domingo, 11 de abril de 2010

'Operação Hygeia': Piloto de empresa investigada confirma irregularidades

Gerente da empresa de Taxi Aereo foi um dos presos na operação da Polícia Federal. Empresa nega irregularidades.

Um antigo funcionário de uma das empresas investigadas na Operação Hygeia e que prestava serviço para a Funasa doi localizado pela equipe de reportagem da TV Centro América. Segundo ele, a CHC Táxi Aéreo cometia uma série de irregularidades para desviar dinheiro público.

O piloto, que não quer ser identificado, trabalhou durante cinco anos na empresa CHC Táxi Aéreo, contratada pela Funasa para dar assistência aos índios. "Utilização de aeronoves da empresa para funcionários da Funasa ir para a praia.

Passar férias nas paria. E isso era lançado como se estivesse sendo feito voo de socorro para os índios do Xingu", revela o piloto sobre as irregularidades que presenciou.

De acordo com a denúncia da Polícia Federal, a empresa de táxi aéreo era beneficiada por fraudes em licitações, desvio de recursos e superfaturamento de horas de vôo com o aval dos servidores da Funasa. O gerente da CHC, Francisco Salvador de Mattos, está entre os 31 presos na Operação Hygeia na última quarta-feira, desencadeada para apurar denúncias de desvio de dinheiro público.

De acordo com o piloto, as fraudes aconteciam de várias formas. "Por exemplo, a viagem de Canarana para Goiania era de 3h50 de voo. Era lançado que eram 5 horas de voo", contou.

A empresa também teria utilizado aeronaves menores que as indicadas no contrato, para gastar menos combustível. "Outro fato também comum, era a utilização das aeronaves de pequeno porte para três ocupantes, sendo que a licitação era para uma aeronave de 5 ocupantes. Muitas vezes nós íamos socorrer os índios dentro da aldeia, e tinhamos que sortear qual dos índios que nós íamos socorrer porque não dava pra transportar na aeronave" lembrou o piloto.

A equipe da TV Centro América foi até a empresa CHC Táxi Aéreo neste sábado que fica no Aeroporto Marechal Rondon mas ninguém quis gravar entrevista. Na última quarta-feira, o advogado da empresa esteve na Polícia Federal e negou irregularidades no contrato com a Funasa.

"É um contrato que foi firmado através de pregão eletrônico. Portanto não vejo nada de irregularidade. Esse contrato, o nosso cliente alega que foi de aproximadamente R$ 3 milhões, que é o último contrato, que geralmente é feito de ano em ano", disse o advogado Gilmar Viana Mourato.

O advogado disse ainda ao site da TV Centro América que já fez o pedido de relaxamento da prisão de Francisco Salvador de Mattos e que aguarda a decisão da justiça.

O piloto não concorda com a situação. "É uma situação revoltante. Nosso país está oferecendo recursos para que os índios tenham uma assistência. Muitos deles perderam a vida por falta de assistência", conclui o piloto.

Fonte: TVCA - Imagem: Reprodução

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