Além da turbulência que a Gol, sua companhia aérea enfrenta, o empresário Nenê Constantino está correndo o risco de ter como referencial não mais um currículo, mas sim um prontuário policial. Aos 78 anos, quando poderia ter uma aposentadoria triunfal, com o êxito de construir um império empresarial, depois de começar a vida como caminhoneiro, está com a biografia ameaçada de carregar uma rasura da forma mais abjeta – está sob a suspeita de ser mandante de assassinatos.
Aparentemente um homem tranquilo, ultimamente o empresário vinha sendo notícia na editoria de economia dos jornais, passando a ocupar, agora, espaço nas páginas de polícia. Em pouco mais de um mês, foi indiciado nada menos que três vezes. O primeiro indiciamento ocorreu no dia 10 de dezembro, quando a Polícia Civil do Distrito Federal o denunciou pelo assassinato de Márcio Leonardo, no meio de uma disputa de terra em Taguatinga, onde funcionava a garagem da Viação Pioneira, de sua propriedade.
Na terça-feira, dia 30 de dezembro, ele voltou a ser indiciado; desta vez, pela morte de Tarcísio Gomes Ferreira e por tentativa de homicídio de José Amorim dos Reis, ambos com 42 anos de idade. Os dois também eram da cidade-satélite e tinham disputa de terras com Constantino. A investigação da polícia concluiu que o assassinato ocorreu no dia nove de fevereiro de 2001, tendo como cenário uma barraca de sanduíches na garagem da Viação Pioneira.
A partir das investigações, a polícia consolidou a suspeita de que o empresário teria contratado pistoleiros para assassinar os três desafetos, mas ele nega as acusações. Os três moravam no mesmo local de 100 pessoas que teriam adquirido terras griladas de um ex-funcionário da empresa de Constantino. O primeiro a morrer foi Márcio Leonardo, alvejado com três tiros, na porta de sua casa, em 12 de outubro de 2001. Uma conclusão da polícia aumentou a suspeita de execução sob encomenda depois que concluiu que os três assassinatos foram cometidos com a mesma arma, um revólver calibre 38.
Quem conheceu Constantino na intimidade construiu o conceito pessoal dele como um homem calmo, aparentemente medíocre, mas sagaz em ganhar dinheiro. E muito. Tanto que começou a vida com um caminhão, para transportar pessoas no interior de Minas Gerais, passando logo depois a ser dono de um grupo de empresas de ônibus, com linhas interestaduais, além de veículos para transporte coletivo no Distrito Federal. Hoje tem as melhores e mais rentáveis linhas da capital da República. Também é o dono da maior frota do país.
Cada vez mais voraz, com uma fortuna de nada menos que R$ 1 bilhão, para competir com seu desafeto Wagner Canhedo, na época dono da Gol, resolveu entrar também na aviação comercial, em fevereiro de 2001, praticando tarifas abaixo das concorrentes no mercado, economizando no serviço de bordo, restrito apenas a um saquinho de amendoim, suco e barra de cereal. Não demorou muito, praticava as mesmas tarifas das concorrentes, aumentando o seu espaço no mercado ao comprar a Varig.
Como acontece nos romances policiais e também em folhetins eletrônicos, na vida real sempre tem um genro para empurrar o sogro de um penhasco. Assim foi com o juiz Nicolau dos Santos Neto, um dos condenados pelo desvio de recursos públicos destinados à construção do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo. E o infortúnio de Nenê Constantino foi reforçado a partir do ex-genro, Eduardo Alves Queiroz, que também foi sócio do grupo Planeta até se divorciar de uma das suas filhas.
Eduardo Queiroz reforçou, em depoimento, a suspeita da polícia ao afirmar que tinha conhecimento do planejamento e execução da primeira vítima, Márcio Leonardo de Sousa Brito, no dia 12 de outubro de 2001. O então sogro e sócio de Eduardo já movia naquela época uma ação de despejo contra os 100 invasores da garagem de sua empresa, além de pressioná-los a se retirar da sua propriedade. O depoimento levou a polícia a identificar um suspeito do primeiro assassinato, que revelou os mandantes, entre os quais Nenê Constantino e um homem da sua confiança, Vanderlei Batista da Silva.
Coincidência ou não, dois meses depois, Eduardo Queiroz sofreu um atentado quando um atirador, na garupa de uma moto, atirou cinco vezes em seu carro, no Setor de Garagens e Concessionárias Sul. Das quatro balas que atingiram o veículo, uma se alojou na jaqueta do empresário e outra no pneu dianteiro do carro em que dirigia. O empresário saiu do atentado ileso.
Por meio de uma nota, os advogados de Nenê Constantino negaram o seu envolvimento com os dois assassinatos e a tentativa de homicídio, afirmando que “os referidos inquéritos policiais não contêm qualquer indício que possa sustentar a conclusão a que chegou a autoridade policial, conforme será demonstrado, de forma incontroversa, na oportunidade processual adequada”.
E até acrescentaram: “O senhor Constantino de Oliveira, empresário de 78 anos, jamais respondeu a processo criminal e, confiante da Justiça, no momento próprio, produzirá a sua defesa, com a firme e inabalável convicção de que, ao final, restará comprovada a sua inocência”.
O empresário, no entanto, em 2007, ao ir a uma delegacia depor no inquérito que apurava uma operação financeira que fizera com o ex-governador Joaquim Roriz, provocando a sua renúncia ao mandato de senador, por pouco não agrediu um fotógrafo, demonstrando a intenção em atingi-lo com uma pedra. Um gesto de violência fotografado e filmado.
Fonte: Brasília Em Dia - 10 a 16 /janeiro/2009
Aparentemente um homem tranquilo, ultimamente o empresário vinha sendo notícia na editoria de economia dos jornais, passando a ocupar, agora, espaço nas páginas de polícia. Em pouco mais de um mês, foi indiciado nada menos que três vezes. O primeiro indiciamento ocorreu no dia 10 de dezembro, quando a Polícia Civil do Distrito Federal o denunciou pelo assassinato de Márcio Leonardo, no meio de uma disputa de terra em Taguatinga, onde funcionava a garagem da Viação Pioneira, de sua propriedade.
Na terça-feira, dia 30 de dezembro, ele voltou a ser indiciado; desta vez, pela morte de Tarcísio Gomes Ferreira e por tentativa de homicídio de José Amorim dos Reis, ambos com 42 anos de idade. Os dois também eram da cidade-satélite e tinham disputa de terras com Constantino. A investigação da polícia concluiu que o assassinato ocorreu no dia nove de fevereiro de 2001, tendo como cenário uma barraca de sanduíches na garagem da Viação Pioneira.
A partir das investigações, a polícia consolidou a suspeita de que o empresário teria contratado pistoleiros para assassinar os três desafetos, mas ele nega as acusações. Os três moravam no mesmo local de 100 pessoas que teriam adquirido terras griladas de um ex-funcionário da empresa de Constantino. O primeiro a morrer foi Márcio Leonardo, alvejado com três tiros, na porta de sua casa, em 12 de outubro de 2001. Uma conclusão da polícia aumentou a suspeita de execução sob encomenda depois que concluiu que os três assassinatos foram cometidos com a mesma arma, um revólver calibre 38.
Quem conheceu Constantino na intimidade construiu o conceito pessoal dele como um homem calmo, aparentemente medíocre, mas sagaz em ganhar dinheiro. E muito. Tanto que começou a vida com um caminhão, para transportar pessoas no interior de Minas Gerais, passando logo depois a ser dono de um grupo de empresas de ônibus, com linhas interestaduais, além de veículos para transporte coletivo no Distrito Federal. Hoje tem as melhores e mais rentáveis linhas da capital da República. Também é o dono da maior frota do país.
Cada vez mais voraz, com uma fortuna de nada menos que R$ 1 bilhão, para competir com seu desafeto Wagner Canhedo, na época dono da Gol, resolveu entrar também na aviação comercial, em fevereiro de 2001, praticando tarifas abaixo das concorrentes no mercado, economizando no serviço de bordo, restrito apenas a um saquinho de amendoim, suco e barra de cereal. Não demorou muito, praticava as mesmas tarifas das concorrentes, aumentando o seu espaço no mercado ao comprar a Varig.
Como acontece nos romances policiais e também em folhetins eletrônicos, na vida real sempre tem um genro para empurrar o sogro de um penhasco. Assim foi com o juiz Nicolau dos Santos Neto, um dos condenados pelo desvio de recursos públicos destinados à construção do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo. E o infortúnio de Nenê Constantino foi reforçado a partir do ex-genro, Eduardo Alves Queiroz, que também foi sócio do grupo Planeta até se divorciar de uma das suas filhas.
Eduardo Queiroz reforçou, em depoimento, a suspeita da polícia ao afirmar que tinha conhecimento do planejamento e execução da primeira vítima, Márcio Leonardo de Sousa Brito, no dia 12 de outubro de 2001. O então sogro e sócio de Eduardo já movia naquela época uma ação de despejo contra os 100 invasores da garagem de sua empresa, além de pressioná-los a se retirar da sua propriedade. O depoimento levou a polícia a identificar um suspeito do primeiro assassinato, que revelou os mandantes, entre os quais Nenê Constantino e um homem da sua confiança, Vanderlei Batista da Silva.
Coincidência ou não, dois meses depois, Eduardo Queiroz sofreu um atentado quando um atirador, na garupa de uma moto, atirou cinco vezes em seu carro, no Setor de Garagens e Concessionárias Sul. Das quatro balas que atingiram o veículo, uma se alojou na jaqueta do empresário e outra no pneu dianteiro do carro em que dirigia. O empresário saiu do atentado ileso.
Por meio de uma nota, os advogados de Nenê Constantino negaram o seu envolvimento com os dois assassinatos e a tentativa de homicídio, afirmando que “os referidos inquéritos policiais não contêm qualquer indício que possa sustentar a conclusão a que chegou a autoridade policial, conforme será demonstrado, de forma incontroversa, na oportunidade processual adequada”.
E até acrescentaram: “O senhor Constantino de Oliveira, empresário de 78 anos, jamais respondeu a processo criminal e, confiante da Justiça, no momento próprio, produzirá a sua defesa, com a firme e inabalável convicção de que, ao final, restará comprovada a sua inocência”.
O empresário, no entanto, em 2007, ao ir a uma delegacia depor no inquérito que apurava uma operação financeira que fizera com o ex-governador Joaquim Roriz, provocando a sua renúncia ao mandato de senador, por pouco não agrediu um fotógrafo, demonstrando a intenção em atingi-lo com uma pedra. Um gesto de violência fotografado e filmado.
Fonte: Brasília Em Dia - 10 a 16 /janeiro/2009
Um comentário:
Ainda nao investigaram a sociedade com a AIG na Cia Aerea e na Petroquimica,o Ministerio publico vai fazer a festa.
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