domingo, 27 de fevereiro de 2022

Mídia internacional cita decisão da FAB em desativar helicóptero russo

Mi-35 da FAB (Imagem: Agência Força Aérea)
A Força Aérea Brasileira aposenta a partir da próxima semana seus helicópteros de ataque Mi-35M por supostos problemas na manutenção. Lote com 12 aeronaves custou US$ 386 milhões em 2008.

No auge do conflito militar na Ucrânia, a imprensa internacional abastece o noticiário de guerra com a decisão da Força Aérea Brasileira - anunciada no início do mês - de que irá aposentar seus helicópteros de ataque Mi-35M de fabricação russa, designados AH-2 Sabre, pilotados pelo 2º 8º CLA, Esquadrão Poti.

O Eurasian Times destacou o início do fim das operações do Mi-35M no Brasil, segundo boletim divulgado pelo Comando Aéreo da FAB.

O helicóptero, que agora está implantado na Base Aérea de Porto Velho (BAPV), em Rondônia, é um ativo militar vital na fronteira amazônica. No entanto, espera-se que os helicópteros não sejam mais implantados, forçando o Esquadrão Poti (2º/8º CLA) a interromper as operações, informou o Rio Times.

A Força Aérea Brasileira adquiriu um lote de helicópteros por US$ 386 milhões em 2008. Os 12 helicópteros do Esquadrão foram fornecidos em quatro lotes, cada um com três aeronaves, e acumularam mais de 8.000 horas de voo.

A decisão da FAB não tem nenhuma relação com o conflito na Ucrânia.

Helicóptero AH-2 Sabre (Mi-35M) da FAB (Foto: Sgt. Batista / Agência Força Aérea)
No entanto, houve relatos não confirmados de que o Mi-35 é uma aeronave de difícil manutenção com disponibilidade limitada devido à falta de peças de reposição. A aeronave será retirada de serviço a partir de 1º de março, conforme documento interno da FAB, com previsão de conclusão do processo até 31 de dezembro.

De acordo com algumas publicações espanholas, a curta permanência na batalha se deve a uma variedade de fatores. As altas despesas operacionais do Mi-35 M, a logística complicada e a falta de suporte do fabricante são as razões mais prementes para sua desativação, disse um relatório da Frontier India.

O Brasil teve vários desentendimentos com o fabricante, e o helicóptero frequentemente ficava inativo devido a dificuldades de manutenção. Houve desafios na conversão do equipamento para o padrão militar dos EUA.

A estatal Russian Helicopters e a brasileira Indústria de Aviação e Serviços (IAS), empresa aprovada pela Força Aérea Brasileira, assinaram um contrato para reparos de helicópteros em novembro e dezembro de 2020.

A empresa russa deveria oferecer kits de reparo para as unidades a serem consertadas no Brasil, fornecer vários componentes novos e reparar parte das unidades na Rússia, conforme os contratos. Reparos individuais de helicópteros Mi-35M também deveriam ser realizados por especialistas em helicópteros Mil e Kamov. No entanto, a decisão de aposentar o helicóptero inviabilizou esses planos.

10 dos 12 helicópteros Mi-35M da FAB decolam ao mesmo tempo. (Foto: Sgt. Guto / Agência FAB)
O Mi-35M é baseado no helicóptero russo Mi-24 e contém vários avanços tecnológicos, mantendo os principais atributos de seu antecessor, incluindo poder de fogo, blindagem e resiliência.

Pode realizar tarefas em condições de baixa visibilidade a qualquer hora do dia ou da noite. Está equipado com um canhão de 23 mm de alta capacidade montado em uma torre móvel sob o nariz, bem como lançadores de mísseis ar-superfície Ataka e foguetes não guiados de 80 mm.

O Mi-35M destina-se a destruir tanques e outros veículos blindados e não blindados, bem como tropas inimigas no campo de batalha e em profundidade tática, e realizar missões adicionais de forma independente ou em colaboração com forças terrestres, de acordo com a Rosoboronexport.

"Possui excelente capacidade de sobrevivência em batalha, design e confiabilidade do sistema, além de excelentes características operacionais e de combate, tornando-o um dos melhores helicópteros de sua classe", afirma a empresa.

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