terça-feira, 10 de setembro de 2024

Boeing 747 foi considerado como reabastecedor pelos EUA, mas só teve espaço entre árabes e persas


Durante a década de 1970, a Boeing propôs um modelo do 747 adaptado como avião reabastecedor para competir no programa Advanced Cargo Transport Aircraft (ACTA) da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF). Embora o concurso tenha sido finalmente vencido pelo KC-10A Extender, da extinta McDonnell Douglas, a versão reabastecedora da “Rainha dos Céus” não caiu no esquecimento.

A versão KC-747 (ou KC-25/33) foi uma proposta ambiciosa para modificar o Boeing 747 em um avião reabastecedor de última geração. A ideia era combinar a capacidade de carga do Jumbo com a tecnologia de reabastecimento mais avançada da época, informa uma matéria do Aviacionline.


O KC-33 poderia levar até 209.000 kg de combustível, 100.000 kg a mais que o KC-135 Stratotanker, principal avião reabastecedor da época, e 40.000 kg mais que o A330 MRTT. Além disso, o Jumbo “reabastecedor” poderia ser configurado para transporte de cargas, evacuação médica e operações de comando e controle.

O reforço na cobertura superior, o nariz articulável e uma rampa desdobrável permitiriam que o KC-747 transportasse veículos blindados, incluindo o M-113 e até dois tanques M60.


O primeiro teste de voo aconteceu em 6 de julho de 1972, na Base Edwards da Força Aérea dos EUA. Durante este voo de mais de cinco horas, as características do 747 para a missão foram avaliadas. A aeronave receptora, um bombardeiro estratégico B-52, testou diferentes posições de aproximação para reabastecimento.

Embora o 747 tenha demonstrado ser uma plataforma estável e capaz para a missão, a Força Aérea dos EUA acabou escolhendo o KC-10 como sua próxima aeronave reabastecedora de longo alcance. O tamanho e o custo do 747 foram fatores decisivos contra a escolha do KC-33.


Apesar da decisão da USAF, o Reino da Arábia Saudita adquiriu dois destes aviões para reabastecer sua frota de caças F-4 Phantom. Hoje, um dos dois KC-747 iranianos ainda presta serviços na Força Aérea da República Islâmica do Irã (IRIAF), o que é uma conquista considerável tendo em vista que o regime iraniano está sujeito a sanções internacionais há décadas.

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