Universitário cursa último ano na UFMG.
O estudante mineiro Flávio Henrique de Vasconcelos Alves (foto) voltou satisfeito do estágio que concluiu recentemente em um instituto ligado à Nasa (a agência espacial americana), nos Estados Unidos. Ele colaborou com o departamento responsável pela saúde dos astronautas.
Ainda em 2010, o universitário deve concluir curso de engenharia de controle e automação, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Em dezembro de 2009, Flávio embarcou para Dallas, naquele país, rumo ao National Space Biomedical Research Institute, onde ficou cerca de dois meses. À época, ele explicou ao G1 que trabalharia com análise de sinais e desenvolvimento de ferramentas computacionais aplicadas à engenharia biomédica. Com base em material coletado durante exames médicos que os astronautas fizessem, participaria da elaboração dos cálculos que definiriam o tempo que cada um deles poderia ficar em uma missão espacial.
“No fim, acabei me envolvendo em mais projetos do que o programado incialmente”, contou. “A experiência foi muito melhor do que eu esperava. Eles me apresentaram desafios”.
Após desenvolver um software para a coleta de dados relativos à saúde dos astronautas, por sua iniciativa e que acabou sendo testado e implementado pelo departamento americano, o estudante foi convidado a tentar otimizar um outro programa. Ele teria que, em suma, trabalhar para que essa ferramenta reduzisse seu tempo de processamento. “Deu certo”, conta.
O professor Eduardo Mazoni, da UFMG, teve acesso às apresentações dos trabalhos do universitário. “Ele conseguiu otimização ‘dramática’”, classificou, sobre o resultado obtido pelo aluno em sua segunda tarefa. "Não estive lá, mas nos correspondemos por e-mail algumas vezes", conta.
Da experiência fora, surgiu a ideia para o trabalho de conclusão de curso do estudante neste ano: “quero trabalhar no desenvolvimento de um software simples, que possa ser utilizado em hospitais públicos e faça avaliações cardíacas, ou seja, que identifique os riscos de uma pessoa ter doenças no coração em um prazo de dois anos”.
Caminho até a Nasa
A oportunidade do estágio no instituto americano apareceu a partir do desenvolvimento de um trabalho que ele fez na Inglaterra sob a supervisão de um pesquisador da universidade de Oxford.
Flávio fez um intercâmbio pela UFMG no primeiro semestre de 2009, em Portugal, e enquanto esteve por lá enviou uma sugestão para o trabalho de um pesquisador inglês de Oxford, sobre análise de sinais biomédicos. “Ele gostou do que sugeri e me convidou para estudar por três semanas na Inglaterra. Lá, me deu uma tarefa e acabei desenvolvendo um trabalho com orientação dele”, contou o estudante.
Durante o período em que esteve na Inglaterra, Flávio descobriu as atividades do órgão ligado à Nasa e decidiu que batalharia por um estágio lá.
Após as experiências internacionais, o universitário faz questão de manter a humildade. “Não fiz nada de outro planeta”, diz. “Não quero que fique a impressão de genialidade. Sou um aluno que quer aprender e teve coragem de sair para o mundo”.
“O exemplo do Flávio mostra que esse tipo de experiência está ao alcance de qualquer aluno interessado. Basta saber aproveitar as oportunidades disponíveis e ter coragem para encará-las”, avalia Mazoni.
Fonte: Érica Polo (G1) - Foto: Arquivo Pessoal
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