O acidente ocorreu por volta das 17h15min, após um voo de cerca de 20 minutos. Schunck estava em procedimento de pouso quando bateu no barranco, localizado alguns metros antes do início da pista. Depois de ser socorrido por moradores de casas próximas, ele foi levado por uma ambulância ao Hospital Geral. Na madrugada de ontem, foi transferido para a UTI do Hospital Regina, onde estava em estado grave à noite.
Aeronave foi construída por Schunk na própria garagem
Schunck, natural de Taquara e morador de Novo Hamburgo, é considerado um piloto experiente por colegas. O presidente do aeroclube, Alceu Feijó, disse que ele tem licença para pilotar aviões monomotores há mais de uma década. Costuma praticar nos finais de semana e recentemente começou a pilotar a aeronave construída por ele mesmo, um monomotor modelo Vagabundo PA-15.
– É comum que se faça isso. Compra-se a planta e monta-se o avião. Ele fez muito bem feito – diz o piloto-instrutor Darci Rabelo Filho, que estava no aeroclube na hora do acidente.
Segundo Feijó, o empresário comprou a planta de um projeto americano e construiu a aeronave na garagem de casa, ao longo de cinco anos.
O avião estava pronto havia poucas semanas e foi estreado no sábado anterior. O voo deste sábado era o segundo, conforme o presidente do aeroclube. Feijó disse que Schunck tem licença da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e que a montagem foi acompanhada por um engenheiro aeronáutico. Ontem, uma equipe do Instituto-geral de Perícias esteve no local do acidente. Hoje ocorre uma perícia de engenharia na aeronave.
A queda abalou Diego Stedile, 18 anos. Ele conhecia Carlos desde 2000 e o considera um excelente piloto.
– Ele é muito responsável em tudo, sempre. Nunca fazia nada de errado enquanto pilotava – lembra.
Para alguns vizinhos do aeroclube, a queda só foi percebida com a movimentação intensa de ambulâncias no local. Tiago Trevizani, 24 anos, não ouviu barulho algum por causa da queda, mas ficou impressionado com a quantidade de veículos que passaram ao lado da casa dele.
– Eu vi quatro ou cinco ambulâncias entrarem no aeroclube. Além disso, passou também um carro do Corpo de Bombeiros e várias viaturas da Brigada Militar – conta.
Fonte: Daniel Cardoso e Josiane Weschenfelder (Zero Hora)