Equipe de Saúde Militar dos três ramos das Forças Armadas vai cumprir missão de um ano ao serviço da NATO no Afeganistão, sendo os efetivos substituídos de quatro em quatro meses.
Uma oficial médica da Força Aérea Portuguesa (FAP) deixou recentemente o ramo, pagando uma indenização superior a 100 mil euros, para não ir para o Afeganistão, soube o DN junto de fontes militares.
Mais dois clínicos militares da FAP já "manifestaram a intenção" de pedir o abate aos quadros, para também não prestarem serviço no Afeganistão, adiantaram as fontes. Estes dois casos, que ainda não terão sido formalizados junto do ramo, são dados como saídas certas nos bastidores da Força Aérea.
A FAP, questionada terça-feira sobre o assunto pelo DN, não respondeu. Fontes da Armada e do Exército, que também participam na missão, asseguraram não haver qualquer caso do gênero.
Este novo contributo militar português para a força da NATO no Afeganistão terá a duração mínima de um ano e será formada por 15 efetivos dos três ramos das Forças Armadas, cabendo à FAP o comando da missão. A rotação dos efetivos ocorrerá a cada período de quatro meses, partindo o primeiro grupo no próximo dia 1 de Julho, a bordo de um avião da Força Aérea, disse ontem ao DN o porta-voz do Estado-Maior General das Forças Armadas, comandante Ramos de Oliveira.
Quanto à portaria do Ministério da Defesa Nacional que vai enquadrar a missão, o presidente da Associação de Sargentos, Lima Coelho, afirmou ao DN que "continua por publicar". "Dizem que está a ser feita. Há quanto tempo [é que o Ministério o repete]?", questionou o sargento-ajudante.
Dentro da FAP, o caso é semelhante ao dos pilotos - pelo menos mais três oficiais decidiram sair nos últimos dias, para companhias aéreas privadas, de acordo com algumas fontes - que, há anos, deixam o ramo.
No caso dos médicos, assinalou uma das fontes, um eventual alastramento dos pedidos de abate aos quadros terá repercussões a dois níveis: ao nível das missões operacionais no estrangeiro (dentro de um ramo que se assume como expedicionário) e, depois, no plano do apoio hospitalar de retaguarda ao universo dos militares, que inclui os da reserva e reforma e, em certas situações, os familiares.
A dificuldade da Força Aérea em conseguir nomear médicos para a missão da NATO no Afeganistão é apenas a última expressão de problemas com que os ramos têm lidado ao longo dos anos, tanto a nível operacional como de treino e no próprio dia a dia dos hospitais.
A título de exemplo, é frequente lembrar-se a história - ocorrida há alguns anos - de um diretor do hospital de Marinha que, segundo a expressão de caserna usada por uma das fontes, "acabou encostado à parede" por tentar que os médicos militares cumprissem um horário mínimo naquela unidade.
A verdade é que, como enfatizou outra fonte, o universo militar é insuficiente para garantir aos médicos o treino e o número de atos clínicos suficientes para ganhar e manter competências clínicas e técnicas (como é o caso dos cirurgiões, por exemplo). Daí que muitos desses profissionais optem por trabalhar em hospitais civis e tenham consultórios particulares (também por questões salariais) -, algo que deveria ser adequadamente "tratado no âmbito da reforma da Saúde Militar", frisou um oficial superior.
Uma oficial médica da Força Aérea Portuguesa (FAP) deixou recentemente o ramo, pagando uma indenização superior a 100 mil euros, para não ir para o Afeganistão, soube o DN junto de fontes militares.
Mais dois clínicos militares da FAP já "manifestaram a intenção" de pedir o abate aos quadros, para também não prestarem serviço no Afeganistão, adiantaram as fontes. Estes dois casos, que ainda não terão sido formalizados junto do ramo, são dados como saídas certas nos bastidores da Força Aérea.
A FAP, questionada terça-feira sobre o assunto pelo DN, não respondeu. Fontes da Armada e do Exército, que também participam na missão, asseguraram não haver qualquer caso do gênero.
Este novo contributo militar português para a força da NATO no Afeganistão terá a duração mínima de um ano e será formada por 15 efetivos dos três ramos das Forças Armadas, cabendo à FAP o comando da missão. A rotação dos efetivos ocorrerá a cada período de quatro meses, partindo o primeiro grupo no próximo dia 1 de Julho, a bordo de um avião da Força Aérea, disse ontem ao DN o porta-voz do Estado-Maior General das Forças Armadas, comandante Ramos de Oliveira.
Quanto à portaria do Ministério da Defesa Nacional que vai enquadrar a missão, o presidente da Associação de Sargentos, Lima Coelho, afirmou ao DN que "continua por publicar". "Dizem que está a ser feita. Há quanto tempo [é que o Ministério o repete]?", questionou o sargento-ajudante.
Dentro da FAP, o caso é semelhante ao dos pilotos - pelo menos mais três oficiais decidiram sair nos últimos dias, para companhias aéreas privadas, de acordo com algumas fontes - que, há anos, deixam o ramo.
No caso dos médicos, assinalou uma das fontes, um eventual alastramento dos pedidos de abate aos quadros terá repercussões a dois níveis: ao nível das missões operacionais no estrangeiro (dentro de um ramo que se assume como expedicionário) e, depois, no plano do apoio hospitalar de retaguarda ao universo dos militares, que inclui os da reserva e reforma e, em certas situações, os familiares.
A dificuldade da Força Aérea em conseguir nomear médicos para a missão da NATO no Afeganistão é apenas a última expressão de problemas com que os ramos têm lidado ao longo dos anos, tanto a nível operacional como de treino e no próprio dia a dia dos hospitais.
A título de exemplo, é frequente lembrar-se a história - ocorrida há alguns anos - de um diretor do hospital de Marinha que, segundo a expressão de caserna usada por uma das fontes, "acabou encostado à parede" por tentar que os médicos militares cumprissem um horário mínimo naquela unidade.
A verdade é que, como enfatizou outra fonte, o universo militar é insuficiente para garantir aos médicos o treino e o número de atos clínicos suficientes para ganhar e manter competências clínicas e técnicas (como é o caso dos cirurgiões, por exemplo). Daí que muitos desses profissionais optem por trabalhar em hospitais civis e tenham consultórios particulares (também por questões salariais) -, algo que deveria ser adequadamente "tratado no âmbito da reforma da Saúde Militar", frisou um oficial superior.
Fonte: Diário de Notícias (Portugal)
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