terça-feira, 3 de agosto de 2010

Carteira da Embraer contará com mais 37 pedidos no 3º trimestre

A carteira de pedidos firmes da Embraer deve contabilizar no próximo trimestre 37 novas encomendas, disse hoje o vice-presidente executivo de Finanças da fabricante de aeronaves, Luiz Carlos Aguiar. Segundo o executivo, a maior parte dos pedidos, 35 modelos E-175, foram encomendados pela empresa aérea de baixo custo Flybe, enquanto outras duas aeronaves 190 são referentes a um contrato com a Trip. Outros cinco pedidos firmes, anunciados anteriormente de companhia, correspondem a encomendas feitas pela Azul.

Para 2010, a meta da Embraer é entregar 90 jatos comerciais e 137 aeronaves executivas, das quais 120 devem ser jatos da família Phenom e outras 17, dos modelos Legacy e Lineage, informou Aguiar durante teleconferência sobre os resultados do segundo trimestre.

De acordo com o balanço contábil anunciado ontem, a carteira de pedidos firmes para até três anos alcançou US$ 15,2 bilhões em junho.

Sobre as diversas cartas de intenção assinadas durante o salão aeronáutico de Farnborough, que ocorreu em julho, na Inglaterra, Aguiar garante que a probabilidade de os acordos se transformarem em pedidos firmes é "enorme".

O evento foi proveitoso para os negócios da companhia. Um dos principais acordos foi o firmado com a Flybe, para encomenda de até 140 aeronaves, um negócio que pode chegar a US$ 5 bilhões. Também foram anunciados protocolos de intenção com a Republic Airlines, para a venda de 24 jatos modelo 190, com valor estimado em US$ 960 milhões, e com a Air Lease, para 15 jatos modelo 190, sem valor estimado.

Já no caso do contrato com a FAB, também anunciado durante a Farnborough, para a compra de 28 jatos militares de carga do modelo KC-390, o executivo pondera que o modelo desses aviões ainda está sendo configurado. "Precisa de um tempo para precificar, então, nesse caso, levará um tempo bem maior, de até 24 meses", disse.

Pressionada pelas concorrentes, a Embraer deve concluir os estudos para a modernização dos motores de alguns de seus jatos ou de um novo avião até o fim do ano. De acordo com Aguiar, caso uma decisão nesse sentido seja tomada, o investimento destinado ao projeto será de até US$ 700 milhões.

"Estamos estudando uma evolução no conjunto de produtos mas ainda não temos a configuração de um novo avião formada. Até o fim do ano devemos completar esse ciclo de estudo. Hoje temos um produto campeão, temos que pensar isso com muito cuidado", ponderou.

No segundo trimestre, a Embraer viu seu lucro recuar 77%, com resultado líquido de R$ 109 milhões. O desempenho foi prejudicado pelo efeito da variação cambial sobre o cálculo do Imposto de Renda. A fabricante de aeronaves reportou perdas de R$ 119,9 milhões na linha de Imposto de Renda e contribuição social.

"Neste ano, o fator câmbio gerou um efeito contrário ao segundo trimestre do ano passado. Desta vez, com o impacto da variação cambial, gerou-se um débito tributário no nosso resultado, que consumiu parte do nosso lucro", explica o executivo.

A empresa também elevou em 5% a projeção para a receita líquida neste ano, de US$ 5 bilhões para US$ 5,25 bilhões. Segundo Aguiar, como a companhia não prevê aumento significativo de suas despesas para o segundo semestre, o lucro antes de juros e impostos (EBIT, na sigla em inglês) projetado para o ano foi elevado em 13%, de US$ 300 milhões para US$ 340 milhões.

Fonte: Ana Luísa Westphalen (Valor Online) via O Globo

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