domingo, 18 de fevereiro de 2024

Hoje na História: 18 de fevereiro de 2021 - O pouso do Perseverance com o helicóptero Ingenuity em Marte

Representação artística 3D do helicóptero Ingenuity junto com seu companheiro de missão –
o também aniversariante do dia rover Perseverance (Crédito: Jacques Dayan/Shutterstock)
A equipe da NASA responsável pela missão Mars 2020 e todos os entusiastas da exploração espacial humana também têm motivos para comemorar. Junto com seu companheiro rover Perseverance, o helicóptero Ingenuity está completando três anos de pesquisa em Marte.

Encarregado de mostrar que a exploração aérea é possível no Planeta Vermelho, apesar de sua fina atmosfera, o pequeno helicóptero pousou com seu parceiro de missão no chão da Cratera Jezero no dia 18 de fevereiro de 2021.

A princípio, a intenção da equipe era de que o drone realizasse cinco sobrevoos, mas, com o sucesso da empreitada, a missão foi estendida.

"Olhando para trás daqui a cinco ou dez anos, veremos que este foi o trampolim, o precursor da exploração aérea maior e mais ousada em Marte.", declarou Jaakko Karras, vice-líder de operações do Ingenuity no JPL, em entrevista ao site Space.com.

Navegador do rover Perseverance


Pesando 1,8kg, o helicóptero movido a energia solar deixa seu nome registrado nos anais de história da aviação, cumprindo com louvor a missão de US$85 milhões de dólares, e ainda com saúde para trabalhar por mais tempo.

Ele também está fazendo um trabalho de exploração para o rover Perseverance em seus passeios mais longos e ambiciosos, ajudando a equipe da missão a planejar rotas e escopos de potenciais alvos científicos. Por exemplo, eles decidiram não enviar o robô de seis rodas para uma área conhecida como “Raised Ridges” em grande parte por causa do reconhecimento prévio do helicóptero Ingenuity.

“Isso não quer dizer que a equipe não tenha grandes debates sobre que a região ainda tenha valor científico real”, disse Kevin Hand, do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA, codiretor da primeira campanha científica da missão Perseverance. “Mas, pelo menos com o Ingenuity, pudemos dar uma olhada mais de perto e ver que não havia nada tremendamente diferente do que observamos em outros lugares”.

Dificuldades enfrentadas pelo Ingenuity em Marte


Não é sempre tranquilo para o Ingenuity voar. E isso foi notado rapidinho: o helicóptero já não conseguiu fazer a transição para o modo de voo como planejado logo na primeira viagem, empurrando essa decolagem histórica por cerca de uma semana.

Ainda durante o primeiro ano da missão, o voo número 14 foi abortado depois que o helicóptero detectou anomalias em dois de seus seis servomotores de controle de voo. E uma grande tempestade de poeira de Marte atrasou a 19ª surtida em mais de um mês.

Um problema enfrentado já no segundo ano da missão, em maio de 2022, deixou Ingenuity sem comunicação com a Terra durante dois dias. Isso porque o equipamento entrou em um estado de baixa potência devido a uma combinação de altos níveis de poeira na atmosfera e baixas temperaturas locais.

Dois meses depois, o helicóptero precisou dar uma pausa em suas atividades, justamente para evitar trabalhar na alta temporada de tempestades de poeira no planeta, o que comprometeria seus painéis de captação de energia solar.

“Tem algo no seu pé, Ingenuity!”


Algo curioso aconteceu com o Ingenuity em setembro, durante seu 33º voo. No momento da decolagem, alguma coisa se agarrou em um uma das quatro pernas de pouso do equipamento, se mantendo preso durante alguns segundos até cair.

“Tem algo no seu pé, Helicóptero de Marte!”, twittou o JPL uma semana depois do ocorrido. “Estamos investigando um pouco de destroços que acabaram no pé do Ingenuity durante seu último trajeto aéreo”. A publicação afirma, ainda, que o incidente não impactou o bem sucedido voo.


No fim do ano, em 3 de dezembro, o drone atingiu um recorde de altitude que permanece até hoje: ele subiu 14 metros, sustentado por 52 segundos, durante um exercício de reposicionamento.

Por falar em recorde, este ano o aniversariante entrou para o Guinness World Records em razão de seu 25º voo, feito em 8 de abril de 2022, quando percorreu 704 metros a 5,5 metros por segundo pela Cratera Jezero, sendo a maior distância atravessada em Marte e a maior velocidade alcançada até o momento.


Ano passado, o equipamento chegou ao seu voo de número 42 – e quem “manja” das referências sabe que, por causa disso, ele acabou descobrindo “a resposta para tudo” (entenda aqui).

O fim das missões do Ingenuity


Em 18 de janeiro de 2024, a missão do histórico helicóptero Ingenuity Mars, da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa), em Marte chegou ao fim. A aeronave, considerada a primeira a chegar em outro planeta, fez dezenas de voos a mais que o planejado, superando as expectativas dos cientistas. Segundo a Agência, danos no rotor impedem o helicóptero de voar novamente.

O Ingenuity foi aposentado devido a danos em um dos seus rotores (Crédito: NASA/JPL-Caltech)
A aeronave foi originalmente projetada como uma demonstração de tecnologia para realizar até cinco voos de teste experimentais durante 30 dias. Mas, de acordo com a Nasa, o helicóptero operou na superfície marciana por quase três anos, realizou 72 voos e voou cerca de 14 vezes mais longe do que o planejado, registrando mais de duas horas de tempo total de voo.

"A jornada histórica do Ingenuity, a primeira aeronave em outro planeta, chegou ao fim. Esse notável helicóptero voou mais alto e mais longe do que jamais imaginamos e ajudou a Nasa a fazer o que fazemos de melhor – tornar o impossível possível", afirmou o diretor da Nasa, Bill Nelson. 

Através de missões como a Ingenuity, a Nasa busca estudar a preparação para voos no sistema solar e para a exploração espacial.

Com informações de Flavia Correia (Olhar Digital) e GZH Ciência

Hoje na História: 18 de fevereiro de 1977 - Boeing 747 modificado carregou um ônibus espacial pela primeira vez

(Foto: Charles Atkeison via Wikimedia Commons)
Em 18 de fevereiro de 1977, a NASA colocou o ônibus espacial sem tripulação no topo de seu Boeing 747 na base da Força Aérea de Edwards, no sul da Califórnia. O comandante Fitzhugh Fulton, o piloto Thomas McMurty e os engenheiros de vôo Louis Guidry e Victor Horton prepararam o jato jumbo e colocaram o Enterprise no ar em seu primeiro voo cativo. Durante seu voo, que durou cerca de duas horas, a combinação 747/ônibus espacial atingiu 287 mph (462 km/h) e uma altitude máxima de 16.000 pés.

(Foto: NASA)
No ano seguinte, a Enterprise realizou uma série de voos cativos para estudar e entender a aerodinâmica do voo com a aeronave em conjunto e alguns voos livres com o orbitador desconectado para testar o planeio e o pouso. Eventualmente, o 747 chegaria a um teto de 15.000 pés, velocidade máxima de 290 mph (466 km/h) e alcance de 1.150 milhas náuticas quando o ônibus espacial fosse acoplado.

(Foto: NASA)
A aeronave

No final da década de 1960, duas importantes aeronaves quadjet começaram a ser produzidas, o Lockheed C-5 Galaxy e o Boeing 747. Suas semelhanças também incluíam o potencial para uso de transporte e consideração pela NASA para transportar o ônibus espacial Enterprise. 

No entanto, devido ao design de asa alta do C-5 e ao fato de que a Força Aérea seria proprietária do transportador militar, a NASA optou por comprar um 747 completo. Por acaso, a American Airlines estava pronta para vender um -100 com registro N9668 para o qual inicialmente recebeu a entrega em 1970.

Em 18 de julho de 1974, a NASA finalizou o negócio e adquiriu o 747, mudando seu registro para N905NA. Inicialmente, o avião encontrou uso em estudos de vórtices, mas seu objetivo principal ainda estava por vir. Em 1976, o mesmo ano em que o Enterprise estreou nas instalações da Rockwell International em Palmdale, Califórnia, começaram as modificações no 747 para o transporte do ônibus espacial.


Com informações da Simple Fliyng

Os prós e contras de para-brisas curvos em aviões

(Foto: Vincenzo Pace/Simple Flying)
À medida que a aviação melhora ao longo dos anos, muita atenção é colocada na atualização dos instrumentos e sistemas que compõem a frente de cada aeronave. A automação e os cockpits de vidro ajudaram a reduzir a carga de trabalho em comparação com mostradores e medidores analógicos, permitindo que os pilotos se concentrem nas informações mais cruciais a qualquer momento. Mas há outras poucas peças críticas de vidro acima de toda a tecnologia - os para-brisas.

Como os para-brisas são projetados?


Ao projetar para-brisas de aviões, eles não apenas precisam ser robustos o suficiente para proteger contra o ar rarefeito e gelado, mas também devem ser capazes de fornecer uma visão clara. Naturalmente, os fabricantes construíram muitos grandes aviões de passageiros com painéis de vidro plano na frente; é mais barato do que o vidro de formato personalizado, e a geometria simples ajuda a facilitar a clareza perfeita. 

Como seria de esperar, os painéis planos não são propícios a uma boa aerodinâmica e devem se encaixar em um design de nariz arredondado geral. Mas você encontrará um para-brisa curvo em algumas aeronaves mais recentes e em muitos jatos executivos.

(Foto: Embraer)
Os para-brisas de aeronaves apresentam vidro reforçado, plástico acrílico ou policarbonato e várias camadas intermediárias, que trabalham juntas para proteger contra os perigos de pressão, temperatura, objetos físicos, produtos químicos, erosão e descarga elétrica.

Essas superfícies são colocadas umas sobre as outras e criam um painel plano com cerca de 2,5 cm de espessura, cortado em dimensões precisas. No entanto, colocar essas superfícies umas sobre as outras e fazer com que elas assumam uma forma tridimensional sem causar distorção requer processos específicos e caros.

Para-brisas de diferentes aeronaves


Olhando para a frente de um Boeing 737 ou Airbus A320, é fácil identificar os pontos no nariz e acima dos para-brisas centrais onde o metal é ligeiramente dobrado para caber em seis pedaços grossos e planos de vidro. Eles são longos o suficiente para serem instalados em um ângulo vertical, alinhados com o nariz, enquanto fornecem aos pilotos uma boa visão sem prejudicar muito a aerodinâmica geral.

Uma comparação mais interessante é o Boeing 747 e o Airbus A380, dois gigantescos aviões de dois andares construídos pela primeira vez com décadas de diferença. A conclusão clara sobre a colocação do cockpit é que o 747 mais antigo tem os pilotos sentados no topo, permitindo que a aeronave seja mais facilmente convertida de um jato de passageiros para um cargueiro, com o nariz se tornando uma porta. Como o A380 era destinado apenas a passageiros e não a um cargueiro, o cockpit fica no andar inferior.

(Foto: balipadma/Shutterstock)
Essa diferença de localização de onde os para-brisas deveriam estar cria um desafio, especificamente para o avião da Boeing. O nariz é geralmente fino e estendido, com o convés inferior empurrado para a frente e o cockpit para cima.

Como resultado, as duas peças frontais de vidro se curvam em torno das bordas, resultando em duas peças planas de cada lado. O design do A380 é mais redondo em comparação e, com o cockpit voltado para o centro, painéis de vidro plano de fabricação mais fácil são instalados em vez de peças curvas.

Jatos executivos, como os da Gulfstream ou da Embraer, normalmente apresentam um design mais elegante com um nariz longo. Como resultado, eles costumam usar pára-brisas de vidro curvo, pois o dinheiro gasto vale a pena pelos benefícios aerodinâmicos.

Esses mesmos benefícios de arrasto e velocidade levaram aeronaves recentes, como o 787 Dreamliner da Boeing e o A350 da Airbus, a adotar essa tecnologia. E à medida que a indústria avança, podemos supor que cada vez mais novas aeronaves aproveitarão as peças de vidro curvo para fornecer uma visão aerodinâmica superior dos céus.

Avião pousa em emergência em plantação, não decola e agora paga aluguel

Avião da Ural Airlines que pousou em campo de trigo na Rússia em 2023 (Imagem: Divulgação)
Um avião da Ural Airlines realizou um pouso de emergência em um campo de trigo na Rússia. O Airbus A320-214, prefixo RA-73805, levava 165 pessoas a bordo, e ninguém se feriu. O caso aconteceu em setembro de 2023.

Algumas tentativas foram cogitadas para retirar o avião da plantação, mas uma série de problemas mudou o destino da aeronave. No local até hoje, a dona do A320 tem que pagar aluguel ao fazendeiro pelo uso do terreno…

O voo

No dia 12 de setembro do ano passado, o avião realizava um voo doméstico entre Sochi e Omsk, na Rússia. O pouso estava previsto para acontecer pela manhã, no aeroporto Tsentralny.

No momento do pouso, o avião precisou arremeter. O motivo foi uma falha hidráulica que afetaria os freios e os flaps (dispositivos que ajudam o avião a se sustentar no ar em baixas velocidades, como aquelas próximas ao pouso).

Diante dos problemas enfrentados, os pilotos decidiram alternar para o aeroporto de Novosibirsk. A pista do local é maior do que a de Omsk, o que daria margem de segurança para o pouso.

O pouso: 'Pule e corra para longe do avião!'

Tripulação do voo da Ural Airlines que pousou em plantação na Rússia em 2023 (Imagem: Divulgação)
O combustível era pouco, e o avião não conseguiria chegar ao novo destino. Diante dessa situação, os pilotos optaram por não arriscar a queda na cidade e direcionaram a aeronave para o campo de trigo em Ubinsk, próximo a Novosibirsk.

Com o campo à frente e com a luz das primeiras horas do dia, os pilotos iniciaram o pouso. Segundo relatos da mídia local, passageiros chegaram a escrever bilhetes de despedida esperando que o pior pudesse acontecer.

O pouso aconteceu de maneira bem-sucedida, e todas as 165 pessoas a bordo sobreviveram. Ninguém se feriu gravemente e, de acordo com quem estava a bordo, não houve pânico.

Após a parada da aeronave, foi iniciada a evacuação dos passageiros. Comissários gritavam para que todos saíssem: "pule e corra para longe do avião!".

Nos dias seguintes, a empresa orientou os passageiros a como conseguir uma compensação financeira oferecida pelo "susto". O valor era de 100 mil rublos, o equivalente hoje a R$ 5.390.

Nos dias após o pouso de emergência, a Ural Airlines disse que iria pagar, também, pela plantação danificada. O valor estimado era de 500 mil rublos à época, cerca de R$ 27 mil atualmente. O responsável pela plantação disse que isso não era relevante naquele momento, já que o mais importante era que as pessoas estavam vivas.

Tentativas de retirada e aluguel do terreno

Ainda em setembro de 2023, a empresa anunciou a possibilidade de retirar o avião do terreno. A alternativa seria esperar o inverno para que o solo congelasse e a aeronave decolasse como se estivesse na pista de um aeroporto…

Uma alternativa seria retirar os assentos, para que o avião ficasse mais leve. Enquanto isso, o avião passou por uma manutenção para garantir a segurança do voo.

Mas não deu certo. Segundo a Ural Airlines, criar uma pista na plantação seria algo economicamente inviável.

Posteriormente, foi cogitado que o avião seria desmontado e remontado no aeroporto próximo ao local do pouso. Isso também foi descartado.


Em janeiro, a imprensa local anunciou que a empresa optou por fazer o avião passar por um processo de sucateamento. Ainda de acordo com jornais russos, a aérea acertou um valor de aproximadamente R$ 54 mil pelo aluguel do terreno por um ano.

Enquanto aguarda o seu destino, o avião permanece no local. Ele está cercado e é constantemente vigiado.

Coincidentemente, em 2019, um outro avião da empresa, um A321, pousou em uma plantação próxima à capital Moscou. Apesar dos danos à aeronave, ninguém morreu no acidente.

sábado, 17 de fevereiro de 2024

Sessão de Sábado: Filme "Altitude" (2017) (dublado)


Em um voo para Washington, a agente do FBI Gretchen é abordada pelo passageiro ao lado que a oferece 50 milhões para tirá-lo vivo do avião. Logo após, um sequestro é anunciado na aeronave.

("Altitude", EUA, 2017, 1h28min, Ação, Suspense, Dublado)

Vídeo: O Comandante que sofreu três sequestros

Veja mais vídeos como este no Canal Aviões e Músicas com Lito Sousa

Aconteceu em 17 de fevereiro de 2014: Copiloto sequestra o voo Ethiopian Airlines 702 para pedir asilo político


O voo Ethiopian Airlines 702 foi um voo programado do Aeroporto Internacional Bole, na Etiopia, para o Aeroporto de Milão-Malpensa, na Itália, através do Aeroporto de Roma-Fiumicino, em 17 de fevereiro de 2014.


O avião, o Boeing 767-3BG (ER)
prefixo ET-AMF, da Ethiopian Airlines (foto acima), foi sequestrado por seu copiloto desarmado a caminho de Bole para Roma e aterrissou em Genebra. Todos os 202 passageiros e tripulantes saíram ilesos.

O sequestro


O voo 702 estava programado para partir do Aeroporto Internacional de Bole, na Etiópia à 00:30 (EAT) (UTC+3) em 17 de fevereiro de 2014, levando a bordo 202 pessoas. O Boeing 767 tinha nove tripulantes (incluindo o sequestrador) e 193 passageiros a bordo, incluindo 139 italianos, 11 americanos e quatro franceses.

Ele partiu de Adis Abeba às 00h30, horário local, e à medida que a aeronave sobrevoava o Sudão, o Egito e o Mar Mediterrâneo, o que começou como um voo de rotina transformou-se num dos casos mais singulares da indústria da aviação.

Sobre o Mar Mediterrâneo, o capitão do Boeing 767 saiu da cabine  para ir ao banheiro, deixando o copiloto no controle da aeronave. Porém, o copiloto rapidamente se trancou na cabine, deixando o capitão impotente para recuperar o controle da situação. 

A porta da cabine era feita de materiais reforçados e equipada com mecanismos de trava que só podiam ser abertos por dentro, um recurso crítico de segurança implementado após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 para evitar o acesso não autorizado à cabine.

Enquanto o Boeing 767 se dirigia para Roma, a aeronave começou a transmitir o Squawk 7500 (sinal internacional para denunciar sequestro aéreo) enquanto sobrevoava o Sudão ao norte.

Quando o código de sequestro é inserido, ele envia um sinal para o controle de tráfego aéreo e outras aeronaves nas proximidades, indicando que a aeronave está com problemas e precisa de assistência. Isto permite que o controlo do tráfego aéreo coordene rapidamente com as autoridades competentes para garantir a segurança da aeronave e dos seus passageiros. O uso do código de sequestro é um componente crítico dos protocolos de segurança e proteção da aviação, permitindo uma resposta rápida e uma gestão eficaz de situações de emergência.

Robert Deillon, CEO do aeroporto de Genebra, disse que os controladores de tráfego aéreo souberam que o avião havia sido sequestrado quando o copiloto digitou um código de socorro no transponder da aeronave.


 O voo estava programado para chegar ao aeroporto Leonardo da Vinci-Fiumicino, em Roma, na Itália, às 04h40 (CET) (UTC+1), antes de continuar no aeroporto de Malpensa, em Milão, também na Itália. Em vez disso, o avião voou para Genebra, na Suíça.

O avião foi escoltado por vários caças franceses e italianos ao passarem por seus respectivos espaços aéreos. A Força Aérea Suíça não respondeu porque o incidente ocorreu fora do horário comercial. 


Segundo um porta-voz da Força Aérea Suíça, "a Suíça não pôde intervir porque suas bases aéreas fecham à noite e nos fins de semana. É uma questão de orçamento e pessoal".

A Suíça é apoiada pelos países vizinhos para monitorar seu espaço aéreo fora do horário comercial. A Força Aérea Francesa tinha permissão para acompanhar voos suspeitos no espaço aéreo suíço, mas não para derrubá-los.

A trajetória do avião sobrevoando Genebra, capturada pelo flightradar24.com
Ao se aproximar do Aeroporto Internacional de Genebra, o copiloto do voo 702 circulou várias vezes a pista enquanto se comunicava com o controle de tráfego aéreo, tentando mediar asilo político e uma garantia de que ele não iria extraditado para a Etiópia.


Às 06h02 (CET) (UTC+1), o avião pousou no Aeroporto Internacional de Genebra com cerca de 10 minutos de combustível restante e um incêndio em um de seus motores. O copiloto que sequestrara o avião desceu por uma corda que atirou pela janela da cabine e caminhou até a polícia.


O aeroporto foi fechado imediatamente após o pouso. Não houve passageiros ou tripulantes feridos.

Perto do final do sequestro, após uma hora de interrogatório policial sobre possíveis cúmplices, os passageiros e o restante da tripulação foram autorizados a deixar a aeronave. Posteriormente, eles foram acomodados para continuar sua jornada conforme planejado.

Sequestrador


O sequestrador do avião era Hailemedhin Abera Tegegn, de 31 anos, que era o copiloto do voo 702. Depois que o avião pousou, saiu da cabine usando uma corda que puxou para fora da janela da cabine. Foi detido pelas autoridades suíças e aguarda julgamento; é acusado do crime de sequestro de um avião.

Em março de 2015, o Supremo Tribunal Federal da Etiópia em Adis Abeba condenou à revelia Hailemedhin e o sentenciou a 19 anos e seis meses de prisão.


Antes da condenação, ele foi declarado em estado de completa paranoia durante o sequestro e foi considerado incapaz de pensar racionalmente. O incidente serviu como um lembrete da importância da conscientização sobre a saúde mental e da necessidade de sistemas de apoio eficazes para prevenir a ocorrência de incidentes como sequestros.

Cidadãos etíopes e a companhia aérea do país estiveram envolvidos em vários sequestros no passado. Pelo menos 50 pessoas morreram quando um jato de passageiros da Ethiopian Airlines sequestrado caiu no Oceano Índico em 1996.


Ao contrário de muitos sequestros no passado, este incidente terminou pacificamente. No entanto, também destacou as limitações das defesas aéreas da Suíça. Após o incidente, as autoridades suíças tomaram medidas para melhorar as suas defesas aéreas. 

A partir de 4 de janeiro de 2016, um par de Swiss F/A-18 Hornets foi mantido em 15 minutos de prontidão QRA entre 8h00 e 18h00 durante a semana. Posteriormente, foram mantidos em prontidão 24 horas por dia, 365 dias por ano, para responder rapidamente a quaisquer ameaças potenciais ao espaço aéreo do país. O incidente serviu como um alerta para países de todo o mundo reverem e melhorarem as suas medidas de segurança da aviação.



Sequestrar uma aeronave inteira e colocar em risco a vida de inúmeros passageiros é um ato sério e perigoso que requer uma análise cuidadosa dos motivos e intenções. No caso do ET702, o copiloto, Hailemedhin Abera Tegegn, afirmou pelas autoridades durante uma conferência de imprensa em Genebra, que tinha medo de ficar na Etiópia e procurou asilo na Suíça porque se sentia inseguro no seu país.

Apesar da gravidade da situação, o sequestro acabou por ter um resultado pacífico. Todos os 193 passageiros foram reunidos com as suas famílias e o incidente destacou a necessidade de reforçar as defesas aéreas da Suíça.

Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com Wikipedia, ASN e english.alarabiya.net

Aconteceu em 17 de fevereiro de 1991: Voo Ryan International Airlines 590 - Não Mexa Com a Mãe Natureza


Em 17 de fevereiro de 1991, o voo 590 da Ryan International Airlines, era um voo de carga transportando correspondência para o Serviço Postal dos Estados Unidos, do Aeroporto Internacional Greater Buffalo (BUF) em Buffalo, Nova York, para o Aeroporto Internacional de Indianapolis (IND), em Indiana, com escala no Aeroporto Internacional Cleveland Hopkins (CLE), em Cleveland, Ohio. 

A aeronave que operava o voo era o McDonnell Douglas DC-9-15RC (Rapid Change), prefixo N565PC, da Ryan International Airlines, com  22 anos de uso. O -15 é uma subvariante da série 10 de DC-9s.

Um McDonnell Douglas DC-9-15 semelhante à aeronave envolvida no acidente
A aeronave acidentada voou pela primeira vez em 1968 e foi entregue à Continental Airlines como aeronave de passageiros em julho do mesmo ano, registrada como N8919. A aeronave operou com a Continental por cinco anos. Em outubro de 1973, a aeronave foi entregue à Hughes Airwest e registrada novamente como N9351. 

Em outubro de 1980, a aeronave foi transferida para a Republic Airlines, que operou a aeronave até junho de 1984, quando foi convertida em cargueiro e entregue à Purolater Courier. Três meses depois, a aeronave foi registrada como N565PC. Em outubro de 1987, a aeronave foi transferida para a Emery Worldwide Airlines. A Ryan International Airlines começou a operar a aeronave em 1989, embora ainda pertencesse à Emery Worldwide Airlines na época do acidente.

O capitão era David Reay, de 44 anos. Ele voava com a Ryan Air International desde 1989 e registrou 10.505 horas de voo, incluindo 505 horas no DC-9. Reay foi descrito "como um piloto com habilidades medianas que aceitou bem as críticas" e "tendo uma autoridade de comando muito boa e sendo suave nos controles". 

No entanto, Reay esteve envolvido em ações disciplinares na companhia aérea duas vezes. A primeira foi em agosto de 1990, quando pousou uma aeronave sem computar os devidos dados. A segunda foi quando ele conseguiu acesso ao jumpseat de uma aeronave operada por outra companhia aérea usando uma carteira de identidade não autorizada. Reay recebeu uma advertência por escrito na primeira ofensa e uma advertência verbal na segunda. 

Reay também se envolveu em um empreendimento comercial em que distribuiu literatura alegando que era sócio da companhia aérea. Após uma conversa com o presidente da companhia aérea, Reay recuperou a literatura. Reay já havia feito uma reclamação semelhante com outra posição de voo, o que resultou em ele ser removido dela. Apesar dessa atividade, Reay não teve prisões criminais, nem se envolveu em nenhum acidente de trânsito.

O primeiro oficial era Richard Duney Jr., de 28 anos, muito menos experiente do que o capitão Reay, estando na companhia aérea apenas desde 28 de janeiro de 1991, menos de um mês antes do acidente. No entanto, antes de ingressar na RIA, ele foi piloto de uma companhia aérea de passageiros de 1986 a 1989 e serviu como primeiro oficial no DC-9 da USAir, mas foi demitido em 1991. Duney tinha 3.820 horas de voo, com 510 deles no DC-9.

O piloto-chefe da companhia aérea descreveu Duney como "muito gentil e ansioso para fazer um bom trabalho". No entanto, em 28 de março de 1990, Duney se envolveu em um acidente de carro, embora nenhuma acusação tenha sido feita. Duney não tinha nenhum histórico criminal.

Às 23h50, o Serviço Nacional de Meteorologia (NWS) emitiu o seguinte boletim meteorológico no Aeroporto de Cleveland: 'Hora--2350; tipo--registro especial; teto - indefinido, 1.500 pés obscurecido; visibilidade -- variável de 1 milha; tempo-- neve leve; temperatura--23°F; ponto de orvalho - 19°F; vento-- 220 graus a 14 nós; altímetro - 29,91 polegadas; observações-- pista 5R alcance visual 6.000 pés mais, visibilidade variável de 3/4 milhas 1 1/2 milhas.' 

A Unidade Meteorológica Nacional de Aviação (NAWU) alertou os pilotos voando para Ohio que havia condições de formação de gelo e turbulência. Nenhum AIRMET (informação meteorológica do aviador) estava em vigor. 

A previsão do NWS no CLE foi a seguinte: 'Teto 1.000 pés obscurecido, visibilidade de 1 milha com neve leve e neve soprando, vento de 220 graus 20 nós com rajadas de 30 nós. Ocasionalmente, teto nublado de 2.000 pés, visibilidade de 4 milhas com neve leve. Cisalhamento de vento de baixo nível. Depois das 23:00: teto nublado a 4.000 pés, visibilidade de 5 milhas com neve leve, vento de 210 graus 18 nós com rajadas de 28 nós. Ocasionalmente, teto nublado de 2.000 pés, visibilidade de 2 milhas em neve leve e neve soprada. Cisalhamento de vento de baixo nível. Depois das 07:00: teto nublado a 4.500 pés, vento de 320 graus 7 nós, possibilidade de pancadas de neve fraca. Depois das 14h00: VFR.' 

Em outras palavras, o tempo estava perigosamente frio com a temperatura de 23 °F (-5 °C), o suficiente para causar o acúmulo de gelo nas aeronaves e o ponto de orvalho de 19 °F (-7 °C). Havia neve fraca e ventos fortes soprando a 14 nós (16 mph; 26 km/h), aumentando o risco de cisalhamento do vento. Os pilotos só podiam operar sob as regras de voo por instrumentos até as 14h do dia seguinte.

Um dia antes, em 16 de fevereiro, o voo 590 partiu de Buffalo às 22h55, horário padrão do leste. O voo pousou em Cleveland às 23h44. Durante a aproximação do voo 590 para Cleveland, dois outros voos (um que havia acabado de decolar e outro que estava pousando) relataram condições de formação de gelo. 

O controlador de aproximação disse ao voo 590 durante sua aproximação: "dois pilotos relatam gelo moderado reportado a 7.000 pés (2.100 m) na superfície durante a descida de um 727, e também turbulência moderada de corte de 4.000 pés (1.200 m) em à superfície." A tripulação do voo 590 reconheceu a transmissão.

Após o pouso, a aeronave taxiou até a rampa de correspondência, onde a correspondência com destino a Cleveland foi descarregada e a nova correspondência com destino a Indianápolis foi carregada. 

Neve seca caiu durante o tempo em que a aeronave estava estacionada. Apesar do frio congelante, nenhum dos voos que partiam de Cleveland (incluindo o voo 590) solicitou o degelo. A tripulação do voo 590 não saiu da aeronave para inspecioná-la em busca de sinais de formação de gelo, conforme exigido.

Às 00h06 do dia 17 de fevereiro, o primeiro oficial Duney solicitou autorização de partida do controle de tráfego aéreo (ATC). 

O controlador declarou: "Ryan cinco noventa Cleveland autorizado para o aeroporto de Indianápolis como arquivado subir e manter cinco esperar nível de voo dois seis zero um dois (12) minutos após a partida a frequência de partida será um dois quatro ponto zero squawk cinco sete sete três."

Às 00h08, devido às baixas temperaturas e à neve, os pilotos ativaram o sistema antigelo do motor, que utiliza o calor do motor para evitar o congelamento dos sensores, garantindo leituras precisas dos instrumentos.


O gravador de voz da cabine (CVR) gravou o seguinte trecho de conversa (CAM é a abreviação de Cockpit Area Microphone, RDO é a abreviação de rádio, -1 é o capitão, -2 é o primeiro oficial e -? indica uma voz não identificada):

00:08:49 Ignição CAM-2 ?

00:08:50 CAM-1 Já está desligado.

00:08:52 CAM-2 Desligado. Energia elétrica verificada. Anti-gelo do motor?

00:08:55 CAM-1 Acabei de ligar.

Às 00h09, o primeiro oficial Dunney solicitou liberação do táxi. O controlador da torre instruiu o voo a "taxiar [para] a pista dois e três à esquerda via Juliet e a rampa". Um minuto depois, o controlador lembrou ao voo sobre as condições de frenagem (nenhum voo havia pousado enquanto o voo 590 estava no solo):

00:10:58 TWR Ryan cinco noventa a última frenagem que tive foi ah quando você chegou acho que você achou justo.

00:11:01 CAM-1 Isso mesmo.

00:11:03 RDO-2 Cinco noventa ok.

Às 00h14, o voo 1238 da Continental Airlines informou ao controlador da torre que eles estavam se aproximando da mesma pista. O controlador liberou o voo 1238 para pousar, informando-os sobre as condições de frenagem do voo 590. Às 00h17 o voo 590 alinhou na pista 23L, e um minuto depois, às 00:18, foi liberado para decolagem:

00:18:17.5 TWR Ryan cinco noventa liberados para decolagem ah... rumo da pista.

00:18:18 CAM-1 Ligado.

RDO-1 Ok, restam dois e três e agradecemos sua ajuda.

00h18:24.4 TWR De nada, vento dois, três, zero, um, dois.


Às 00h18min24s6, o voo 590 iniciou sua decolagem na pista 23L. O sistema antigelo do motor estava ligado durante a decolagem. O primeiro oficial Dunney era o piloto voando, e o seguinte foi registrado pelo CVR:

00:18:24.6 [SOM DE MOTORES AUMENTANDO A VELOCIDADE]

00:18:27.0 RDO-1 Hey [sic] isso é vento de capitão.

00:18:29.0 TWR Tudo bem. [sic]

00:18:31.1 CAM-1 Ok, a velocidade do ar está viva.

00:18:33.0 Os motores CAM-1 estão estabilizados, a potência está pronta para partir.

00:18:37.5 CAM-1 O combustível está meio equilibrado.

00:18:39.4 CAM-1 Cem nós.

00:18:41.3 [SOM SEMELHANTE AO RUÍDO DA PISTA (BANG)]

0018:44.9 CAM-1 V 1 .

0018:45.9 CAM-1 Girar.

0018:48.3 CAM-1 V 2.

0018:49.2 CAM-1 Mais dez.

00:18:50.4 CAM-1 Taxa positiva.

00:18:51.2 CAM-1 Cuidado.

00:18:51.7 CAM-1 Cuidado.

00:18:52.1 CAM-1 Cuidado.

00:18:52.3 [SOM SEMELHANTE AO COMPRESSOR DO MOTOR INÍCIO]

00:18:53.1 [SOM SEMELHANTE AO STICK SHAKER COMEÇA]

00:18:55.5 [SOM DO COMPRESSOR DO MOTOR PÁRA]

00:18:55.8 RDO-? [SOM DA CHAVE DO MICRO ABERTO POR 0,45 SEGUNDOS]

00:18:56.0 [SOM DE STICK SHAKER PÁRA]

00:18:56.78 [SOM DO PRIMEIRO IMPACTO]

00:18:56.82 [SOM DO SEGUNDO IMPACTO MAIS ALTO]

00:18:57.4 RDO-? [SOM DO MICRO ABERTO COMEÇA E CONTINUA ATÉ O FIM DA GRAVAÇÃO]

00:18:57.6 FIM DA GRAVAÇÃO

O capitão Reay gritou "girar" às 00h18:45,9 e a aeronave decolou. Quase imediatamente depois, no entanto, a aeronave começou a inclinar para a esquerda, conforme indicado pelo gravador de dados de voo. 

Isso também foi mencionado nas declarações do controlador da torre e outras testemunhas. Várias testemunhas chegaram a afirmar que viram uma explosão antes da queda da aeronave.

De acordo com o CVR, o capitão Reay gritou "cuidado" três vezes consecutivas. Ambos os motores começaram a experimentar estol do compressor e o shaker do mancheativados, ambos durando cerca de três segundos. A aeronave rolou 90° para a esquerda e entrou em estol. 

Às 00h18:57, a aeronave caiu de volta para a pista 23L, a asa esquerda tocou primeiro no solo, seguida pelo restante da aeronave.  A aeronave então capotou e derrapou ao longo da pista, fazendo com que o cockpit e a fuselagem dianteira se separassem e fossem destruídos. 

Ambos os pilotos, únicos ocupantes da aeronave, morreram no impacto por trauma extremo. Os passageiros e a tripulação do voo 1238 da Continental Airlines testemunharam o acidente.


Menos de uma hora após o acidente, o NTSB foi notificado sobre isso. Um go-team viajou para Cleveland quatro horas depois. O Serviço Postal dos Estados Unidos e funcionários do aeroporto recuperaram a correspondência que não havia sido destruída no acidente.

A asa esquerda e o motor número um (esquerdo) foram destruídos durante a sequência do acidente, mas a asa direita e o motor número dois (direito) estavam praticamente intactos. O motor número um tinha uma alta velocidade de rotação no momento do impacto.

Os flaps foram estendidos a 20° no momento do impacto, embora a alça do flap (parte dele tenha sido dobrada no impacto) tenha sido posicionada próximo a 30°. O estabilizador horizontal estava a 34° do nariz para cima. Os interruptores térmicos antigelo do motor estavam na posição "ON" no momento do impacto. 

Apesar das testemunhas afirmarem que a aeronave estava pegando fogo ou explodiu antes do impacto, o único incêndio e explosões ocorreram durante a sequência do impacto.

De acordo com o CVR, as informações mais notáveis ​​foram durante a sequência de decolagem, incluindo as chamadas do capitão Reay, bem como o shaker do manche e estol do compressor do motor. 

De acordo com o gravador de dados de voo (FDR), a aeronave atingiu uma velocidade máxima de 155 nós (178 mph; 287 km/h) durante o voo. O agitador de manche foi ativado a 150 nós (170 mph; 280 km/h). 

O voo 590 experimentou uma queda repentina na aceleração normal para 0,7 g durante a decolagem. O NTSB comparou a decolagem do voo 590 com outro DC-9-10 em condições similares. A aceleração dos voos de comparação caiu apenas para quase 0,9 g durante a decolagem. 


O NTSB examinou outros acidentes envolvendo gelo, como o voo 982 da Ozark Air Lines, o voo 90 da Air Florida e o voo 1713 da Continental Airlines.

Após o acidente do voo 1713, a McDonnell Douglas apresentou um documento alertando sobre o acúmulo de gelo nos DC-9. A FAA também discordou de uma recomendação de segurança do acidente do voo 1713 (rotulado como A-88-134), que recomendava que as aeronaves da série DC-9-10 fossem descongeladas com glicol forte durante condições de formação de gelo.

O manual de operações da tripulação de voo DC-9 da Ryan International Airlines (FCOM) exigia que o primeiro oficial inspecionasse a aeronave em busca de gelo após pousar em condições de gelo. No entanto, de acordo com testemunhas no solo, nenhum dos tripulantes deixou a aeronave enquanto ela estava estacionada. 

O NTSB acreditava que isso se devia à experiência anterior da tripulação de voo com variantes maiores do DC-9, que possuem dispositivos de ponta e são menos vulneráveis ​​a condições de formação de gelo, e possivelmente ao fato de que nenhum outro voo solicitou degelo antes da decolagem. 

O NTSB até considerou o cansaço como uma razão pela qual a tripulação não inspecionou a aeronave (bem como se foi um fator para o acidente), a tripulação estava no mesmo horário de voo na mesma rota por seis dias e o capitão Reay pode tem experimentado um resfriado; os horários exigentes podem dificultar a recuperação da doença e contribuir para a fadiga. No entanto, o NTSB não tinha provas suficientes e não conseguiu determinar se a fadiga realmente desempenhou um papel no acidente.

O NTSB também observou que tanto Douglas quanto a FAA estavam cientes de acidentes anteriores com DC-9 em condições de gelo, mas tiveram uma supervisão fraca. A Ryan International Airlines também não sabia desses acidentes quando comprou os DC-9s.

O NTSB publicou seu relatório final quase nove meses depois, afirmando: "O National Transportation Safety Board determina que a causa provável deste acidente foi a falha da tripulação em detectar e remover a contaminação de gelo nas asas do avião, que foi em grande parte resultado da falta de resposta apropriada da Federal Aviation Administration, Douglas Aircraft Company, e Ryan International Airlines para o efeito crítico conhecido que uma quantidade mínima de contaminação tem nas características de estol do avião DC-9 série 10. A contaminação do gelo levou ao estol da asa e perda de controle durante a tentativa de decolagem."

O NTSB determinou que o acidente foi causado pela contaminação por gelo como resultado da falha da tripulação em realizar um exame externo da aeronave após o pouso em clima frio, bem como a falha da FAA, McDonnell Douglas e Ryan International As companhias aéreas devem responder adequadamente a acidentes anteriores relacionados ao gelo e à falta de compreensão das condições de congelamento da aeronave DC-9-10.


Seis recomendações de segurança foram emitidas para a FAA, e a recomendação A-88-134 foi reiterada. No entanto, a FAA novamente discordou dessa recomendação.

O presidente do NTSB, James L. Kolstad, e a vice-presidente Susan Coughlin deram declarações divergentes; ambos concordaram que o erro do piloto foi a causa do acidente, embora também afirmassem que o fracasso da indústria aérea como um todo em entender adequadamente o degelo foi a causa do acidente. 

Kolstad afirmou: "Meus colegas acreditam que esta última falha - a falha na inspeção - foi resultado de um fraco desempenho organizacional. A aeronave em questão é especialmente suscetível a problemas de elevação com gelo nas asas. Como esse problema era conhecido, mas aparentemente não foi claramente comunicado à tripulação do acidente, a maioria acredita que a transportadora aérea, o fabricante da aeronave e a Administração Federal de Aviação estavam na linha direta de causalidade [desse acidente]."

A vice-presidente Susan M. Coughlin afirmou que o NTSB deveria revisar sua causa provável para ler o seguinte: "O National Transportation Safety Board determina que a causa provável deste acidente foi a falha da tripulação em detectar e remover a contaminação por gelo nas asas do avião, em parte devido à falta de ação coesa da comunidade da aviação em geral direcionada ao conhecido problema crítico efeito que uma pequena quantidade de contaminação tem nas características de estol do avião DC-9 Series 10, o que pode levar ao estol da asa e perda de controle durante uma tentativa de decolagem." 

O NTSB não revisou sua causa provável no voo 590. No entanto, quando o voo USAir 405 caiu em 1992 em condições de gelo, o NTSB declararia que a má supervisão da indústria da aviação foi a causa desse acidente.

Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com Wikipédia e ASN

Aconteceu em 17 de fevereiro de 1979: Acidente com o voo Air New Zealand 4374 durante a aterrissagem


Em 17 de fevereiro de 1979, o Fokker 
F27 Friendship 500, prefixo ZK-NFC, da New Zealand National Airways Corporation (NAC) (foto acima), uma aeronave com oito anos de operação, realizava o voo doméstico 4374 do Aeroporto Gisborne, para o Aeroporto Internacional de Auckland, ambos na Nova Zelândia.

O voo decolou com apenas dois passageiros e dois tripulante e transcorreu dentro da normalidade até a aproximação ao destino, às 14h28, quando estava nivelado a 3.000 pés com o trem de pouso e os flaps para cima e estava sendo vetorado por radar para uma aproximação ILS ao aeroporto de Auckland.

Quando as condições de voo visual foram encontradas e o comandante iniciou a descida. A aeronave estava a 9 milhas da cabeceira da pista, a uma velocidade de aproximadamente 165 nós e em boa posição para realizar uma descida normal e aproximação para pouso na pista 05. 

Cerca de um minuto depois, o IAS da aeronave aumentou para 211 nós (11 nós a mais do estipulado pela empresa) quando a aeronave estava passando por 1436 pés. Cerca de 1 minuto e 20 segundos antes do acidente, a potência do motor da aeronave provavelmente foi reduzida ao mínimo recomendado para uma descida. 

Durante a curva de base, a potência do motor provavelmente aumentou, pois a aeronave manteve altitude e velocidade no ar essencialmente constantes durante essa curva. Neste ponto os flaps ainda estavam recolhidos e a aeronave não estava alinhada com a pista.

Naquele momento, um forte aguaceiro obstruía a soleira da pista. O primeiro oficial não foi capaz de ver nenhuma aproximação ou visualização das luzes da pista. 

A aeronave desceu até colidir com a água do porto de Manukau, 1025 metros a oeste da cabeceira da pista 05 do Aeroporto de Auckland, matando o capitão e um passageiro.


A investigação descobriu que a tripulação foi enganada por uma ilusão visual durante condições de visibilidade reduzida, acreditando que estava em uma altura segura e não conseguiu ver os instrumentos de voo o suficiente para confirmar um caminho de pouso seguro.

A recuperação da aeronave acidentada no porto de Mangere, em Auckland
Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com Wikipédia, baaa-acro e ASN

Aconteceu em 17 de fevereiro de 1966: A queda durante a decolagem em Moscou do voo Aeroflot 065


No dia 17 de fevereiro de 1966, a tripulação do Tupolev Tu-114D, prefixo CCCP-76491, da Aeroflot (divisão International Civil Aviation Directorate da Aeroflot), iria realizar voo internacional 065 do Aeroporto Internacional Sheremetyevo, em Moscou, para o Aeroporto Internacional Ahmed Sékou Touré, em Conakry, a capital da República da Guiné, na África Ocidental.

Levando a bordo 47 passageiros e 19 tripulantes, a tripulação se preparava para decolar e recebeu um boletim meteorológico de visibilidade de 700 metros (2.300 pés), com neblina, neve leve e umidade relativa de 100% às 23h35 na noite do dia 16. 

A neve recente havia sido removida da pista, mas não totalmente dos seus 60 metros (200 pés) de largura. Uma faixa de aproximadamente 40 metros (130 pés) de largura foi aberta no centro da pista de concreto, deixando neve de 50 a 70 centímetros (20 a 28 pol.) De profundidade ao longo das bordas da pista.

Um Tupolev Tu-114 similar ao avião acidentado
O mínimo de visibilidade para decolagem de um TU-114 era de 1.000 metros (3.300 pés). À 01h37, a tripulação da aeronave comunicou-se por rádio à torre de controle solicitando a visibilidade real e o controlador relatou 1.100 metros (3.600 pés). O controlador mais tarde testemunhou que contou as luzes de borda da pista que podia ver olhando para baixo na pista. Ele acreditava que a distância entre essas luzes era de 100 metros (330 pés), quando na verdade era de 50 metros (160 pés).

À 01h38, a aeronave iniciou sua decolagem um grau à direita do eixo da pista. Aproximadamente 30 segundos depois, a aeronave estava a 1.050 metros (3.440 pés) na pista quando a tripulação percebeu que estava se aproximando da neve arada na borda direita e supercorrigida para a esquerda quatro graus. 

Quando a aeronave atingiu 255–260 quilômetros por hora (158–162 mph), 1.400 metros (4.600 pés) abaixo da pista, o piloto girou as rodas do nariz do chão. A uma distância de 1.850 metros (6.070 pés) metros do início da pista, acelerando a 275 quilômetros por hora (171 mph), o trem de pouso principal esquerdo entrou na neve de 60 centímetros (24 pol.)  de profundidade, fazendo com que a aeronave guinasse .esquerda e lance para baixo. O trem principal esquerdo atingiu uma luz de borda da pista. 

Em vez de abortar a decolagem, o piloto fez uma curva para a direita, atingindo as hélices dos motores 3 e 4 na pista. A aeronave então girou para a direita, capotou e pegou fogo. A fuselagem dianteira e a seção da asa principal foram completamente destruídas. A força do impacto arrancou a seção da cauda e ela parou invertida, separada da seção dianteira em chamas.


No desastre morreram 13 tripulantes e oito passageiros, ou seja, 21 pessoas no total. Os 6 tripulantes sobreviventes (ambos co-pilotos, 3 comissários de bordo e um engenheiro), bem como 12 passageiros, ficaram feridos. Outros 27 passageiros sofreram ferimentos leves na forma de hematomas.

O Aeroporto Internacional de Sheremetyevo fotografado em julho de 2011
Em um relatório divulgado em 12 de maio de 1966, o conselho de investigação indicou que as principais causas do acidente foram erros cometidos pela tripulação da aeronave e má organização do serviço de controle de tráfego do aeroporto. Os fatores contribuintes incluíram visibilidade limitada em más condições climáticas e falha em limpar adequadamente a pista de neve.

Memorial no Cemitério Novo Donskoy
Os mortos no desastre foram enterrados no Cemitério Novo Donskoye (local 13).

Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com Wikipédia e ASN

Aconteceu em 17 de fevereiro de 1959: A queda do avião com Primeiro-Ministro da Turquia na Inglaterra


O chamado acidente "Turkish Airlines Gatwick" ocorreu em 17 de fevereiro de 1959, perto do Aeroporto Gatwick de Londres, quando um Vickers Visconde da Turkish Airlines  em um voo internacional charter do Aeroporto Internacional Esenboğa, em Ancara, na Turquia, para o Aeroporto Heathrow, em Londres, na Inglaterra, carregando o primeiro-ministro turco, caiu em um bosque a 4,8 km da cabeceira da pista de Gatwick durante sua aproximação final para pousar em meio a uma névoa extensa. 

Cinco dos oito tripulantes e nove dos 16 passageiros morreram no acidente. O primeiro-ministro estava entre os dez sobreviventes.

Aeronave


A aeronave era quadrimotor Vickers 793 Viscount, prefixo TC-SEV, da Turkish Airlines (foto acima), fabricado pela Vickers-Armstrongs (Aircraft) Ltd e concluída em 1958 com o número de série 429. Um Certificado de Aeronavegabilidade do Reino Unido foi emitido em 25 de julho de 1958, válido por um ano, e um Certificado de Validação para o mesmo período foi emitido pelo Departamento de Aviação Civil do Ministério das Comunicações da Turquia. A aeronave foi registrada em nome da Turkish Airlines Incorporated. A fuselagem teve um tempo total de voo de 548 horas e os motores funcionaram cada um aproximadamente 615 horas desde a fabricação. 

Voo


O primeiro-ministro turco, Adnan Menderes, acompanhado de uma delegação turca, estava a caminho da capital britânica para assinar o Acordo de Londres sobre a questão do Chipre com o primeiro-ministro britânico Harold Macmillan e o primeiro-ministro grego Constantine Karamanlis, que deu aos três lados o direito de intervir em Chipre caso a paz fosse rompida por qualquer uma das partes.
O voo especial partiu do Aeroporto Internacional de Ankara Esenboğa, na Turquia, com destino ao Aeroporto Heathrow, em Londres, via Aeroporto Internacional Atatürk, de Istambul, e Aeroporto Ciampino, em Roma, na Itália. A bordo estavam 16 passageiros e oito tripulantes.

A aeronave deixou sua última escala em Roma, às 13h02 e ligou para a London Airways às 15h56 sobre Abbeville, pouco antes de deixar o espaço aéreo francês. O TC-SEV foi liberado pelo controle de tráfego aéreo para o Estação Epsom Radio Ranger, a área de espera do Aeroporto de Londres. 

No alcance de Epsom, às 16h21 horas, o capitão da Turkish Airlines foi instruído pelo Comandante do Aeroporto de Londres a desviar para Gatwick devido à pouca visibilidade em Heathrow.

Acidente


O Vickers 793 Viscount cruzando a 6.000 pés (1.800 m), deixou Epsom às 16h27 horas para Mayfield, em East Sussex, o ponto de espera para Gatwick. O controle de aproximação do aeroporto informou ao piloto que o mesmo seria posicionado por radar para aproximação ILS na Pista 09 leste.

As últimas condições meteorológicas reais observadas no Aeroporto de Gatwick foram calmaria do vento de superfície, visibilidade de 1.600 m, neblina, nenhuma nuvem baixa e manchas de neblina rasas de apenas 1 pé (0,30 m) a 5 pés (1,5 m) de profundidade.

O tempo informado à aeronave foi de “vento de superfície calmo, visibilidade uma casa decimal uma milhas náuticas, névoa, três octas a oitocentos pés, o QFE um zero três seis”, o que foi reconhecido pelo piloto.

Às 16h34 horas, o piloto foi instruído a descer para um padrão de espera a 4.000 pés (1.200 m) ao atingir Mayfield NDB e dirigir um curso de 280 graus e, em seguida, continuar a descer até 2.000 pés (610 m).

Ligado para o caminho de aproximação ILS, o Viscount ultrapassou ligeiramente a linha central. A 5 milhas náuticas (9,3 km) do toque, a aeronave afirmou que poderia continuar no ILS. 

Às 16h38 horas, foi solicitada ao capitão uma alteração na frequência da torre e isto foi reconhecido. Foi a última comunicação com a aeronave.

A aeronave era visível ao longo da linha central do caminho de aproximação na tela do radar em direção à pista até que desapareceu cerca de 3 milhas náuticas (5,6 km) da cabeceira. Presumiu-se que a aeronave havia caído, pois nenhuma resposta foi recebida às chamadas de rádio para a aeronave.

A aeronave havia voado no topo das árvores de 390 pés (120 m) na borda de Jordan's Wood a leste da estrada Newdigate-Rusper, em um rumo paralelo ao caminho de abordagem para a pista 09 em Gatwick. 

A aeronave perdeu suas asas e teve seus motores arrancados enquanto descia em um ângulo de cerca de 6 graus da horizontal 300 jardas (270 m) através da floresta e tocou o solo com suas rodas. 


Depois de subir ligeiramente novamente, a parte principal dos destroços pousou de cabeça para baixo com árvores incrustadas na fuselagem mutilada cerca de 100 jardas (91 m) mais adiante, após o que pegou fogo. A parte traseira da fuselagem parou de cabeça para baixo e permaneceu intocada pelo fogo. Pouco depois, ocorreu uma explosão na fuselagem principal.

O local do acidente estava localizado a 2,8 milhas náuticas (5,2 km) da cabeceira da pista e 550 pés (170 m) ao norte da linha central do caminho de abordagem.


As operações de resgate


O Aeroporto de Gatwick alertou os serviços de bombeiros e resgate locais e logo foi confirmado que a aeronave havia caído na área em que havia desaparecido da tela do radar.

Peter Weller, um jardineiro da fazenda Newdigate Chaffold, e seus dois colegas notaram o acidente. Ele pediu a um de seus amigos que fosse de bicicleta até a próxima delegacia para relatar o acidente. 

Ele e seu outro amigo correram para o local e tentaram resgatar as vítimas. Pouco depois das 17h, outra residente local, Margaret Bailey, que era enfermeira treinada, e seu marido Tony estavam no local do acidente.


O incêndio resultante foi apagado por três divisões da Brigada de Incêndio de Surrey, apesar da névoa espessa.

Primeiro-ministro turco sobrevive


Os sobreviventes gritavam enquanto tentavam deixar os destroços. O primeiro-ministro turco Adnan Menderes, que estava sentado em um assento da janela esquerda na cabine de passageiros traseira, sobreviveu ao acidente com apenas leves arranhões no rosto, pendurado de cabeça para baixo com o pé preso no chão. 

Ele foi ajudado por Rıfat Kadıoğlu, que libertou o pé e desafivelou o cinto de segurança. Ele foi retirado dos destroços por Kadıoğlu e Şefik Fenmen. Outro sobrevivente, Melih Esenbel, juntou-se ao grupo do lado de fora. Menderes ficou em estado de choque ao testemunhar sua empresa queimar.


Enquanto Tony Bailey estava empenhado em ajudar as outras vítimas, sua esposa levou Menderes e dois outros sobreviventes de carro para a casa dela a 200 jardas (180 m) de distância e deu os primeiros socorros. 

Menderes foi transferido para The London Clinic 90 minutos depois. Ele assinou o Acordo de Londres em 19 de fevereiro de 1959, no hospital. Ele voltou para casa em 26 de fevereiro de 1959, e foi recebido por seu arquirrival İsmet İnönü e uma multidão enorme.

Outras vítimas foram tratadas em hospitais em East Grinstead , Redhill e Dorking. Os corpos das vítimas foram transferidos para a Turquia e enterrados em 22 de fevereiro de 1959. Um memorial às vítimas está localizado no terreno da Força Aérea Turca no Cemitério Brookwood em Surrey.


Fim de uma era


Adnan Menderes, o nono primeiro-ministro da Turquia e fundador do Partido Democrata, foi o primeiro líder eleito pelo povo do país e serviu entre 1950 e 1960.

Um ano depois que seu governo foi derrubado por uma junta militar, Menderes foi enforcado em 17 de setembro, 1961 na pequena ilha de Imrali do Mar de Mármara.

Menderes foi um dos três altos funcionários do Partido Democrata enforcados naquele dia. Os outros dois eram Fatin Rustu Zorlu e Hasan Polatkan, os ministros das Relações Exteriores e das Finanças do governo Menderes.

Adnan Menderes, nono primeiro-ministro da Turquia e fundador do Partido Democrata
Acusados ​​de violar a Constituição turca e desviar fundos do estado, os três foram julgados por um tribunal militar na ilha de Yassiada, a sudeste de Istambul, juntamente com todos os altos funcionários do partido de Menderes.

Investigação


As autoridades turcas certificaram, depois de examinar os registros e livros de registro apropriados na Turquia, que a manutenção da aeronave havia sido realizada corretamente. O exame dos extratos traduzidos desses documentos não revelou nenhum registro de qualquer defeito que pudesse ter afetado o acidente. Constatou-se que não foram realizadas inspeções nos equipamentos ILS da aeronave.


No momento do acidente, o peso da aeronave estava abaixo do máximo permitido para pouso. Não foi possível verificar o acabamento, mas não havia razão para acreditar que não estava dentro dos limites prescritos.

Os seguintes fatos foram apurados:
  1. A aeronave tinha um Certificado de Aeronavegabilidade válido e foi devidamente mantida.
  2. O peso total e o equilíbrio da aeronave estavam dentro dos limites prescritos.
  3. A tripulação foi devidamente licenciada.
  4. Não houve mau funcionamento da aeronave antes do acidente, seus motores ou seus equipamentos.
  5. Todas as instalações terrestres estavam em condições de uso e funcionando corretamente.

A investigação concluiu que:

"as evidências foram insuficientes para estabelecer a causa do acidente. Não houve indicação, entretanto, de que isso possa estar associado a uma falha técnica da aeronave ou a uma falha dos serviços de solo."

Tripulantes e passageiros


A tripulação era composta por oito pilotos, um navegador, um mecânico e três comissários de bordo, dos quais cinco perderam a vida.
  • Münir Ozbek, Capitão (38) - (no comando) - morto
  • Lütfi Biberoglu, Capitão (35) - (segundo piloto) - morto
  • Sabri Kazmaoglu, Capitão (35) - (piloto reserva) - morto
  • Gündüz Tezel, Capitão (42) - (navegador) - morto
  • Türkay Erkay - (comissário) - gravemente ferido
  • Gönül Uygur - (aeromoça) - morto
  • Yurdanur Yelkovan - (aeromoça) - gravemente ferido
  • Kemal Itık - (mecânico supranumerário) - ileso
Havia oficialmente dezesseis passageiros a bordo, dos quais nove morreram no acidente. No entanto, a lista de nomes que apareceu nas notícias incluía um total de dezessete passageiros.
  • Adnan Menderes (primeiro-ministro) - ileso
  • Servidor Somuncuoğlu (Ministro da Imprensa, Mídia e Turismo) - morto
  • Muzaffer Ersü (secretário particular do primeiro-ministro) - morto
  • Şefik Fenmen (vice-secretário particular do primeiro-ministro) - feridos leves
  • Melih Esenbel (Secretário-Geral do Ministério das Relações Exteriores) - feridos leves
  • İlhan Savut (Chefe do 2º Departamento do Ministério das Relações Exteriores) - morto
  • Mehmet Ali Görmüş (secretário privado de Imprensa, Mídia e Ministro do Turismo) - morto
  • Sedat Görmüş (Secretário do Ministro das Relações Exteriores) - morto
  • Güner Türkmen (Secretário do Ministro das Relações Exteriores) - morto
  • Arif Demirer (deputado da província de Afyonkarahisar ) - ferido
  • Emin Kalafat (deputado da província de Çanakkale ) - ferido
  • Kemal Zeytinoğlu (deputado da província de Eskişehir , ex-ministro das Obras Públicas) - morto
  • Rıfat Kadıoğlu (Deputado da Província de Sakarya ) - ferido
  • Abdullah Parla (gerente geral da Turkish Airlines) - morto
  • Şerif Arzık (gerente geral da Agência de Notícias Anadolu ) - morto
  • Burhan Tan (repórter fotográfico do jornal Akşam) - morto
  • Kazım Nefes (guarda-costas da polícia) - ferido

Réplica do TC-SEV



A Turkish Airlines restaurou um Viscount 794d (foto acima), fabricado com número de série 430, que utilizava o prefixo TC-SEL e que serviu como uma aeronave VIP para a Força Aérea turca até de ser retirado de uso em 1990. Depois de mudar o sinal de chamada para TC-SEV e repintar a fuselagem para o desenho original do 'pijama listrado' de vermelho e branco, a fuselagem foi exposta no Museu da Aviação Militar em Yeşilköy, em Istambul.
Cinema e televisão

O acidente aéreo em Gatwick foi o tema de um documentário para a televisão apresentando a réplica do Viscount 794D.

Uma série de televisão histórica e romântica intitulada Hatırla Sevgili ("Remember Darling") no canal ATV turco também mostra os eventos em torno do acidente e da sobrevivência de Menderes, novamente apresentando a réplica da aeronave.

Este foi o primeiro desastre aéreo em que a Turkish Airlines se envolveu.

Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com Wikipédia, ASN, baaa-acro.com e aa.com.tr