sexta-feira, 12 de junho de 2009

Combate a incêndio via aérea

Avião para combate à incêndios floretais - Foto: bombeiros.mt.gov.br

Os incêndios florestais provocam grandes prejuízos, tanto humanos (perda de vidas) quanto ambientais (danos na fauna e na flora), causando também conseqüências econômicas consideráveis: destruição de "habitat", prejuízos florestais e custos para combater o fogo. Entre outros métodos de combate aos incêndios florestais, os aviões e helicópteros tem-se mostrado bastante eficientes e podem ser usados para lançar água ou retardantes químicos sobre o fogo.

Tradicionalmente, o combate aos incêndios florestais pode ser realizado de diversas formas ou métodos. Quando a intensidade do fogo permite a aproximação da brigada à linha de fogo adota-se o método direto. Mas quando não é possível empregar o método direto e se a intensidade do fogo não for muito grande então é adotado o método paralelo ou intermediário.

Já no caso de incêndios de grande intensidade é usado o método indireto. E nos incêndios de copa, de grande intensidade em áreas e em locais de difícil acesso às brigadas de incêndio pode ser usado o combate aéreo, com o emprego de aviões e helicópteros, especialmente construídos ou adaptados para o combate ao incêndio.

Para se ter uma idéia, somente nos EUA, entre 1960 e 1988, aviões e helicópteros de todos os tipos e tonelagens efetuaram mais de 48 mil horas de vôo por conta de atividades florestais, lançando cerca de 20 milhões de litros de água sobre mais de 1.050 incêndios florestais. A quantidade de água necessária para o combate varia, principalmente, em função da quantidade de material combustível disponível para queima. Estima-se que para controlar um fogo de campo, utilizando um avião modelo Ipanema, para uma distância estimada de 15 km entre a pista de decolagem e o foco de fogo, esta aeronave poderá fazer cerca de três decolagens por hora.

Helicóptero do Ibama ajudando os bombeiros no combate ao fogo em reserva no RS - Foto: Nauro Junior (Zero Hora/Ag. RBS)

As aeronaves usadas no combate aéreo a incêndios florestais podem ser vantajosas devido a sua capacidade de atacar rapidamente o incêndio, antes que ele adquira tamanho e violência e também podem rapidamente alcançar regiões com terrenos inacessíveis às equipes de terra e lançar grandes quantidades de água ou de retardantes químicos sobre o incêndio e em curtos intervalos de tempo. Aeronaves também conseguem mudar rapidamente de um incêndio a outro, extinguindo focos iniciais distantes entre si e protegendo homens e materiais. Alem disso, elas também podem ser empregadas em outras atividades, tais como no patrulhamento aéreo da área a ser protegida, transporte de homens e equipamentos de combate terrestre.

As estratégias podem ser divididas basicamente em dois tipos: ataque direto e indireto.

No primeiro caso, as descargas de água são lançadas diretamente sobre as chamas (no caso de incêndios pequenos) ou sobre os pontos mais quentes ou de atividade mais intensa (em incêndios de grandes proporções), identificados pela cor mais escura e maior densidade de fumaça. Também é empregado para cortar e reduzir uma frente de chamas. Ou para diminuir a temperatura ambiente e permitir maior aproximação dos homens que trabalham na extinção por terra.

No caso de ataque indireto, as descargas de água são lançadas adiante do incêndio, a fim de obter uma linha de contenção (aceiro molhado, por exemplo) onde o incêndio não ultrapassa ou então diminui de intensidade permitindo a aproximação do combate terrestre. Este tipo é especialmente útil e possível, quando se utilizam retardantes químicos, pois pode se estabelecer verdadeiro corta-fogo ou reforçar os já existentes.

A utilização de aviões e helicópteros no combate de incêndios florestais tem sido uma alternativa cada vez mais empregada no Brasil, sendo um método eficaz e que possibilita a aproximação de equipes de combate para perto das chamas, e também uma maneira de se fazer o monitoramento de áreas de riscos de incêndios.

O Brasil ainda está começando os estudos e investimentos neste assunto, mas com a adaptação de aeronaves agrícolas para o combate, pode se tornar uma alternativa interessante para empresas do ramo.

Fonte: Vladimir Leonardo Zanca (Major do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso e piloto de helicóptero) para o Mídia News

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