Uma história incrível de sobrevivência. Um piloto de avião que estava desaparecido há 36 dias foi encontrado no meio da floresta, na divisa entre o Pará e o Amapá.
Antônio Sena foi resgatado de helicóptero neste sábado (6) após ter sido localizado no dia anterior. Ele pilotava um avião de pequeno porte quando sumiu no dia 28 de janeiro. A aeronave seguia da cidade de Alenquer (PA) rumo a Itaituba (PA) e desapareceu pouco após a decolagem.
Segundo os bombeiros, o piloto só conseguiu ajuda depois de encontrar coletores de castanha na mata. Foram 36 dias em mata fechada.
A esperança de reencontrar com vida o piloto do Cessna 210 surgiu nesta sexta-feira (5), depois do contato telefônico de pessoas que encontraram o piloto e avisaram familiares dele. Ele foi encontrado por coletores de castanha em uma região próxima da divisa com o Amapá em uma localidade chamada Igarapé Puxuri.
O contato com a comunidade onde o piloto desaparecido estava localizado aconteceu por meio de um rádio amador com constante oscilação de sinal. Informações iniciais da equipe de resgate dão conta que o piloto Antônio Sena estava em uma área de mata extremamente fechada. Membros da comunidade estão tentando abrir uma clareira e sinalizar para permitir que o helicóptero encontre o local. A família do piloto também fretou uma aeronave que auxiliou na identificação do lugar dentro da mata.
Antônio teve apenas pequenas escoriações e foi levado para Santarém. Ele relatou aos policiais do Grupamento Aéreo de Segurança Pública (Graesp) que o avião parou de funcionar e ele teve que fazer um pouso forçado.
Ao chegar ao aeroporto de Santarém, Antônio foi recebido pela família, “Não tem o que falar. Tô feliz. Agradecer para todo mundo que não desistiu de mim e é isso. Deus, obrigada, glórias a ti senhor. Só a ti, toda honra e glória, pai!”.
Em entrevista à agência Pará, Antônio Sena disse que a aeronave que pilotava parou de funcionar e ele precisou fazer um pouso forçado.
O acidente
“Pousei forçado. A aeronave parou (de funcionar). Como eu vinha voando baixo em 2 mil metros e ali tinha serra de 2 mil metros e um pouco mais, o tempo que eu tive foi de tentar reacender (o avião) e não consegui. Como eu não consegui, já fui buscando local para pouso. Fui encontrando um vale, desviando das árvores maiores até que consegui pousar em um valezinho no meio de duas serras.”
Antônio fez ainda relatos mais detalhados sobre o que aconteceu na sequência. “Então ele (o avião) entrou e eu bati nos açaizeiros e ele entrou de bico no igarapé certinho. Ele está de cara no igarapé. Como é tudo muito rápido, eu só lembro de conseguir sair do cockpit e minha mochila estava jogada do lado. Peguei minha mochila, um saco de pão, algumas coisas e me afastei da aeronave, que tinha muito óleo diesel. Aí peguei uma corda e o que pude pegar que tinha na aeronave e que fosse me ajudar no meio do mato. Não demorou muito e a aeronave começou a pegar fogo. Ela está queimada. Uma parte está queimada”, disse.
Sena também contou que marcou a localização da queda da aeronave pelo GPS. “Ainda fiquei uma semana lá. Eu ouvia aeronave passar um pouco longe, nenhuma muito próximo”.
Resgate
A operação para busca e resgate do Antônio Sena reiniciou nas primeiras horas deste sábado (06) quando decolaram no Aeroporto Internacional de Santarém “Maestro Wilson Fonseca”, um helicóptero modelo esquilo e um avião modelo C-206, ambos da frota própria do Governo do Estado.
No final da manhã, o Governo do Estado também enviou uma aeronave do modelo Caravan, que decolou de Belém. Essa terceira aeronave do Estado tem maior autonomia e capacidade de transporte.
Via Agência Pará, UOL e BandNews TV
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