Confiança em dar atendimento de nível internacional às seleções e torcedores e ser irrepreensível no quesito segurança. A promessa da Acsa, a Infraero da África do Sul, começa a ser testada nesta quarta-feira, quando a Austrália desembarca no OR Tambo International, em Joanesburgo. Será a primeira seleção a chegar ao país do Mundial.
"O mundo irá ver, desde lá de cima, que temos o melhor a oferecer", afirmou por meio de comunicado Tebogo Mekgoe, gerente-geral da Acsa (sigla em inglês de Companhia dos Aeroportos da África do Sul), numa referência aos aeroportos de Joanesburgo, Cidade do Cabo e Durban, os três principais da África do Sul.
Não faltarão oportunidades para a confiança de Mekgoe ser justificada - ou então virar uma tremenda desilusão. Até esta sexta-feira desembarcam mais três seleções – entre elas o Brasil. Na próxima semana, serão mais 16 seleções a pisarem na África do Sul. E isso apenas em Joanesburgo. Para agradar as delegações, a Acsa também criou procedimentos para a passagem das seleções pela alfândega sul-africana.
A capacidade do OR Tambo foi duplicada para dar fluxo aos cerca de 300 mil torcedores que devem passar pelo local. Com isso, o complexo aeroportuário espera atender sem problemas à estimativa de fluxo de 4 mil passageiros por hora nos momentos de pico de tráfego durante a competição. "Estamos 100% prontos", enfatiza Chris Hlekane, gerente-geral do aeroporto.
Mas Hlekane e sua equipe dão a entender que tudo funcionará melhor se os torcedores não fizerem do aeroporto seu habitat durante a fase de desembarque das seleções. "Nossa visão é que os torcedores não devem dar as boas-vindas aqui. Há a televisão, as pessoas podem ver os jogadores ali", disse Jason Tshabalala, chefe de segurança da Acsa.
Terrorismo e falhas
Mas o assédio dos torcedores é o menor dos problemas para Tshabalala. O foco é em ações antiterrorismo. "A polícia sul-africana está coordenando toda a metodologia de segurança, e nós somos parte ativa desse processo", disse. "Existem diferentes níveis de ameaça, e estamos devidamente orientados para agir em cada um deles" completou.
Foi feito um investimento de US$ 3 milhões em tecnologia e equipamentos apenas no OR Tambo. Foram compradas dezenas de novas máquinas de raios-X, detectores de metal e medidores de calor. Cerca de mil policiais trabalharão no local, e haverá três rondas com cães farejadores por dia.
Tudo isso, no entanto, não tem evitado suspeitas de deslizes. Segundo a imprensa sul-africana, facas, seringas, chaves de fenda, tesouras e lâminas de barbear passaram pelo aparato de segurança do OR Tambo, bem como um frasco inofensivo, mas rotulado como contendo uma substância perigosa.
A Acsa não confirmou a informação. Limitou-se a dizer que "violações desse tipo são uma rara ocorrência". Makgale Salomão, porta-voz da instituição, frisou mais uma vez os investimentos, inclusive na capacitação dos agentes envolvidos. "Nosso pessoal é altamente especializado. Como resultado, mais de 700 itens proibidos são detectados diariamente nos aeroportos de todo o país".
Ainda assim, a Acsa admitiu, em comunicado, que melhorias podem ser feitas. "Acsa tranquiliza os passageiros que continuará a aplicar medidas mais rigorosas de segurança em todos os seus aeroportos, como parte de seu compromisso com a segurança aérea de viagens, agora, durante e depois da Copa do Mundo de 2010".
A seleção brasileira tem chegada prevista a Joanesburgo para as 2h (horário de Brasília) desta quinta-feira. A delegação vem de Brasília, onde faz escala para participar de cerimônia com o presidente Luiz Inácio Lula de Silva. A decolagem está prevista para as 17h (horário de Brasília)
A delegação deixa Curitiba, local da primeira fase da preparação, em voo fretado às 12h30 desta quarta-feira e faz uma escala na capital para cerimônia com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Fonte: Daniel Tozzi e Levi Guimarães (iG - com agências de notícias) - Foto: AP
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