segunda-feira, 11 de maio de 2009

Azul busca opções e TAM olha os custos

Companhias como a TAM Linhas Aéreas e a estreante na aviação civil Azul Linhas Aéreas tentam se descolar da atual turbulência econômica e da redução de negócios no setor, que vê as companhias internacionais apresentarem recorrentes prejuízos ao adotarem estratégias como o ajuste de custos, o que inclui a atenção aos processos para a compra do combustível, altamente prejudicado no ano passado pelo preço do petróleo - situação que começa agora a se estabilizar. Outro fator relevante que parece merecer atenção das empresas é a modesta demanda de passageiros, que está longe de dar saltos em 2009, mas ainda assim demonstra maior fôlego no mercado interno, diferente da demanda de outros países que têm sofrido mais com a crise.

Nesse quesito, tanto TAM quanto Azul se dizem preparadas para disputar um fatia do bolo, em um setor pode assistir a uma acirrada gama de promoções e parcerias nos próximos meses. Presidente e fundador da Azul Linhas Aéreas Brasileiras, David Neeleman, em entrevista exclusiva ao DCI, disse crer que durante os períodos de crise globais é que podem ser geradas as maiores oportunidades. "É preciso ver que todo mundo se retrai, enquanto você vai à frente. Aqui [em tempos de melindre do mercado e da economia] nós podemos criar. Essa crise não é como as passadas e eu sinto que vamos crescer ", comentou ele.

A companhia espera fechar 2009 com a marca de 2 milhões de passageiros, além da expectativa em receber um novo avião por mês, chegando a 14 aeronaves até dezembro.

Entre as estratégias da Azul para conquistar parte dos milhões de brasileiros que fazem viagens interestaduais de ônibus, está a de oferecer preços acessíveis e serviços sem escalas, em mercados sem oferta de rotas, a um maior número de freqüências. Neeleman também deseja dinamizar o auto- atendimento, ocasionando a redução de custos. A perspectiva é de que a Azul chegue aos US$ 2 bilhões em cinco anos de atividades.

Outra ação da Azul é a meta de que seu website tenha capacidade transacional plena, por ser não só um meio mais rentável de distribuição, mas também um veículo direto de diálogo com os clientes. Segundo Neeleman, com o crescimento da internet no Brasil, a expectativa é de que metade das vendas da companhia seja feita aos consumidores diretamente no website.

Voos

A Azul alçou voo em dezembro passado, inicialmente ligando Campinas a Porto Alegre, e Campinas a Salvador, em frequências diárias diretas. No primeiro mês de operação, a empresa aérea transportou 11 mil passageiros. Hoje, ela detém 10 destinos: Campinas, Porto Alegre, Curitiba, Navegantes, Rio de Janeiro, Vitória, Salvador, Recife, Fortaleza, Manaus. Em abril, a aérea transportou 155 mil pessoas, com taxa de ocupação em suas aeronaves de 77%.

O empresário David Neeleman é um nome que sempre chama a atenção, pois foi o criador da companhia americana JetBlue Airlines, uma das mais bem sucedidas e diferenciadas empresas do setor, que ainda hoje é a companhia que mais rapidamente atingiu o status de major das instituições que faturam mais de US$ 1 bilhão nos Estados Unidos.

Cuidado

Com um perfil diferente do da Azul, a TAM confirma que está mais atenta a questão da demanda de passageiros. Líbano Barroso, vice-presidente financeiro da aérea qualificou como "maior cuidado para mantê-la sem perder a rentabilidade", como disse. David Barioni Neto, presidente da empresa, afirmou que a companhia está preparada para "usar qualquer ferramenta para atrair passageiros", como parcerias, o programa de fidelidade e as promoções. Mas deixou claro que a empresa não deve abrir mão do conceito de "atrair a clientela pela qualidade", como colocou.

A TAM também ressalta estar focada em otimizar os custos, especialmente, para compra de combustível - que hoje representa cerca de 3% a 40% dos custos da aérea. "Estamos em constantes conversas com a Petrobras, por intermédio do Sindicato Nacional da Empresas Aéreas [Snea], para equacionar a questão", falou durante reunião da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec), sexta-feira.

O executivo contou que a aérea fecha os preços hoje de 30 em 30 dias, o que há um ano acontecia quinzenalmente, fator que auxiliou na melhoria do processo, que ele acredita, pode melhorar. Entre as ações que poderiam favorecer as companhias, está a redução da carga tributária, que hoje no Brasil é 15 pontos percentuais acima da de Europa e Estados Unidos.

Ainda assim, a companhia crê estar em uma posição confortável financeiramente, e na última semana apurou um lucro líquido no primeiro trimestre de 2009, 26,2% maior do que foi registrado no mesmo período do ano anterior. "Podemos dizer que estamos retomando a economia", falou o comandante Barioni.

No turbulento último trimestre de 2008, a TAM conseguiu os financiamentos necessários à renovação da frota e afirma que não haverá cancelamentos. A perspectiva é saltar das atuais 132 aeronaves, para 152, até 2013.

As companhias aéreas brasileiras TAM e Azul redobraram sua atenção ao dia a dia de seus negócios e buscam opções para evitar que se repita no País o quadro de prejuízos do setor que se acentua no mercado mundial. A Azul adota a estratégia de busca de rotas mais exploradas por companhias rodoviárias, explica o presidente e fundador da Azul Linhas Aéreas Brasileiras, David Neeleman, em entrevista exclusiva ao DCI.

O empresário considera que a crise é um momento favorável para empresas inovadoras. "É preciso ver que todo o mundo se retrai, enquanto você vai em frente", afirma. Em linha com essa visão, a Azul espera chegar a 14 aeronaves até dezembro, e a um giro de US$ 2 bilhões em cinco anos.

David Barioni Neto, presidente da TAM, afirma que a companhia está preparada para "usar qualquer ferramenta para atrair passageiros", como parcerias, programa de fidelidade e promoções. Mas deixou claro que a empresa não deve abrir mão do conceito de "atrair a clientela pela qualidade".

O presidente da TAM também ressaltou que prioriza a redução de custos, com foco principalmente na estratégia de compra de combustível para aviação - que atualmente representa entre 30% e 40% dos custos da companhia aérea.

Fonte: DCI

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