As autoridades do governo de fato de Honduras autorizaram a abertura dos aeroportos, que voltaram a funcionar na manhã desta quinta-feira (24). Porém, ainda há restrição aos voos internacionais. Os aeroportos estavam fechados desde segunda-feira, quando o presidente deposto Manuel Zelaya entrou no país inesperadamente. A medida entra em vigor junto com o fim do toque de recolher, que vigorava desde segunda-feira e que foi encerrado hoje, às 6h, horário local (9h, horário de Brasília).
O diretor da Aeronáutica Civil, Alfredo San Martín, disse à radio América que "com a suspensão do toque de recolher se normalizam" as operações nos quatro aeroportos internacionais do país, mas "momentaneamente só para os voos locais". Martín acrescentou que a decisão de normalização dos voos internacionais depende da Presidência da República. Honduras tem aeroportos internacionais em Tegucigalpa, San Pedro Sula (norte) e na caribenha La Ceiba e na ilha de Roatán.Os elementos da crise
Desde que foi eleito, em 2005, Manuel Zelaya se aproximou cada vez mais dos governos de esquerda da América Latina, promovendo políticas sociais no país. Ao mesmo tempo, seus críticos argumentam que Zelaya teria se tornado um fantoche do líder venezuelano Hugo Chávez e acabou sendo deposto porque estava promovendo uma tentativa ilegal de reformar a constituição
A atividade na capital, Tegucigalpa, voltou à normalidade com a abertura dos estabelecimentos comerciais e o fluxo de carros após uma noite tranquila.
França apoia proposta do Brasil
A França expressou hoje seu apoio à demanda do Brasil para que o Conselho de Segurança da ONU analise a crise em Honduras e a situação concreta do presidente deposto Manuel Zelaya, refugiado na embaixada brasileira em Tegucigalpa.
"Apoiamos a demanda do Brasil para que as questões sobre a inviolabilidade de sua embaixada e a segurança do presidente Zelaya e do pessoal diplomático brasileiro sejam abordadas no Conselho de Segurança", disse uma porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores francês.
Neste sentido, disse, a França participará das "consultas" previstas para amanhã no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi quem formulou a solicitação para convocar uma reunião de emergência do Conselho de Segurança para avaliar a crise hondurenha, um pedido que os Estados Unidos, que ocupa a atual presidência do organismo, estão avaliando.
Pelo governo francês, a porta-voz Christine Fages também disse que "apoiamos os esforços do Brasil, com o qual mantemos uma estreita cooperação, para encontrar uma solução negociada a esta crise".
Confrontos deixam dois mortos
Dois homens morreram em Honduras nos distúrbios ocorridos após o retorno do presidente deposto Manuel Zelaya ao país, informou a polícia local.
O porta-voz da Polícia Nacional, Orlin Cerrato, disse à imprensa que um homem morreu nesta quarta-feira (23) em um hospital do Instituto Hondurenho de Seguridade Social depois de ser ferido na noite de terça-feira em um enfrentamento com policiais na capital Tegucigalpa.
O outro morto é um ativista do movimento de resistência contra o golpe de Estado que participava de um protesto. Cerrato disse que desconhece as causas da morte. "Não sabemos como esta pessoa morreu. Estamos investigando as razões. Não se sabe se foi atropelado ou o que aconteceu", disse.
O porta-voz não forneceu a identidade de nenhuma das vítimas. Cerrato confirmou ainda que 113 pessoas foram liberadas nesta quarta-feira depois de terem sido detidas na terça quando participavam de protestos em pontos distintos da capital.
O presidente do Comitê de Defesa dos Direitos Humanos de Honduras, Andrés Pavón, disse à agência AFP que mais de 100 pessoas foram presas nesta quarta depois de uma manifestação pró-Zelaya.
A Anistia Internacional denunciou um aumento das agressões policiais, as prisões em massa de manifestantes contrários ao governo interino de Honduras e a intimidação de ativistas dos direitos humanos no país. "A situação em Honduras só pode ser descrita como alarmante", disse Susan Lee, diretora da Anistia para as Américas, em comunicado emitido pela organização.
Depois do retorno de Zelaya a Tegucigalpa, a Anistia Internacional afirma que "numerosos manifestantes" foram agredidos na terça-feira pelas forças policiais e que "centenas" foram presos na capital. Segundo Lee, "os ataques contra os defensores dos direitos humanos, a suspensão dos meios de comunicação, as agressões da polícia e as informações de prisões massivas indicam que os direitos humanos e a vigência da lei correm sérios riscos em Honduras".
A Anistia Internacional acredita que, para acabar com a crise, o presidente interino Roberto Micheletti deve "parar com a política de repressão e violência" e, em troca "respeitar os direitos à liberdade e à expressão de associação". Além disso, a entidade insiste que a comunidade internacional deve "buscar urgentemente uma solução, antes que a crise de direitos humanos em Honduras se aprofunde".
Manuel Zelaya foi deposto em 28 de junho por militares hondurenhos sob a alegação de que ele infringia a Constituição ao tentar realizar uma consulta popular sobre mudanças constitucionais. Zelaya pretendia modificar a legislação para permitir a reeleição, o que é proibida pela Constituição de Honduras. O presidente deposto, cujo mandato termina no início do próximo ano, nega que pretendesse continuar no poder.
O presidente deposto, que retornou na segunda-feira (21) a Tegucigalpa em um movimento surpresa, recebeu autorização da chancelaria do Brasil para se abrigar na embaixada brasileira em Honduras. Toda embaixada possui status de território estrangeiro, e por isso a polícia e o exército hondurenhos não podem entrar no local sem autorização.
A inesperada chegada de Zelaya há quatro dias na delegação diplomática do Brasil causou um conflito inédito e difícil de ser resolvido, pois não há uma situação técnica de asilo nem de refúgio, e a embaixada ficou no centro do conflito.
Calcula-se que 100 pessoas, entre parentes e simpatizantes de Zelaya, estão dentro da sede diplomática brasileira.
Os elementos da crise
Desde que foi eleito, em 2005, Manuel Zelaya se aproximou cada vez mais dos governos de esquerda da América Latina, promovendo políticas sociais no país. Ao mesmo tempo, seus críticos argumentam que Zelaya teria se tornado um fantoche do líder venezuelano Hugo Chávez e acabou sendo deposto porque estava promovendo uma tentativa ilegal de reformar a constituição
Leia mais sobre a cronologia da crise hondurenha
Veja mais fotos: Apoiadores de Zelaya enfrentam dificuldades na embaixada brasileira em Honduras
Fonte: UOL Notícias
O diretor da Aeronáutica Civil, Alfredo San Martín, disse à radio América que "com a suspensão do toque de recolher se normalizam" as operações nos quatro aeroportos internacionais do país, mas "momentaneamente só para os voos locais". Martín acrescentou que a decisão de normalização dos voos internacionais depende da Presidência da República. Honduras tem aeroportos internacionais em Tegucigalpa, San Pedro Sula (norte) e na caribenha La Ceiba e na ilha de Roatán.Os elementos da crise
Desde que foi eleito, em 2005, Manuel Zelaya se aproximou cada vez mais dos governos de esquerda da América Latina, promovendo políticas sociais no país. Ao mesmo tempo, seus críticos argumentam que Zelaya teria se tornado um fantoche do líder venezuelano Hugo Chávez e acabou sendo deposto porque estava promovendo uma tentativa ilegal de reformar a constituição
A atividade na capital, Tegucigalpa, voltou à normalidade com a abertura dos estabelecimentos comerciais e o fluxo de carros após uma noite tranquila.
França apoia proposta do Brasil
A França expressou hoje seu apoio à demanda do Brasil para que o Conselho de Segurança da ONU analise a crise em Honduras e a situação concreta do presidente deposto Manuel Zelaya, refugiado na embaixada brasileira em Tegucigalpa.
"Apoiamos a demanda do Brasil para que as questões sobre a inviolabilidade de sua embaixada e a segurança do presidente Zelaya e do pessoal diplomático brasileiro sejam abordadas no Conselho de Segurança", disse uma porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores francês.
Neste sentido, disse, a França participará das "consultas" previstas para amanhã no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi quem formulou a solicitação para convocar uma reunião de emergência do Conselho de Segurança para avaliar a crise hondurenha, um pedido que os Estados Unidos, que ocupa a atual presidência do organismo, estão avaliando.
Pelo governo francês, a porta-voz Christine Fages também disse que "apoiamos os esforços do Brasil, com o qual mantemos uma estreita cooperação, para encontrar uma solução negociada a esta crise".
Confrontos deixam dois mortos
Dois homens morreram em Honduras nos distúrbios ocorridos após o retorno do presidente deposto Manuel Zelaya ao país, informou a polícia local.
O porta-voz da Polícia Nacional, Orlin Cerrato, disse à imprensa que um homem morreu nesta quarta-feira (23) em um hospital do Instituto Hondurenho de Seguridade Social depois de ser ferido na noite de terça-feira em um enfrentamento com policiais na capital Tegucigalpa.
O outro morto é um ativista do movimento de resistência contra o golpe de Estado que participava de um protesto. Cerrato disse que desconhece as causas da morte. "Não sabemos como esta pessoa morreu. Estamos investigando as razões. Não se sabe se foi atropelado ou o que aconteceu", disse.
O porta-voz não forneceu a identidade de nenhuma das vítimas. Cerrato confirmou ainda que 113 pessoas foram liberadas nesta quarta-feira depois de terem sido detidas na terça quando participavam de protestos em pontos distintos da capital.
O presidente do Comitê de Defesa dos Direitos Humanos de Honduras, Andrés Pavón, disse à agência AFP que mais de 100 pessoas foram presas nesta quarta depois de uma manifestação pró-Zelaya.
A Anistia Internacional denunciou um aumento das agressões policiais, as prisões em massa de manifestantes contrários ao governo interino de Honduras e a intimidação de ativistas dos direitos humanos no país. "A situação em Honduras só pode ser descrita como alarmante", disse Susan Lee, diretora da Anistia para as Américas, em comunicado emitido pela organização.
Depois do retorno de Zelaya a Tegucigalpa, a Anistia Internacional afirma que "numerosos manifestantes" foram agredidos na terça-feira pelas forças policiais e que "centenas" foram presos na capital. Segundo Lee, "os ataques contra os defensores dos direitos humanos, a suspensão dos meios de comunicação, as agressões da polícia e as informações de prisões massivas indicam que os direitos humanos e a vigência da lei correm sérios riscos em Honduras".
A Anistia Internacional acredita que, para acabar com a crise, o presidente interino Roberto Micheletti deve "parar com a política de repressão e violência" e, em troca "respeitar os direitos à liberdade e à expressão de associação". Além disso, a entidade insiste que a comunidade internacional deve "buscar urgentemente uma solução, antes que a crise de direitos humanos em Honduras se aprofunde".
Manuel Zelaya foi deposto em 28 de junho por militares hondurenhos sob a alegação de que ele infringia a Constituição ao tentar realizar uma consulta popular sobre mudanças constitucionais. Zelaya pretendia modificar a legislação para permitir a reeleição, o que é proibida pela Constituição de Honduras. O presidente deposto, cujo mandato termina no início do próximo ano, nega que pretendesse continuar no poder.
O presidente deposto, que retornou na segunda-feira (21) a Tegucigalpa em um movimento surpresa, recebeu autorização da chancelaria do Brasil para se abrigar na embaixada brasileira em Honduras. Toda embaixada possui status de território estrangeiro, e por isso a polícia e o exército hondurenhos não podem entrar no local sem autorização.
A inesperada chegada de Zelaya há quatro dias na delegação diplomática do Brasil causou um conflito inédito e difícil de ser resolvido, pois não há uma situação técnica de asilo nem de refúgio, e a embaixada ficou no centro do conflito.
Calcula-se que 100 pessoas, entre parentes e simpatizantes de Zelaya, estão dentro da sede diplomática brasileira.
Os elementos da crise
Desde que foi eleito, em 2005, Manuel Zelaya se aproximou cada vez mais dos governos de esquerda da América Latina, promovendo políticas sociais no país. Ao mesmo tempo, seus críticos argumentam que Zelaya teria se tornado um fantoche do líder venezuelano Hugo Chávez e acabou sendo deposto porque estava promovendo uma tentativa ilegal de reformar a constituição
Leia mais sobre a cronologia da crise hondurenha
Veja mais fotos: Apoiadores de Zelaya enfrentam dificuldades na embaixada brasileira em Honduras
Fonte: UOL Notícias
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