A Gol e a TAM vão cancelar, a partir do fim de março, vôos para cidades de médio porte, devido principalmente à insuficiência de demanda para encher aviões grandes como os que são utilizados pelas duas companhias aéreas.
A Gol informou em nota que cancelará suas operações em São José do Rio Preto e Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, a partir do dia 25 deste mês. Já a TAM comunicou, também em nota, que deixará de operar vôos nas cidades de Caxias do Sul (RS) e Maringá (PR) após o dia 24.
No caso da Gol, a empresa afirmou que os cancelamentos se devem à baixa demanda e ao fato de que a companhia precisou cortar alguns vôos para se adequar à redução do número de slots no aeroporto de Congonhas (SP). A empresa operava, tanto a partir de Rio Preto quanto de Ribeirão Preto, dois vôos diários para São Paulo e mais um vôo diário entre Rio Preto e Cuiabá. A empresa informou que não vai demitir os funcionários nos aeroportos.
Já a TAM deixará de realizar dois vôos diários a partir Maringá, um ligando a cidade paranaense a Curitiba e o outro a São Paulo. A empresa não confirmou o número de operações feitas a partir de Caxias, mas pelo site é possível ver que há pelo menos um vôo direto que liga a cidade a São Paulo. A TAM operava essas rotas de tráfego moderado com os aviões Fokker 100, que têm cerca de 108 assentos. Mas a empresa devolveu todos os aviões desse modelo no fim do ano passado e agora opera as rotas domésticas com os Airbus A319 e A320 - com cerca de 140 e 180 assentos, respectivamente. A demanda em algumas desses destinos, portanto, não é suficiente para viabilizar operações rentáveis com as aeronaves maiores.
A desistência das companhias pode ser considerada um indício de que existem rotas viáveis para empresas aéreas que operam aviões menores. É justamente a oportunidade de assumir esse espaço no mercado que está sendo estudada pelo empresário americano David Neeleman, criador da JetBlue. Nos seus planos para criar uma companhia aérea brasileira, estão contemplados vôos diretos em cidades de médio e grande porte, que seriam realizados com jatos da Embraer. A fabricante nacional oferece jatos cujas capacidades variam de 70 a 122 lugares.
Fonte: Roberta Campassi (Valor Econômico, para o Valor Online)
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