quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Canal britânico vai provocar acidente de avião de 300 lugares

O objetivo é estudar como é que o aparelho, equipado com câmeras e sensores, se comporta ao cair no solo

O Channel 4 britânico está preparando um documentário inédito na história da televisão. Na tentativa de compreender o que se passa dentro de um avião durante um acidente, um enorme aparelho, com capacidade para 300 pessoas, vai ser lançado contra o solo, deliberadamente, equipado com várias câmeras e sensores.

O programa só irá ao ar no próximo ano e muitos detalhes ainda são um segredo conhecido apenas pelos produtores, como é o caso do local e da data em que o acidente vai ser provocado.

Sabe-se, sim, que a bordo do avião, vão estar dois antigos pilotos da marinha dos EUA, que vão ejetar-se antes de ativar o piloto automático da aeronave, programado para cair contra o solo. Se esse mecanismo falhar, o trajeto do aparelho será controlado remotamente, de dois pontos: de um helicóptero e desde o solo.

Inspiração

A ideia do programa surgiu depois de um acidente com um Boeing 777 da British Airways, no aeroporto londrino de Heathrow, em janeiro do ano passado. O que suscitou a curiosidade do canal foi o fato de a estrutura do avião não ter reagido de acordo com o que sugeriam os modelos científicos.

O responsável máximo do canal televisivo, Julian Bellamy disse, citado pelo jornal "The Guardian", que este será "um dos mais ambiciosos e audaciosos eventos de TV em 2010". "Nem sequer os fabricantes de avião fizeram despenhar algo tão grande", sublinhou.

"Acidente com hipóteses de sobrevivência"

Um especialista do canal disse que se espera que, para além de criar um programa de entretenimento, o objetivo é recolher dados únicos sobre o comportamento do avião numa situação destas, que permita estudar formas de aumentar os níveis de sobrevivência em acidentes aéreos.

"Vai ser concebido com um acidente com hipóteses de sobrevivência", disse Ralph Lee, um dos especialistas do canal, sublinhando que não haveria interesse em destruir por completo o aparelho, "Não aprenderíamos nada com isso".

Relativamente aos custos do documentário, Lee assegurou que não serão astronômicos e que vão ser repartidos com dois co-produtores internacionais: o National Geographic Channel e o alemão ProSieben.

Fonte: IOL Diário (Portugal)

Nenhum comentário: