A decisão das autoridades de aviação da Grã-Bretanha de fechar o espaço aéreo do país, nesta quinta-feira, diante da proximidade de uma nuvem de cinzas originada por um vulcão na Islândia, trouxe à tona um perigo relativamente pouco conhecido por passageiros e leigos.
Segundo especialistas, esse tipo de fenômeno é capaz de estragar janelas e estruturas de aeronaves, ou até parar as turbinas dos aviões em pleno voo.
"Se partículas de cinzas vulcânicas entram em uma turbina, elas se acumulam e entopem o motor com material derretido", explicou à BBC David Rothery, especialista em vulcões da Open University.
Em um dos incidentes mais dramáticos já registrados, em 1982, um Boeing da British Airways com 263 passageiros a bordo ficou com as turbinas travadas durante vários minutos depois de atravessar uma nuvem de cinzas na Indonésia. Ao perder altitude e sair da nuvem, o material derretido se condensou e se soltou, e os motores voltaram a funcionar.
Tripulantes e passageiros depois relataram que o avião também ficou cercado de faíscas - por causa do fenômeno conhecido como Fogo de Santelmo -, que as janelas foram atingidas pelo que parecia ser areia e que um forte cheiro de enxofre invadiu a cabine, forçando-os a respirar com máscaras de oxigênio.
Com as vidraças quebradas, os pilotos foram obrigados a aterrissar apenas por instrumentos em Jacarta.
Em 1989, uma aeronave da KLM sofreu problemas semelhantes ao atravessar uma nuvem de cinzas vulcânicas no Alasca.
Prejuízo
Segundo Rothery, o incidente resultou em uma mudança nas instruções de emergência para pilotos nestes casos.
"Antigamente, quando os motores começavam a falhar, a prática comum era aumentar a potência. Mas isso só piora o problema das cinzas", explicou.
"Hoje em dia, o piloto desacelera e perde altitude para tentar sair da nuvem de cinzas assim que possível. Uma rajada de ar frio e limpo normalmente é suficiente para limpar e desentupir as turbinas."
Mesmo que não resulte em um incidente grave, a invasão de cinzas em uma turbina faz com que ela seja praticamente inutilizada para futuros voos, de acordo com David Learnout, especialista em aviação do site Flight Global.com.
Em entrevista à BBC Brasil, Learnout disse que isso gera um prejuízo econômico enorme para as companhias aéreas.
"Mesmo que a turbina volte a funcionar, ela perde sua eficiência e passa a gastar muito mais combustível", explicou. "A companhia aérea tem que simplesmente jogar fora esses motores danificados. E o motor responde por um terço do custo de uma aeronave."
Além disso, a maneira como as cinzas atingem o avião altera a forma de todos os seus componentes, segundo Learnout.
Segundo Dougal Jerram, geólogo da Universidade de Durham, as nuvens de cinzas vulcânicas são lançadas na atmosfera após a erupção explosiva de vulcões.
"Se forem lançadas a uma grande altitude, essas cinzas podem chegar às correntes de ar e serem dispersadas pelo resto do planeta, como por exemplo, da Islândia para o resto da Europa", disse. " E é nessas altitudes que os aviões voam."
Fonte: BBC Brasil via O Globo - Foto: Olafur Eggertsson/Reuters
Segundo especialistas, esse tipo de fenômeno é capaz de estragar janelas e estruturas de aeronaves, ou até parar as turbinas dos aviões em pleno voo.
"Se partículas de cinzas vulcânicas entram em uma turbina, elas se acumulam e entopem o motor com material derretido", explicou à BBC David Rothery, especialista em vulcões da Open University.
Em um dos incidentes mais dramáticos já registrados, em 1982, um Boeing da British Airways com 263 passageiros a bordo ficou com as turbinas travadas durante vários minutos depois de atravessar uma nuvem de cinzas na Indonésia. Ao perder altitude e sair da nuvem, o material derretido se condensou e se soltou, e os motores voltaram a funcionar.
Tripulantes e passageiros depois relataram que o avião também ficou cercado de faíscas - por causa do fenômeno conhecido como Fogo de Santelmo -, que as janelas foram atingidas pelo que parecia ser areia e que um forte cheiro de enxofre invadiu a cabine, forçando-os a respirar com máscaras de oxigênio.
Com as vidraças quebradas, os pilotos foram obrigados a aterrissar apenas por instrumentos em Jacarta.
Em 1989, uma aeronave da KLM sofreu problemas semelhantes ao atravessar uma nuvem de cinzas vulcânicas no Alasca.
Prejuízo
Segundo Rothery, o incidente resultou em uma mudança nas instruções de emergência para pilotos nestes casos.
"Antigamente, quando os motores começavam a falhar, a prática comum era aumentar a potência. Mas isso só piora o problema das cinzas", explicou.
"Hoje em dia, o piloto desacelera e perde altitude para tentar sair da nuvem de cinzas assim que possível. Uma rajada de ar frio e limpo normalmente é suficiente para limpar e desentupir as turbinas."
Mesmo que não resulte em um incidente grave, a invasão de cinzas em uma turbina faz com que ela seja praticamente inutilizada para futuros voos, de acordo com David Learnout, especialista em aviação do site Flight Global.com.
Em entrevista à BBC Brasil, Learnout disse que isso gera um prejuízo econômico enorme para as companhias aéreas.
"Mesmo que a turbina volte a funcionar, ela perde sua eficiência e passa a gastar muito mais combustível", explicou. "A companhia aérea tem que simplesmente jogar fora esses motores danificados. E o motor responde por um terço do custo de uma aeronave."
Além disso, a maneira como as cinzas atingem o avião altera a forma de todos os seus componentes, segundo Learnout.
Segundo Dougal Jerram, geólogo da Universidade de Durham, as nuvens de cinzas vulcânicas são lançadas na atmosfera após a erupção explosiva de vulcões.
"Se forem lançadas a uma grande altitude, essas cinzas podem chegar às correntes de ar e serem dispersadas pelo resto do planeta, como por exemplo, da Islândia para o resto da Europa", disse. " E é nessas altitudes que os aviões voam."
Fonte: BBC Brasil via O Globo - Foto: Olafur Eggertsson/Reuters
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