Justiça do DF determina à polícia paulista que faça o empresário, fundador da Gol Linhas Aéreas, cumprir a prisão domiciliar a que está submetido, condenado por encomendar dois assassinatos em Taguatinga, há oito anos
A Justiça do DF pediu oficialmente à comarca paulista que faça cumprir a prisão domiciliar do empresário Constantino de Oliveira, 78 anos, o Nenê Constantino. Acusado de ser o mandante de dois assassinatos relacionados a disputas por um terreno em Taguatinga, o empresário, que construiu um império na área do transporte coletivo e fundou a Gol Linhas Aéreas, teve a prisão preventiva decretada no último dia 21. Sua defesa conseguiu o relaxamento para prisão domiciliar no dia seguinte, sob a alegação de que o réu está doente. Os advogados de Constantino informaram ao Judiciário que ele estaria cumprindo a determinação desde o dia 24 de maio, quando teria deixado um hospital em São Paulo. Policiais brasilienses descobriram, porém, que o dono da maior frota de ônibus urbanos do país deixa seu apartamento em Moema, bairro nobre de São Paulo, quando bem entende, já que não há ninguém vigiando. As autoridades paulistas ainda não responderam ao pedido do juiz Almir Andrade, do Tribunal do Júri de Taguatinga.
A expectativa do juiz é de que a polícia paulista faça escolta na porta do apartamento do empresário. Por isso, ele mandou enviar uma carta precatória (instrumento usado pela Justiça para alcançar pessoas que se encontram em outra comarca) à Polinter, uma divisão da Polícia Civil de São Paulo. O documento chegou via fax. Nele, Andrade pede que se faça cumprir a decisão de 22 de maio, expedida em resposta a um pedido dos advogados de Constantino para que ele respondesse ao processo em liberdade.
Constantino é acusado pelo MP e pela Polícia Civil de ter contratado o pistoleiro que disparou três tiros contra o líder comunitário Márcio Leonardo de Sousa Brito, que tinha 27 anos em 12 de outubro de 2001. O assassinato ocorreu de madrugada, em um terreno próximo à antiga garagem da Viação Pioneira — uma das empresas do grupo de Constantino —, na QI 25 de Taguatinga. A vítima representava cerca de 100 pessoas que ocupavam uma área pertencente à empresa e sofriam uma ação de despejo. Pela manhã, advogados do empresário estiveram no local e retiraram os invasores, dando R$ 500 a cada chefe de família.
Meses antes, em fevereiro, o caminhoneiro Tarcísio Gomes Ferreira, então com 42 anos — que havia trabalhado para Constantino e saído da empresa após se desentender com o patrão — foi executado por um desconhecido nas proximidades da garagem. As mortes, segundo a polícia, começaram assim que Constantino tentou retirar os invasores do local. Eles ocuparam o terreno porque outro ex-funcionário do empresário o havia fracionado e vendido irregularmente.
A polícia paulista deve dizer hoje se cumprirá ou não a decisão judicial. O Correio procurou o advogado Marcelo Luiz Ávila de Bessa, que representa Constantino no processo, para que ele pudesse comentar a decisão, mas ele não deu retorno. A recepcionista de seu escritório informou apenas que Bessa estava em viagem e que ninguém poderia falar no assunto.
Fonte: Raphael Veleda (Correio Braziliense - Colaboraram Ary Filgueira e Renato Alves) - Foto: Alan Marques (Folha Imagem)
A Justiça do DF pediu oficialmente à comarca paulista que faça cumprir a prisão domiciliar do empresário Constantino de Oliveira, 78 anos, o Nenê Constantino. Acusado de ser o mandante de dois assassinatos relacionados a disputas por um terreno em Taguatinga, o empresário, que construiu um império na área do transporte coletivo e fundou a Gol Linhas Aéreas, teve a prisão preventiva decretada no último dia 21. Sua defesa conseguiu o relaxamento para prisão domiciliar no dia seguinte, sob a alegação de que o réu está doente. Os advogados de Constantino informaram ao Judiciário que ele estaria cumprindo a determinação desde o dia 24 de maio, quando teria deixado um hospital em São Paulo. Policiais brasilienses descobriram, porém, que o dono da maior frota de ônibus urbanos do país deixa seu apartamento em Moema, bairro nobre de São Paulo, quando bem entende, já que não há ninguém vigiando. As autoridades paulistas ainda não responderam ao pedido do juiz Almir Andrade, do Tribunal do Júri de Taguatinga.
A expectativa do juiz é de que a polícia paulista faça escolta na porta do apartamento do empresário. Por isso, ele mandou enviar uma carta precatória (instrumento usado pela Justiça para alcançar pessoas que se encontram em outra comarca) à Polinter, uma divisão da Polícia Civil de São Paulo. O documento chegou via fax. Nele, Andrade pede que se faça cumprir a decisão de 22 de maio, expedida em resposta a um pedido dos advogados de Constantino para que ele respondesse ao processo em liberdade.
Constantino é acusado pelo MP e pela Polícia Civil de ter contratado o pistoleiro que disparou três tiros contra o líder comunitário Márcio Leonardo de Sousa Brito, que tinha 27 anos em 12 de outubro de 2001. O assassinato ocorreu de madrugada, em um terreno próximo à antiga garagem da Viação Pioneira — uma das empresas do grupo de Constantino —, na QI 25 de Taguatinga. A vítima representava cerca de 100 pessoas que ocupavam uma área pertencente à empresa e sofriam uma ação de despejo. Pela manhã, advogados do empresário estiveram no local e retiraram os invasores, dando R$ 500 a cada chefe de família.
Meses antes, em fevereiro, o caminhoneiro Tarcísio Gomes Ferreira, então com 42 anos — que havia trabalhado para Constantino e saído da empresa após se desentender com o patrão — foi executado por um desconhecido nas proximidades da garagem. As mortes, segundo a polícia, começaram assim que Constantino tentou retirar os invasores do local. Eles ocuparam o terreno porque outro ex-funcionário do empresário o havia fracionado e vendido irregularmente.
A polícia paulista deve dizer hoje se cumprirá ou não a decisão judicial. O Correio procurou o advogado Marcelo Luiz Ávila de Bessa, que representa Constantino no processo, para que ele pudesse comentar a decisão, mas ele não deu retorno. A recepcionista de seu escritório informou apenas que Bessa estava em viagem e que ninguém poderia falar no assunto.
Fonte: Raphael Veleda (Correio Braziliense - Colaboraram Ary Filgueira e Renato Alves) - Foto: Alan Marques (Folha Imagem)
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