grandes altitudes, durante tempestades.

Nesta situação, há perda ou problemas nas informações sobre velocidade.

Assim como velocímetros de carros usam a rotação dos pneus para calcular a velocidade, os aviões dependem das sondas "pitot" para medir a mudança na pressão do ar, o que o sistema interpreta como informação de velocidade. No entanto, enquanto um carro sem velocímetro é só uma inconveniência, os aviões precisam da informação de velocidade correta para operar.

Nos aviões Airbus, que são altamente automatizados, incidentes recentes indicaram que as falhas em informações sobre velocidade podem levar a uma série de problemas, incluindo o desligamento do piloto automático e do sistema de energia automático.

Pode haver também uma troca, no sistema, para o que chamado "controle alternativo", quando o controle quase total da aeronave fica nas mãos do piloto.

Uma mudança repentina nesses sistemas costuma representar o golpe final nas chances de um piloto salvar uma aeronave em risco. "Dependendo da altitude e do clima, em condições assim, se não for corrigido, isso resultaria em um controle reduzido do avião", afirma a FAA também em comunicado.

Para a BEA, as 24 mensagens automáticas enviadas pelo avião à Air France em seus últimos minutos de voo indicam que o piloto automático não estava funcionando, porém ainda não se sabe se por iniciativa dos pilotos ou por uma falha nas sondas.

Fonte: Jornal de Uberaba - Imagem: Arquivo do Blog

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