Clique sobre a imagem para ampliá-la
Qual será o futuro do Universo?
Enquanto o Herschel vai olhar para os primeiros instantes do Universo, o telescópio espacial Planck tem a preocupação oposta. Sua principal missão será estudar como o Universo se desenvolverá, como ele irá mudar e com o que se parecerá no futuro.
Sem uma bola de cristal, contudo, ele começará aprendendo com o passado, olhando para trás no tempo, menos de 400.000 anos depois do surgimento do Universo, cerca de 14 bilhões de anos atrás.
O nome do telescópio é uma homenagem ao físico alemão Max Planck, ganhador do Prêmio Nobel em 1918 por seus estudos sobre a radiação. Além de cientista brilhante, Planck foi o maior responsável por retirar Einstein do anonimato da sua função de funcionário público e tornar seus trabalhos famosos mundialmente.
Radiação Cósmica de Fundo
Enquanto o Herschel tenta capturar esse passado usando as fontes de radiação infravermelha, o Planck quer enxergar o Universo de um outro "ponto de vista", captando as emissões de micro-ondas. A radiação de micro-ondas tem comprimentos de onda maiores do que a radiação infravermelha, e não vem de objetos frios - ela foi gerada pela sopa primordial de partículas geradas após o Big Bang e que vieram dar ao nosso Universo a sua conformação atual. Esta é a chamada radiação cósmica de fundo.
A radiação cósmica de fundo é uma espécie de brilho do Big Bang. Essa luz decaiu para micro-ondas à medida que o Universo se expandia ao longo dos 13,7 bilhões de anos que se seguiram desde o seu surgimento.
Os instrumentos do telescópio Planck irão medir as variações de temperatura na radiação cósmica de fundo com uma sensibilidade, resolução angular e amplitude de frequências nunca antes atingida, permitindo a composição de uma imagem do Universo quando este tinha apenas 380 mil anos.
Expansão do Universo
Medindo minúsculas variações nessa radiação, o telescópio Planck traçará um novo retrato do Universo - sua idade, composição, tamanho, massa e geometria. E dirá muito sobre a sua expansão inicial - acredita-se que o Universo aumentou de tamanho 100 trilhões de trilhões de vezes em apenas um trilhão, de trilhão, de trilionésimo de segundo.
E, mesmo não estando diretamente interessado em objetos extremamente frios, o Planck será ainda mais frio do que o Herschel - seus instrumentos funcionarão a 0,1 K. Ele utiliza um sistema inovador de resfriamento usando escudos irradiadores voltados para o espaço profundo, o que permite alcançar temperaturas de cerca de 60 K. A seguir, um sistema de três refrigeradores criogênicos, um colocado dentro do outro em sequência, baixam a temperatura dos sensores de imagem do Planck para apenas um décimo acima do zero absoluto.
Espelho de fibra de carbono
O espelho do telescópio espacial Planck tem 1,5 metro de diâmetro, mas é opticamente mais complexo do que o o espelho do Herschel, que tem 3,5 metros, com um projeto que evita a entrada de luz indesejável no interior do sensores.
O espelho foi construído com um plástico reforçado com fibras de carbono, um compósito leve utilizado na fabricação de antenas para satélites artificiais e artigos esportivos. Como esse material não pode ser polido como o vidro, foi construído um molde com uma precisão superficial de 5 micrômetros, sobre o qual o material de carbono foi aplicado fibra por fibra. O formato final do espelho garante que toda a radiação que o alcança é corretamente focalizada para os sensores criogenicamente resfriados.
O telescópio Planck inteiro mede 4,2 metros de altura por iguais 4,2 metros de diâmetro.
Retrato do futuro
Capturando as emissões da radiação cósmica de fundo com uma precisão inédita, o Planck permitirá que os cientistas calculem parâmetros como a curvatura do espaço-tempo e a participação da energia escura, da matéria escura e da matéria comum na distribuição da massa e da energia no Universo.
As incertezas sobre os valores de cada um desses parâmetros deverá ser diminuída para menos de 1%, o que permitirá projeções que deem noções sobre a evolução do Universo e sobre como ele deverá se parecer no futuro.
Segundo os pesquisadores, o Planck coletará dados 15 vezes melhores do que o melhor telescópio de micro-ondas atual, o WMAP (veja: O que existia antes do Big Bang?).
Instrumentos científicos do Planck
O espelho do telescópio Planck dirige a radiação de micro-ondas capturada para dois instrumentos:
LFI
O LFI (Low Frequency Instrument) é um conjunto de 22 receptores de rádio localizado no pano focal do telescópio. O equipamento irá mapear o céu em três frequências, de 30 a 70 GHz.
HFI
O HFI (High Frequency Instrument) é um conjunto de detectores bolométricos também localizado no plano focal do telescópio. Ele irá imagear o céu em seis frequências, entre 100 GHz e 857 GHz.
LINKS:
Planck NASA
Enquanto o Herschel vai olhar para os primeiros instantes do Universo, o telescópio espacial Planck tem a preocupação oposta. Sua principal missão será estudar como o Universo se desenvolverá, como ele irá mudar e com o que se parecerá no futuro.
Sem uma bola de cristal, contudo, ele começará aprendendo com o passado, olhando para trás no tempo, menos de 400.000 anos depois do surgimento do Universo, cerca de 14 bilhões de anos atrás.
O nome do telescópio é uma homenagem ao físico alemão Max Planck, ganhador do Prêmio Nobel em 1918 por seus estudos sobre a radiação. Além de cientista brilhante, Planck foi o maior responsável por retirar Einstein do anonimato da sua função de funcionário público e tornar seus trabalhos famosos mundialmente.
Radiação Cósmica de Fundo
Enquanto o Herschel tenta capturar esse passado usando as fontes de radiação infravermelha, o Planck quer enxergar o Universo de um outro "ponto de vista", captando as emissões de micro-ondas. A radiação de micro-ondas tem comprimentos de onda maiores do que a radiação infravermelha, e não vem de objetos frios - ela foi gerada pela sopa primordial de partículas geradas após o Big Bang e que vieram dar ao nosso Universo a sua conformação atual. Esta é a chamada radiação cósmica de fundo.
A radiação cósmica de fundo é uma espécie de brilho do Big Bang. Essa luz decaiu para micro-ondas à medida que o Universo se expandia ao longo dos 13,7 bilhões de anos que se seguiram desde o seu surgimento.
Os instrumentos do telescópio Planck irão medir as variações de temperatura na radiação cósmica de fundo com uma sensibilidade, resolução angular e amplitude de frequências nunca antes atingida, permitindo a composição de uma imagem do Universo quando este tinha apenas 380 mil anos.
Expansão do Universo
Medindo minúsculas variações nessa radiação, o telescópio Planck traçará um novo retrato do Universo - sua idade, composição, tamanho, massa e geometria. E dirá muito sobre a sua expansão inicial - acredita-se que o Universo aumentou de tamanho 100 trilhões de trilhões de vezes em apenas um trilhão, de trilhão, de trilionésimo de segundo.
E, mesmo não estando diretamente interessado em objetos extremamente frios, o Planck será ainda mais frio do que o Herschel - seus instrumentos funcionarão a 0,1 K. Ele utiliza um sistema inovador de resfriamento usando escudos irradiadores voltados para o espaço profundo, o que permite alcançar temperaturas de cerca de 60 K. A seguir, um sistema de três refrigeradores criogênicos, um colocado dentro do outro em sequência, baixam a temperatura dos sensores de imagem do Planck para apenas um décimo acima do zero absoluto.
Espelho de fibra de carbono
O espelho do telescópio espacial Planck tem 1,5 metro de diâmetro, mas é opticamente mais complexo do que o o espelho do Herschel, que tem 3,5 metros, com um projeto que evita a entrada de luz indesejável no interior do sensores.
O espelho foi construído com um plástico reforçado com fibras de carbono, um compósito leve utilizado na fabricação de antenas para satélites artificiais e artigos esportivos. Como esse material não pode ser polido como o vidro, foi construído um molde com uma precisão superficial de 5 micrômetros, sobre o qual o material de carbono foi aplicado fibra por fibra. O formato final do espelho garante que toda a radiação que o alcança é corretamente focalizada para os sensores criogenicamente resfriados.
O telescópio Planck inteiro mede 4,2 metros de altura por iguais 4,2 metros de diâmetro.
Retrato do futuro
Capturando as emissões da radiação cósmica de fundo com uma precisão inédita, o Planck permitirá que os cientistas calculem parâmetros como a curvatura do espaço-tempo e a participação da energia escura, da matéria escura e da matéria comum na distribuição da massa e da energia no Universo.
As incertezas sobre os valores de cada um desses parâmetros deverá ser diminuída para menos de 1%, o que permitirá projeções que deem noções sobre a evolução do Universo e sobre como ele deverá se parecer no futuro.
Segundo os pesquisadores, o Planck coletará dados 15 vezes melhores do que o melhor telescópio de micro-ondas atual, o WMAP (veja: O que existia antes do Big Bang?).
Instrumentos científicos do Planck
O espelho do telescópio Planck dirige a radiação de micro-ondas capturada para dois instrumentos:
LFI
O LFI (Low Frequency Instrument) é um conjunto de 22 receptores de rádio localizado no pano focal do telescópio. O equipamento irá mapear o céu em três frequências, de 30 a 70 GHz.
HFI
O HFI (High Frequency Instrument) é um conjunto de detectores bolométricos também localizado no plano focal do telescópio. Ele irá imagear o céu em seis frequências, entre 100 GHz e 857 GHz.
LINKS:
Planck NASA
Nenhum comentário:
Postar um comentário