terça-feira, 2 de novembro de 2010

Reino Unido e França fecham cooperação em Defesa, incluindo o teste de ogivas nucleares

França e Reino Unido assinaram nesta terça-feira acordos de cooperação em matéria de Defesa de uma abrangência sem precedentes, incluindo o teste de ogivas nucleares. Um centro será estabelecido no Reino Unido para desenvolver tecnologia de testes atômicos e outro será localizado na França para realizá-los.

O centro de simulação será construído num terreno do Comissariado de Energia Atómica situado em Valduc (Costa do Ouro), 45 quilômetros a noroeste de Dijon. O novo centro permitirá aos cientistas dos dois países verificar o "desempenho das ogivas e de materiais nucleares" para garantir a "viabilidade e confiabilidade da segurança a longo prazo" dos respectivos arsenais nucleares", disse o Palácio Eliseu em comunicado.

O novo laboratório de Valduc será complementado por um novo centro de investigação franco-britânico que funcionará em Aldermaston, no Reino Unido.

- Esta cooperação sem precedentes será desenvolvida no respeito total da independência das forças de dissuasão dos dois países - indicou o governo francês.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, foi recebido em Londres pelo primeiro-ministro britânico, David Cameron, onde aconteceu o encontro bilateral, em que também foram detalhados planos para uma força expedicionária conjunta e o uso compartilhado de porta-aviões. O encontro acontece duas semanas depois de o governo britânico ter anunciado o corte de suas Forças Armadas, na primeira revisão de defesa estratégica desde 1998, como parte de economias com o objetivo de reduzir o déficit orçamentário do país. Sob os planos, 750 milhões de libras serão poupadas durante quatro anos no sistema de míssil nuclear Trident com o corte no número de ogivas.

O primeiro tratado incluirá a criação de "uma força expedicionária conjunta" com entre 3,5 mil e 5 mil homens, que deverá iniciar seu treinamento no próximo ano. Essa nova força não será permanente e ficará encarregada de operações específicas, sob comando único.

- Anunciaremos o que chamamos de força expedicionária conjunta, e não uma força militar permanente. É uma conjunção das Forças Armadas dos dois países que treinam e atuam juntas - disse o funcionário britânico.

O tratado prevê que os dois países compartilharão seus porta-aviões a partir de 2020. A manutenção do novo avião de transporte A400M também será dividida. Um segundo acordo estipula que os dois países poderão compartilhar sua tecnologia em matéria de testes nucleares em laboratório. O uso compartilhado de alguns meios não afetará a independência das Forças Armadas dos dois países, garantiu o funcionário.

Fonte: O Globo - Foto: Reuters

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