quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Gol: cacique ameaça queimar bagagem de passageiros


Destroços do Boeing 737-800 e pertences das vítimas
ainda permanecem no local da queda

Os destroços do Boeing 737-800 da Gol e os pertences das vítimas que ainda permanecem no local da queda podem ser destruídos caso não sejam removidos.

O cacique Bedjai Txucurramae, 61 anos, que mora na aldeia Piaraçu, próxima à área, diz que os indígenas vão incendiar os objetos e a fuselagem. O Boeing se chocou com o jato Legacy dia 29 de setembro do ano passado e caiu na terra indígena Capoto Jarina, no município de Peixoto de Azevedo, em Mato Grosso, matando 154 pessoas.

"A Aeronáutica e a Gol até a agora não vieram retirar os destroços aqui. Os índios não querem esse material, se eles não vierem tirar, nós vamos reunir tudo e colocar fogo", disse o cacique.

Txucurramae afirma que não quer objetos ligados a pessoas mortas na floresta. O cacique disse ainda que não irá mais aceitar visitas na área do acidente.

Na área da queda do avião podiam ser vistos fragmentos de bagagem, camisetas, CDs, peças de computador, bancos do avião e pedaços da fuselagem. Os destroços estavam espalhados por uma área de aproximadamente 1 quilômetro de circunferência. Muitos dos destroços estavam parcialmente cobertos por vegetação e o local é de difícil acesso.

O local foi visitado nessa quarta-feira por um grupo liderado pelo coronel da reserva do Exército Marcos Antonio Marinho Silva, viúvo de uma das vítimas do acidente. A viagem começou segunda-feira e se encerrou hoje, em Sinop.

A expedição incluiu também uma visita à fazenda Jarinã, onde os corpos das vítimas foram levados para o trabalho de identificação. Silva, que era casado com a médica Ana Maria Caminha Maciel Silva, foi acompanhado de três integrantes do Corpo de Bombeiros e jornalistas.

O trajeto pela floresta foi guiado por índios. Antes, foi preciso passar pela cidade de Colider, onde o coronel pediu autorização do coordenador da Funai na cidade, Megaron Txucarramae, para ingressar na terra indígena.

Fonte: Terra / Foto: Juliana Michaela

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