Menina teve de ser levada de Alvorada para Santa Maria, onde foi internada em hospital privado em vaga custeada pelo SUS
Às 22h30min de segunda-feira decolou de Porto Alegre rumo a Santa Maria um avião-ambulância levando carga frágil, a pequena Yasmim da Silva Müller, um ano de idade. A menina quase não conseguia respirar, vitimada por uma infecção respiratória. Não havia vaga para ela em Alvorada, onde vive com a mãe. O fretamento de um bimotor King Air da Unimed, empresa privada de assistência em saúde, salvou a vida da criança, mas expôs a crônica falta de lugar em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) pediátricas na Região Metropolitana.
Yasmin apresentava bronquiolite, infecção nos brônquios causada por um vírus, com ameaça de parada respiratória. O hospital de Alvorada, onde ela ficou internada quase 20 dias e ainda assim continuou com o problema, não dispõe de UTI pediátrica.
O diretor do estabelecimento, pediatra Marçal Lerner, diz que até poderia ter tentado colocar a criança na UTI neonatal (específica para bebês com até 28 dias de vida) existente no hospital, mas não fez isso por dois motivos: os 18 leitos para recém-nascidos estão ocupados e a infecção de Yasmin poderia disseminar-se e comprometer a saúde dos nenês.
– Preferimos tentar a transferência, só que a Central de Leitos do Estado não dispunha de vagas na Região Metropolitana. Devido ao risco de vida, a saída foi fretar o avião até Santa Maria, onde havia lugar – relata Lerner.
O temor dos médicos de Alvorada, que pela primeira vez fretaram uma aeronave, é compreensível. Há cerca de dois anos, o hospital registrou morte de uma criança que precisava de UTI pediátrica. É que nos municípios metropolitanos (com exceção da Capital), custeados pelo Sistema Único de Saúde, só existem seis leitos desse tipo (conforme dados do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul – Simers).
Estado bancou custo com avião, de mais de R$ 6 mil
Yasmin acabou internada no Hospital da Caridade Astrogildo Azevedo, em Santa Maria, que é privado. O Estado terá de pagar a internação dela e também o fretamento do avião, que custou mais de R$ 6 mil. É um dilema crônico. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) gastou, no ano passado, uma média de R$ 5.315 por criança internada em UTI no Rio Grande do Sul. Foram mais de 7 mil internações infantis em 2009 incluindo leitos públicos e privados.
Não há previsão de alta para Yasmin, mas as notícias são boas. Conforme o boletim passado pelo hospital, a situação dela se estabilizou, e os médicos acreditam que o risco de morte passou.
Fonte: Humberto Trezzi (Zero Hora)
Às 22h30min de segunda-feira decolou de Porto Alegre rumo a Santa Maria um avião-ambulância levando carga frágil, a pequena Yasmim da Silva Müller, um ano de idade. A menina quase não conseguia respirar, vitimada por uma infecção respiratória. Não havia vaga para ela em Alvorada, onde vive com a mãe. O fretamento de um bimotor King Air da Unimed, empresa privada de assistência em saúde, salvou a vida da criança, mas expôs a crônica falta de lugar em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) pediátricas na Região Metropolitana.
Yasmin apresentava bronquiolite, infecção nos brônquios causada por um vírus, com ameaça de parada respiratória. O hospital de Alvorada, onde ela ficou internada quase 20 dias e ainda assim continuou com o problema, não dispõe de UTI pediátrica.
O diretor do estabelecimento, pediatra Marçal Lerner, diz que até poderia ter tentado colocar a criança na UTI neonatal (específica para bebês com até 28 dias de vida) existente no hospital, mas não fez isso por dois motivos: os 18 leitos para recém-nascidos estão ocupados e a infecção de Yasmin poderia disseminar-se e comprometer a saúde dos nenês.
– Preferimos tentar a transferência, só que a Central de Leitos do Estado não dispunha de vagas na Região Metropolitana. Devido ao risco de vida, a saída foi fretar o avião até Santa Maria, onde havia lugar – relata Lerner.
O temor dos médicos de Alvorada, que pela primeira vez fretaram uma aeronave, é compreensível. Há cerca de dois anos, o hospital registrou morte de uma criança que precisava de UTI pediátrica. É que nos municípios metropolitanos (com exceção da Capital), custeados pelo Sistema Único de Saúde, só existem seis leitos desse tipo (conforme dados do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul – Simers).
Estado bancou custo com avião, de mais de R$ 6 mil
Yasmin acabou internada no Hospital da Caridade Astrogildo Azevedo, em Santa Maria, que é privado. O Estado terá de pagar a internação dela e também o fretamento do avião, que custou mais de R$ 6 mil. É um dilema crônico. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) gastou, no ano passado, uma média de R$ 5.315 por criança internada em UTI no Rio Grande do Sul. Foram mais de 7 mil internações infantis em 2009 incluindo leitos públicos e privados.
Não há previsão de alta para Yasmin, mas as notícias são boas. Conforme o boletim passado pelo hospital, a situação dela se estabilizou, e os médicos acreditam que o risco de morte passou.
Fonte: Humberto Trezzi (Zero Hora)
Nenhum comentário:
Postar um comentário