Após oito horas de intensas negociações, o plano de recuperação da VarigLog foi reprovado pelos credores. Esse grupo de credores representa 62% da dívida de cerca de R$ 184 milhões que a empresa de transporte de cargas possui com bancos e fornecedores. Os trabalhadores, que têm R$ 3,8 milhões a receber da empresa, aprovaram por unanimidade a proposta.
Com a reprovação do plano de recuperação judicial, a Justiça poderá decretar a falência da VarigLog que possui, no total, um passivo superior a R$ 447 milhões.
" Não chorem porque a batalha não terminou. Só vou considerar essa batalha perdida quando a juíza decretar a falência " , disse Chan Lup Wai Ohira, dona da Velog, empresa que, desde meados de agosto, é dona da VarigLog.
Durante todo o dia de ontem, no hangar da VarigLog ao lado do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, Lup tentou negociar com os advogados dos credores, segurando um santinho na mão.
" Durante a votação, me ausentei do galpão porque estava lá dentro rezando " , disse aos funcionários, ao final da assembleia.
Apesar das orações, essa não foi única derrota de Lup na quarta-feira de tempo ruim. Logo pela manhã foi anunciada uma liminar, obtida pelos ex-sócios da VarigLog Marco Audi e Marcos Haftel, impedindo a negociação entre Velog e Volo do Brasil, fechada em agosto.
A Volo, que havia adquirido a VarigLog, tem como acionista principal o fundo americano Matlin Patterson, que por sua vez tem como acionista majoritário Lap Chan, irmão de Lup. Em agosto, a Volo transferiu o controle da VarigLog à Velog, com sede no Panamá.
Durante as primeiras horas do dia, quem esteve à frente da assembleia representando a VarigLog foi o empresário Germán Efromovich, dono do grupo Sinergy do qual fazem parte as companhias aéreas Avianca e Ocean Air, além do estaleiro Mauá, no Rio.
Os ânimos já estavam à flor da pele. Efromovich e João Simão Neto, representante da Vera Cruz Táxi Aéreo, bateram boca por conta da liminar anunciada naquele momento.
Levando-se em consideração o número de credores, a votação foi bastante acirrada. Foram 32 aprovações contra 27 reprovações, porém esse último grupo detinha o maior montante da dívida. Entre eles estavam grandes credores como Itaú BBA, Shell do Brasil e Lufhansa, entre outros.
Apenas dois grandes credores deram votos positivos, o fundo de pensão Aerus e a companhia Chromalloy Turbine, que tem créditos de R$ 22 milhões. O representante da Chromalloy foi o que mais fez reivindicações, sendo que seu voto foi favorável porque boa parte dos seus pedidos foi acatada pela VarigLog.
Segundo vários advogados presentes na assembleia, o plano de recuperação previa condições extremamente desvantajosas. Para os credores com créditos acima de R$ 20 mil, cujo montante total é R$ 182,5 milhões, a ideia era pagar 15% da dívida em parcelas trimestrais entre abril de 2012 e janeiro de 2022.
Os demais 85% seriam pagos a partir de 2013 caso houvesse um lajida (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) acima do projetado pela empresa. Uma fatia de 35% de um eventual saldo no lajida seria usada para pagar credores. Mas, sem esse saldo, 85% da dívida seria paga em 30 anos, a partir de 2022.
Fonte: Beth Koike (Valor Online)
Com a reprovação do plano de recuperação judicial, a Justiça poderá decretar a falência da VarigLog que possui, no total, um passivo superior a R$ 447 milhões.
" Não chorem porque a batalha não terminou. Só vou considerar essa batalha perdida quando a juíza decretar a falência " , disse Chan Lup Wai Ohira, dona da Velog, empresa que, desde meados de agosto, é dona da VarigLog.
Durante todo o dia de ontem, no hangar da VarigLog ao lado do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, Lup tentou negociar com os advogados dos credores, segurando um santinho na mão.
" Durante a votação, me ausentei do galpão porque estava lá dentro rezando " , disse aos funcionários, ao final da assembleia.
Apesar das orações, essa não foi única derrota de Lup na quarta-feira de tempo ruim. Logo pela manhã foi anunciada uma liminar, obtida pelos ex-sócios da VarigLog Marco Audi e Marcos Haftel, impedindo a negociação entre Velog e Volo do Brasil, fechada em agosto.
A Volo, que havia adquirido a VarigLog, tem como acionista principal o fundo americano Matlin Patterson, que por sua vez tem como acionista majoritário Lap Chan, irmão de Lup. Em agosto, a Volo transferiu o controle da VarigLog à Velog, com sede no Panamá.
Durante as primeiras horas do dia, quem esteve à frente da assembleia representando a VarigLog foi o empresário Germán Efromovich, dono do grupo Sinergy do qual fazem parte as companhias aéreas Avianca e Ocean Air, além do estaleiro Mauá, no Rio.
Os ânimos já estavam à flor da pele. Efromovich e João Simão Neto, representante da Vera Cruz Táxi Aéreo, bateram boca por conta da liminar anunciada naquele momento.
Levando-se em consideração o número de credores, a votação foi bastante acirrada. Foram 32 aprovações contra 27 reprovações, porém esse último grupo detinha o maior montante da dívida. Entre eles estavam grandes credores como Itaú BBA, Shell do Brasil e Lufhansa, entre outros.
Apenas dois grandes credores deram votos positivos, o fundo de pensão Aerus e a companhia Chromalloy Turbine, que tem créditos de R$ 22 milhões. O representante da Chromalloy foi o que mais fez reivindicações, sendo que seu voto foi favorável porque boa parte dos seus pedidos foi acatada pela VarigLog.
Segundo vários advogados presentes na assembleia, o plano de recuperação previa condições extremamente desvantajosas. Para os credores com créditos acima de R$ 20 mil, cujo montante total é R$ 182,5 milhões, a ideia era pagar 15% da dívida em parcelas trimestrais entre abril de 2012 e janeiro de 2022.
Os demais 85% seriam pagos a partir de 2013 caso houvesse um lajida (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) acima do projetado pela empresa. Uma fatia de 35% de um eventual saldo no lajida seria usada para pagar credores. Mas, sem esse saldo, 85% da dívida seria paga em 30 anos, a partir de 2022.
Fonte: Beth Koike (Valor Online)
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