Fato ocorreu durante a paralisação de 30 de março. Controladores querem perícia internacional no sistema brasileiro.
A Federação Brasileira das Associações de Controladores de Tráfego Aéreo (Febracta) informou nesta terça-feira (9) que vai protocolar na Procuradoria-Geral da República uma notícia-crime contra o alto comando da Aeronáutica. A entidade alega que a cúpula da Aeronáutica teria posto em risco a segurança do tráfego aéreo brasileiro ao determinar que oficiais deixassem os postos de comando dos Centros de Controle de Tráfego Aéreo (Cindactas) entre os dias 30 de março e dois de abril, após a paralisação dos controladores. A medida seria uma resposta à decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de designar o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, para negociar com os controladores.
O advogado da federação, Roberto Sobral, informou que o documento será protocolado até quinta feira. Segundo ele, a notícia-crime não é endereçada especificamente ao comandante da Aeronáutica, Juniti Saito. Sobral ressaltou que, além do brigadeiro Saito, oito tenentes-brigadeiros teriam assinado um documento determinando que os oficiais deixassem os postos de comando na ocasião. Para o advogado, o que houve em 30 de março não foi um motim.
"Os controladores atuaram em legítima defesa do controle no dia 30 de março. Eles se reuniram na sala de tráfego para exigir providências. Isso foi tido como um motim, mas naquele dia um fato mais grave ocorreu. Faço a responsabilização do comando para que o comando perceba que tem que tratar do assunto com responsabilidade. Não é uma caça às bruxas", disse.
Perícia
A Febracta também pede, no texto que será protocolado na Procuradoria-Geral da República, a realização de uma perícia, feita por uma entidade internacional. A intenção é determinar as causas do acidente com o avião da Gol que, em 29 de setembro de 2006, chocou-se com um Jato Legacy, causando a morte de 154 pessoas. "A Força Aérea escolheu os controladores para bode expiatório. Precisamos de uma perícia isenta, técnica. Queremos apurar exatamente o que houve", declarou. A assessoria da procuradoria informou que, assim que for protocolado, o documento será analisado.
O comando da Aeronáutica informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não vai se pronunciar sobre o assunto.
Fonte: G1
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