terça-feira, 11 de março de 2008

Pantanal não deve ser última a deixar mercado de aviação, dizem especialistas

Em sete anos, sete empresas já saíram do mercado ou foram vendidas.

Consultores dizem que domínio de Gol e TAM não impediu competição.

Nos últimos sete anos, pelo menos sete empresas aéreas brasileiras deixaram de voar devido a problemas financeiros (veja lista). E para alguns analistas, outras podem passar futuramente pela mesma situação.

O caso mais recente é o da Pantanal, que deixa de voar neste mês por não ter sua concessão renovada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Segundo Paulo Bittencourt Sampaio, economista e consultor de aviação, várias empresas foram criadas com base no sucesso da Gol e da TAM, mas sem um plano de negócios adequado à nova realidade do mercado de aviação. Por isso, a Pantanal não será a última empresa que deixará de voar por problemas financeiros.

“Pode ter terminado aquele frenesi de criação de empresas aéreas. Com essa quebradeira, que não vai acabar já, pois ainda há outras na fila para quebrar, houve um desencorajamento desses aventureiros”, diz o especialista.

Em relação às grandes empresas que faliram ou entraram em recuperação judicial, como Varig, Vasp e Transbrasil, Sampaio diz que elas não tinham estrutura para sobreviver em um ambiente de competição tarifária.

“Eram medalhões de uma época em que o DAC [órgão que foi substituído pela Anac] entendia que administrar aviação era proteger as companhias. A partir do momento em que houve liberdade tarifária e aumento de competição, essas empresas não resistiram”, diz.

Tarifas

Ele avalia que o setor aéreo brasileiro se encontra melhor hoje, devido à queda nas tarifas aéreas a aos ganhos de eficiências das empresas, apesar do número menor de companhias.

O especialista no setor aéreo André Castellini também avalia que o domínio do mercado pela TAM e pela Gol não tem impedido o setor de se manter extremamente competitivo. As provas disso seriam casos como o da Pantanal e as constantes promoções tarifárias que vêm beneficiando o consumidor.

“Isso mostra o quanto competitivo é o mercado brasileiro, apesar desse duopólio. A TAM e a Gol estão competindo de uma forma muito acirrada, e as empresas mais fracas também acabam sofrendo com isso”, diz Castellini.

Em relação à saúde das empresas regionais, como a Pantanal, ele destaca que há companhias em boa situação financeira nesse segmento.

“O segmento regional é um mercado difícil, mas você tem empresas que estão muito bem, como a Trip [ligada ao grupo Caprioli], que é uma empresa saudável.”

Fonte: G1

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