quinta-feira, 14 de junho de 2012

Twitter expõe ataque aéreo secreto da CIA

No Iêmen, usuários da rede social divulgam, pela primeira vez, uma operação secreta de drones da CIA, acompanhada minuto-a-minuto 


Apesar de ser tarde da noite, as redes sociais no Iêmen estavam em plena atividade. Fazia poucos minutos que um ataque por controle remoto – os chamados “drones” guiados pela CIA – tinha atingido um comboio de veículos em uma parte remota do país, matando três supostos militantes. 

O ataque, como todos os ataques do tipo, realizados pelos EUA nos últimos anos fora de zonas de guerra, deveria ser secreto. Porém, o advogado Haykal Bafana, que mora na capital, Sana, começou a transmitir pelo twitter, minuto a minuto, o que se passava. Pouco depois da uma hora da manhã da quinta-feira, 17 de maio, ele postou o seguinte:


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#Yemen AGORA | Ataque de mísseis a carros em Wadi Hadhramaut. 
Próximo à cidade de Shibam. 
Suspeita de que seja um ataque de drone dos EUA”. 
Como ele explicou ao Bureau of Investigative Journalism, parceiro da Pública, seus parentes vivem em Shibam, uma cidade de 30 mil habitantes. “Quando o primeiro ataque aconteceu, a cidade – que estava sem luz na hora – ficou completamente iluminada. Meus parentes ligaram imediatamente para me contar sobre o ataque”. 

“Até agora, nenhum ataque” 

No dia anterior, o advogado já havia tuitado que aviões “drones” estavam sobrevoando a região de maneira suspeita. A província de Hadhramaut, um ex-sultanato esparsamente povoado, fica bem distante do sul do Iêmen, considerado problemático pelos americanos e onde ocorre a maioria dos ataques de aviões dos EUA controlados remotamente. 

Há alguns anos ocorrem atividades militantes na região, segundo os moradores e desde 2010 aviões “drones” de vigilância sobrevoam a área. Mas nunca houve um ataque de “drone”antes desse. “Há quatro ou cinco dias, os meus parentes começaram a me contar sobre aviões “drones” sobrevoando a área em plena luz do dia, a toda hora, o que é raro. Militantes também foram vistos andando na área, talvez preparando o terreno para uma rota de fuga das batalhas no sul do país. Todo mundo sentia que algo estava para acontecer”, lembra Haykal Bafana. Ele tuitou as notícias para os seus seguidores.

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#Yemen | Há muitos relatos de “drones” sobrevoando Hadhramaut,
em especial em Shibam/Qatn (rota para a Arábia Saudita). 
Até agora, nenhum ataque.

Quando o ataque finalmente aconteceu nas primeiras horas da quinta-feira, já não era segredo onde seria o alvo. Um pouco mais cedo, sites em árabe na cidade de al-Mukalla, capital da província, publicaram que um comboio de supostos rebeldes da Al Qaeda estava se dirigindo rumo ao norte. Esta notícia também foi bastante retuitada. 

Assim que os veículos se aproximaram de Shibam, à uma da madrugada, pelo menos um carro, um Toyota Hilax, foi destruído por mísseis. A força aérea do Iêmen não possui equipamento ou know-how para fazer um ataque de precisão deste tipo durante a noite. 

Agências de notícias depois revelariam que houve um ataque por drones, e que dois dos mortos no ataque foram Zeid bin Taleb e Mutii Bilalafi, ambos descritos como líderes locais da Al Qaeda. Como dezenas de ataques dos EUA no Iêmen, este deveria ter sido realizado secretamente. Porém, o twitter e outras redes sociais estavam acompanhando a operação ao vivo. 

“É incrível como a mesma tecnologia usada pela CIA para matar pessoas com os drones no Iêmen está ajudando o povo do Iêmen a tuitar sobre os ataques enquanto eles ocorrem”, diz Noel Sharkey, professor de robótica na Universidade de Sheffield, no Reino Unido. “Eles podem nos mandar fotos e nos aproximar do horror que estão vivendo. Assim, a tecnologia em pequena escala pode até barrar o uso de tecnologia militar em grande escala”. 

#NoDrones

Redes sociais como Facebook e Twitter – que tiveram um papel importante na primavera árabe no Iêmen – agora sendo amplamente utilizadas para atrair a atenção em relação ao aumento de ataques de drones dos EUA nas últimas semanas. 

Como observa Haykal Bafana, poucos minutos depois de ter tuitado a respeito do ataque, a notícia foi postada no Facebook e em pequenos sites de notícias em árabe. 

“O uso da internet aqui no Iêmen é de apenas 2%. Mas mesmo assim faz uma grande diferença. Muitas pessoas recebem suas notícias através de pequenos sites locais em vez de agências estrangeiras ou estatais. E o twitter é cada vez mais importante”. 

Quando o conselheiro sênior de Obama em contraterrorismo John Brennan visitou Sana após o ataque, houve um protesto online no twitter com a hashtag #NoDrones. 

O ativista iemenita Sadam al-Adwar (@sadamtweety), por exemplo, disse “Sou contra #terrorismo &   #extremismo, e também sou contra #drones. É contra-producente & leva a mais extremismo”. 

E @WomanFromYemen, conhecida como a consultora Atiaf al-Wazir, tuitou aos seus mais de 8 mil seguidores: “Para cada manchete que você lê a respeito de ‘militantes’ mortos por drones no #Yemen, pense nos mortos civis que não são contados. #NoDrones.’ 

Dando um furo sem saber 

O ataque que ocorreu no Iêmen parece ter sido o primeiro a ser acompanhado ao vivo pelo twitter. 

“Eu nunca tinha ouvido falar de pessoas tuitando enquanto os drones estavam atacando”, diz o Dr Micah Zenko, da ONG americana Council on Foreign Policy, um expert em questões de segurança no Iêmen. “Isso é um golpe contra o mito de que se pode manter esses ataques secreto”. 

Há um precedente. No ano passado um paquistanês desavisadamente tuitou sobre a presença de helicópteros de ataque das Forças Especiais dos EUA a caminho de matar Osama bin Laden. No dia 1 de maio de 2011, o consultor de TI Sohaib Athar tuitou o seguinte:

Helicóptero sobrevoando Abbottabad a uma da manhã
(um acontecimento estranho). 

Depois de um “barulhão de janela tremendo”, ele discutiu o que aconteceu naquela noite pelo twitter, enquanto as forças especiais dos EUA finalizavam sua controversa missão. Ele respondeu a um seguidor que “mudou para Abbottabad para ‘permanecer seguro’”. 

Porém, quando surgiram as notícias sobre a morte de Bin Laden, lamentou: ‘Uh oh, agora eu sou o cara que tuitou ao vivo o ataque a Bin Laden sem saber”. 

Reportagem publicada pelo Bureau of Investigative Journalism. Clique aqui para ler o original, em inglês.

Fonte: Chris Woods e Jack Serle, do Bureau of Investigative Journalism via apublica.org - Imagem: Reprodução

Pesquisa: mundo reprova ataques de aviões teleguiados

A política da administração do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de utilizar cada vez mais ataques com aviões não tripulados e teleguiados para matar suspeitos de terrorismo, é amplamente rejeitada em todo o mundo. É o que mostra um estudo sobre a imagem dos Estados Unidos no exterior, do Centro de Pesquisa Pew. Em 17 dos 21 países pesquisados, mais da metade da população desaprova o uso de drones (como são chamados em inglês) em missões contra grupos e líderes extremistas em países como Paquistão, Iêmen e Somália, disse o Pew nesta quarta-feira.


"Existe uma percepção disseminada que os EUA agem unilateralmente e não consideram o interesse dos outros países", afirmam os autores do estudo. Isso é especialmente verdade em países muçulmanos, onde as atividades antiterrorismo ainda são "amplamente impopulares." 

Mas nos Estados Unidos a maioria (62%) aprova este tipo de ação. "Para prevenir ataques terroristas nos Estados Unidos e salvar vidas americanas, o governo conduz missões contra terroristas específicos da Al-Qaeda, algumas vezes usando aviões pilotados remotamente", disse o chefe de contraterrorismo da Casa Branca, John Brennan, em abril. Ele afirmou, em uma detalhada defesa de tal política, que os alvos são escolhidos ao ser pesada a possibilidade de capturá-los e qual é a ameaça que representam para o país. 

A campanha global sob o comando de Obama matou vários líderes extremistas, talvez mais do que qualquer outro método, incluindo mais de uma década de operações especiais no Afeganistão. Um ataque no Paquistão neste mês matou o suposto segundo homem no comando da Al-Qaeda, Abu Yahya al-Libi. 


"Nós continuamos a observar que o público acredita que Obama não cumpriu sua promessa de procurar apoio internacional antes de utilizar força militar, e isso está relacionado à reprovação dos ataques aéreos não tripulados", disse o presidente do Centro de Pesquisa, Andrew Kohut. A pesquisa de opinião, intitulada "Opinião global sobre Obama piora, políticas internacionais criticadas", foi conduzida por telefone ou entrevistas pessoais entre março e abril. 

No Paquistão, ataques teleguiados da CIA alvejaram suspeitos por anos, com o governo paquistanês condenando-os publicamente mas em segredo continuando a trabalhar com a inteligência americana em operações conjuntas. Isto mudou após a incursão do comando especial SEAL dos fuzileiros navais dos EUA, que matou Osama bin Laden no ano passado, levada a cabo sem a permissão e o conhecimento do Paquistão. As informações são da Associated Press.

Fonte: Agência Estado/Estadão - Imagens: Reprodução

Ataque de avião não tripulado mata 3 no noroeste do Paquistão

Um ataque de avião americano não tripulado matou ao menos três insurgentes nesta quinta-feira na região tribal do Paquistão próxima à fronteira com o Afeganistão, informaram fontes dos serviços de segurança paquistaneses. 


O aparelho (similar ao da foto abaixo) disparou dois mísseis contra o mercado central de Miranshah, a cidade mais importante do Waziristão do Norte, reduto de talibãs e da Al-Qaeda, informaram fontes oficiais paquistanesas. 

"Um drone dos Estados Unidos lançou dois mísseis contra uma barraca do mercado central e ao menos três militantes morreram", disse à AFP um funcionário paquistanês. 


Fonte: AFP via Terra

Apresentação da Esquadrilha da Fumaça é impedida em Ribeirão Preto (SP)

Superintendente do Daesp taxou evento como ato irresponsável. 


Voos aconteceriam no dia em que a cidade comemora 156 anos. 


O Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp) impediu a apresentação da Esquadrilha da Fumaça no dia 19 de junho em Ribeirão Preto (SP) – data em que a cidade completa 156 anos. Segundo o órgão, o evento afetaria a segurança dos passageiros e aeronaves no Aeroporto Leite Lopes. Um dos argumentos usados foi o crescimento de 42% na movimentação do local em 2011. 

Caso a apresentação acontecesse o aeroporto teria que ser parcialmente interditado para pousos e decolagens. A interrupção prejudicaria três mil passageiros e 66 voos que ocorrem diariamente no local. 

"Seria um ato de irresponsabilidade do Daesp autorizar o acesso a milhares de pessoas à área interna do aeroporto em pleno funcionamento. Eu, como dirigente de órgão público, entre outras atribuições, tenho a responsabilidade de preservar a segurança e a vida das pessoas”, afirmou o superintendente do departamento, Ricardo Volpi. 

Outro item questionado pelo departamento é que a Prefeitura comunicou informalmente sobre o evento na terça-feira (12). Segundo o órgão a solicitação deveria ter sido feita formalmente e com mais antecedência à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), Polícia Militar (PM) e as empresas aéreas - que teriam que alterar os horários de voos.

A PM, segundo o Daesp, também se manifestou contra o evento alegando que sua realização traria problemas de segurança aos usuários. 

Força Aérea 

Procurado pelo G1, o capitão da Força Aérea Brasileira (FAB) Igor Rocha disse que não foi informado sobre o cancelamento da apresentação. 

Segundo o capitão, a FAB recebeu dois pedidos para a apresentação da Esquadrilha da Fumaça em Ribeirão. Uma solicitação foi encaminhada pelo Aeroclube da cidade para que o evento acontecesse nos dias 23 e 24 de junho e o outro pela Prefeitura para ser no dia 19. 

A Prefeitura e o Aeroclube decidiram realizar os voos na data do aniversário da cidade. 

Prefeitura 

A Prefeitura informou que o evento realizado tradicionalmente na cidade recebe apenas o apoio da Administração, pois é realizado pelo Aeroclube da cidade. No entanto, a determinação causou surpresa ao Executivo. 

Segundo a Administração Municipal, um ofício foi entregue ao Daesp em tempo hábil informando data, horário e até expectativa de público do evento. 


Fonte: Cristiane Zambroni (G1 Ribeirão e Franca) - Foto: Reprodução/EPTV

Helicópteros do estado devem fazer voo de teste na sexta-feira, em Goiás

Empresa fabricante das aeronaves está fazendo manutenção nas máquinas. 

No dia 8 de maio, a aeronave da Polícia Civil caiu e matou oito em Piranhas. 


Os helicópteros da Polícia Militar (PM) e do Corpo de Bombeiros de Goiás devem fazer um voo de teste na sexta-feira (15). A ação faz parte da manutenção que está sendo realizada pela equipe da empresa fabricante das aeronaves. 

“Se tudo der certo, na sexta-feira faremos um voo teste, inclusive com a participação da imprensa, para mostrar para a sociedade a segurança das máquinas, e para que o Corpo de Bombeiros possa voltar a operar em resgate e a PM em prevenção e combate a roubos”, afirma o comandante de missões especiais da PM, Wellington Urzeda. 

A manutenção começou a ser feita na segunda-feira (11), e até a tarde desta terça-feira (12), segundo os representantes da fabricante Agusta Westland, não houve nenhuma surpresa. “Até agora não houve nenhuma substituição de peça ou componentes importantes que não sejam aqueles que já estavam programados”, afirmou o comandante Urzeda. 

Queda de helicóptero 

No dia 8 de maio, o helicóptero da Polícia Civil caiu na zona rural de Piranhas, em Goiás. Oito pessoas morreram, sete policiais e o principal suspeito da chacina de Doverlândia, no dia 28 de abril. Um documento divulgado pela representante da fabricante no dia 28 de maio diz que o motor estava com potência muito baixa ou sem potência nenhuma e também aponta que houve queda da rotação do rotor principal [hélice do helicóptero] antes e no momento que o helicóptero impactou no chão. 

Sobre a vistoria nos rotores das aeronaves, o comandante Urzeda informou que as peças devem passar por revisão após completarem 800 horas de voo: “Vai ser feita uma inspeção visual. Se acontecer algum fato que chame a atenção, os técnicos e o engenheiro tomarão providências”. Após o voo de teste, as máquinas serão ou não aprovadas para voltar a voar. 


Fonte: G1 GO, com informações da TV Anhanguera