Em 2 de novembro de 1957, o avião Douglas C-54A-5-DO (DC-4), prefixo PP-AXS, da REAL Transportes Aéreos, operava o voo que fazia a rota Buenos Aires, na Argentina, a Miami, na Flórida (EUA), com diversas escalas intermediárias. Entre elas, o Aeroporto de Congonhas em São Paulo.
Após a decolagem em direção a sua próxima escala no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, levando a bordo 30 passageiros e oito tripulantes, o DC-4 tinha acabado de chegar a altitude de cruzeiro de 3000m, quando a pressão de combustível do o motor nº 2 caiu para zero.
Enquanto a tripulação tentou reparar o problema, a pressão do óleo em ambos os motores se subiu e uma fumaça começou a sair da bateria e do compartimento do gerador. Em seguida, o motor nº 2 pegou fogo e desprendeu-se da asa. Esse era um comportamento esperado, já que o avião foi projetado para isso em caso de fogo para evitar que as chamas incendiassem os tanques que ficam na asa.
Na cabine de passageiros estava o copiloto Heinz Eric, que viu quando o problema aconteceu. Ele foi à cabine avisar os demais integrantes da tripulação, comandante Dálvaro Ferreira Lima, o copiloto Muller e o primeiro-oficial Cavalcanti.
O avião ainda estava a cerca de 3 km de altitude, e os extintores não conseguiram apagar a labareda. Para piorar, quando o motor se soltou, ele bateu em uma das superfícies que controlam o avião, tornando a pilotagem mais difícil. Para a tripulação, a solução para evitar uma tragédia seria uma só: pousar no mar.
Diante do cenário inevitável, a tripulação direcionou o DC-4 para onde fica a praia da Baleia. Ali, seria necessário calcular a melhor maneira de realizar o pouso, evitando que o avião se despedaçasse.
O dia tinha tempo bom, e o mar estava calmo. O comandante precisava calcular ângulo de aproximação e a velocidade com muito cuidado para garantir o sucesso da operação.
Caso o avião se inclinasse para o lado, a asa tocaria na água antes, fazendo o avião virar, podendo rachar sua estrutura. Se, no momento do pouso, ele estivesse com o nariz muito para cima, a parte de trás iria tocar com muita força o mar e o avião se partiria em pedaços.
Felizmente, o pouso ocorreu sem maiores problemas. O comandante e um passageiro ficaram levemente feridos. Um dos tripulantes fraturou uma das pernas no pouso.
Um passageiro, que não estava com o cinto de segurança afivelado, levantou-se e foi arremessado contra a porta da cabine de comando, ficando ferido. Todos foram resgatados usando coletes salva-vidas e com o apoio de pescadores que moravam na região.
Segundo jornais da época, o avião foi retirado do mar nos dias seguintes, assim como toda a carga que transportava. Em nota, a empresa informava que os passageiros foram transportados para Santos (SP), de onde seguiram viagem em outro avião da companhia.
Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com Todos a Bordo (UOL), ASN, Hideo in japan Blog e Canal Aviões e Músicas
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