Familiares de vítimas do vôo da TAM JJ 3054 receberam, neste domingo, a confirmação de que duas causas do acidente ocorrido no dia 17 de julho já foram comprovadas pelo inquérito policial. O inquérito tem até agora 4,9 mil páginas, com 248 depoimentos. De acordo com o diretor da Delegacia Seccional de Polícia (Decap), Aldo Galiano, o inquérito aponta o descumprimento de uma determinação da Anac, que até a data do acidente proibia o pouso em Congonhas, em dias de chuva, de aviões com reverso pinado. A segunda causa apontada pelo inquérito são os problemas na pista do Aeroporto de Congonhas, cuja reforma ainda não tinha sido concluída, apesar da liberação.
Segundo Galiano, foi em uma reunião realizada no Rio de Janeiro, no dia posterior ao acidente, que esta determinação perdeu validade. Mas até o acidente, estava em vigor. "Independente de qualquer investigação, aquele avião não poderia ter pousado em Congonhas naquele dia", afirmou o diretor aos familiares das vítimas".
Segundo Galiano, foi em uma reunião realizada no Rio de Janeiro, no dia posterior ao acidente, que esta determinação perdeu validade. Mas até o acidente, estava em vigor. "Independente de qualquer investigação, aquele avião não poderia ter pousado em Congonhas naquele dia", afirmou o diretor aos familiares das vítimas".
Galiano aguarda para 5 de dezembro o resultado da perícia que será realizada nos manetes do Airbus acidentado, em Toulouse, na França. Através de uma ultrassonografia, a perícia vai investigar se um dos manetes estava mesmo em posição de aceleração no momento do pouso ou se houve falha de leitura no computador do avião.
Os próximos passos são o depoimento da ex-diretora da Anac, Denise Abreu, no próximo dia 3 de dezembro. Também serão chamados para depor o engenheiro responsável pelas reformas na pista do aeroporto e o chefe de escala de trabalho da TAM. No dia 12 de dezembro, a Polícia Civil vai ouvir o depoimento do diretor presidente da TAM, Marcos Bologna.
A previsão é de que o inquérito seja concluído até maio de 2008, quando a polícia poderá dizer se o que houve em Congonhas no dia 17 de julho foi um homicídio culposo ou se houve dolo. Para tanto, os familiares insistem na liberação da transcrição de 23 minutos das gravações de voz contidas na caixa preta e que não teriam sido divulgados pelas autoridades brasileiras. De acordo com os familiares, depois que a aeromoça que estava na cabine do avião pergunta "onde vamos pousar?", se passam 23 minutos sem nenhum registro de voz até iniciarem os procedimentos para pouso.
Indenizações
Na manhã de ontem, os familiares participaram de uma reunião com representantes da Defensoria Pública de São Paulo, do Ministério Público e do Procon de São Paulo. Na pauta, a proposta apresentada em outubro aos familiares, em encontro realizado em Porto Alegre, de um programa de indenizações, transparente e coletivo. Frustrados, os integrantes do grupo comunicaram aos familiares que a TAM manifestou não ter interesse neste tipo de negociação, preferindo seguir com as negociações individuais, sem apresentar, no entanto, uma justificativa plausível para isso.
"Fomos supreendidos com a negativa da TAM", disse o 1º Subdefensor Público-Geral do Estado, Renato Campos de Vitto.
Os familiares denunciaram aos representantes as dificuldades enfrentadas para o cumprimento do que foi acordado com a TAM através de um Termo de Compromisso, que garante a eles alguns benefícios, entre os quais assistência psicológica e plano de saúde. Muitos criticaram a qualidade do sistema de atendimento através do 0800 disponibilizado pela companhia aérea, e também a demora no pagamento de despesas assumidas e divulgadas publicamente pela TAM, o que vem causando constrangimento aos familiares.
Fonte: Terra
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