A panamenha Copa Airlines avalia a possibilidade de abrir novas bases no Brasil. Embora não tenha definido data - ou mesmo local -, o diretor geral da empresa no Brasil, Alexandre Camargo, afirma que o momento econômico de algumas cidades do país merecem a atenção de qualquer empresário. No Brasil sempre estamos estudando oportunidades, acrescenta.
Há oito anos no país, a Copa Airlines aumentou suas operações no Brasil em 250% apenas nos últimos quatro anos. Com vôos partindo de São Paulo, Rio de Janeiro e Manaus, as cidades consideradas promissoras por Camargo são: Belo Horizonte, Curitiba, Brasília, Porto Alegre, Campinas, Salvador e Recife.
Segundo ele, a estratégia da companhia é instalar no país mais vôos fora de São Paulo. Por isso inauguramos vôos diretos de Manaus e do Rio de Janeiro. Isso propicia ao passageiro de outras cidades vôos internacionais mais rápidos, sem ter de passar pelo congestionado aeroporto de Guarulhos, afirma o diretor.
Apesar de demonstrar interesse nessas cidades, Camargo desconversa ao falar sobre investimentos concretos. Em operações aéreas é muito difícil falar em investimentos locais em uma determinada cidade, diz. O avião que voará para uma determinada cidade é o mesmo que voará para quase todas as cidades que operamos. Por isso os investimentos são amplos e globais. Na realidade é quase impossível falar de investimentos locais quando se tem uma frota global, afirma.
Dona de uma operação sui generis, a Copa Airlines tira vantagem da posição geográfica de seu hub (centro de distribuição de vôos) principal na Cidade do Panamá. Localizada no centro das Américas, sua distância para a maioria das cidades do continente está dentro do alcance dos principais aviões de fuselagem estreita. Mais baratos e com custo de operação mais baixo, a empresa pode oferecer serviços a preços competitivos em vôos internacionais de longa distância operados como se fossem vôos regionais.
A posição geográfica (do hub) é privilegiada e possibilita vôos mais curtos para toda a América Latina e EUA, diz Camargo. Segundo ele um vôo entre o Brasil e a América Central, por exemplo, pode cair de até 16 horas, quando feito com conexão em Miami, para 9 horas, com conexão no Panamá.
A empresa não tem, porém, ambições de expandir sua operação direta para outros continentes. Com parcerias estratégicas - a empresa faz parte da aliança de companhias aéreas SkyTeam -, ela pode distribuir seus passageiros em vôos de outras empresas que ligam o Panamá à Europa e à Ásia. Segundo Camargo, isso já é o suficiente para o momento.
A falta de aviões de grande porte e fuselagem larga para aquisição imediata no mercado também explica a decisão da companhia em se concentrar apenas nas Américas. O mercado de aviação está bastante aquecido. Qualquer empresa que encomende um avião de fuselagem larga hoje, somente o receberá por volta de 2012, diz Camargo. Segundo ele, isso torna muito difícil para companhias promover uma mudança de frota a curto prazo. A Copa Airlines, explica o diretor, deve receber mais aviões Boeing 737 NG neste ano, assim como aeronaves da família de E-Jets da brasileira Embraer, e manter suas operações apenas com esses aviões.
Atualmente, a companhia panamenha é a única que opera aviões da Embraer no país. Eles são usados na ligação entre Manaus e a Cidade do Panamá. Segundo Camargo, a opção por essas aeronaves se provou muito satisfatória, especialmente em vôos com até 3 horas de duração. Para os vôos mais longos, a companhia utiliza os aviões da Boeing, com alcance de até 5.940 km.
Como maior mercado da América do Sul, o Brasil tem papel importante na estratégia da companhia panamenha. Neste ano, a empresa já anunciou um novo vôo, ligando São Paulo e Rio a Trinidad e Tobago. Com isso, a Copa Airlines passará a oferecer 41 destinos a partir do Brasil. Hoje a empresa tem 25 vôos semanais, sendo dois diários partindo de São Paulo, um do Rio de Janeiro e quatro semanais saindo de Manaus.
Fonte: José Sergio Osse (Valor Online)
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