O vazamento do informe técnico da Comissão Coordenadora do Programa Aeronaves de Combate (Copac) expôs claramente que a preferência pelo avião Gripen NG, da sueca Saab , se deu através de uma comparação míope, segundo fontes do setor. Isso porque o quesito com maior peso nessa escolha - o preço do jato - leva em conta apenas o valor do avião, enquanto os preços do Rafale, da francesa Dassault, e do F/A-18 Super Hornet, da americana Boeing, abrangem tanto a aeronave quanto o armamento.
Este é o motivo pelo qual o Gripen NG aparece como sendo equivalente à metade do valor do jato francês (que custaria US$ 70 milhões, enquanto o americano sairia por US$ 55 milhões). Pilotos da Força Aérea Brasileira e alguns brigadeiros, que dão preferência ao jato da Boeing, dizem que a proposta sueca "é honesta, mas de alto risco". O problema básico é o de que o avião da Saab existe apenas no papel. Ainda não voou. Não há sequer um protótipo pronto. Os outros dois jatos já operam há anos.
Outro detalhe intriga o Palácio do Planalto, que se inclina mais para o avião francês : o fato de que nem o próprio governo da Suécia se comprometeu a comprar o jato da Saab:
- Se ele é tão bom, por que não compram logo? - perguntou um funcionário federal que acompanha a licitação.
Um terceiro fator comprometeria a oferta sueca: tanto o motor quanto o software utilizados no Gripen NG são made in USA. Ou seja: ao optar por esse avião, o Brasil teria de pedir autorização de transferência de tecnologia aos EUA. A proposta americana tem como principal isca a oferta de a Embraer vir a fabricar as asas e a fuselagem do F/A-18 Super Hornet. Além disso, a Boeing abriria à indústria brasileira o acesso à sua linha completa de produtos (caças, helicópteros e satélites).
A França, por sua vez, prometeu uma transferência irrestrita de tecnologia do Rafale. E, além disso, se dispõe a transmitir os segredos de fabricação de mísseis, permitindo ao Brasil produzir o armamento a ser utilizado no caça.
Fonte: José Meirelles Passos (O Globo)
Este é o motivo pelo qual o Gripen NG aparece como sendo equivalente à metade do valor do jato francês (que custaria US$ 70 milhões, enquanto o americano sairia por US$ 55 milhões). Pilotos da Força Aérea Brasileira e alguns brigadeiros, que dão preferência ao jato da Boeing, dizem que a proposta sueca "é honesta, mas de alto risco". O problema básico é o de que o avião da Saab existe apenas no papel. Ainda não voou. Não há sequer um protótipo pronto. Os outros dois jatos já operam há anos.
Outro detalhe intriga o Palácio do Planalto, que se inclina mais para o avião francês : o fato de que nem o próprio governo da Suécia se comprometeu a comprar o jato da Saab:
- Se ele é tão bom, por que não compram logo? - perguntou um funcionário federal que acompanha a licitação.
Um terceiro fator comprometeria a oferta sueca: tanto o motor quanto o software utilizados no Gripen NG são made in USA. Ou seja: ao optar por esse avião, o Brasil teria de pedir autorização de transferência de tecnologia aos EUA. A proposta americana tem como principal isca a oferta de a Embraer vir a fabricar as asas e a fuselagem do F/A-18 Super Hornet. Além disso, a Boeing abriria à indústria brasileira o acesso à sua linha completa de produtos (caças, helicópteros e satélites).
A França, por sua vez, prometeu uma transferência irrestrita de tecnologia do Rafale. E, além disso, se dispõe a transmitir os segredos de fabricação de mísseis, permitindo ao Brasil produzir o armamento a ser utilizado no caça.
Fonte: José Meirelles Passos (O Globo)
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