Nos sonhos do piloto Carlos Vagner Ottone Veiga, de 32 anos, sempre havia um céu de brigadeiro sobre muito verde - nunca água. Foi um fio d"água no meio da floresta, porém, que salvou a vida de Veiga e a de outros dez ocupantes do Caravan C-98 da Força Aérea Brasileira (FAB), que apresentou problemas durante o voo entre Cruzeiro do Sul, no Acre, e Tabatinga, no Amazonas, em 29 de outubro - o Rio Ituí serviu de pista de pouso para a aeronave. "Depois do acidente, meus sonhos com o tapete verde ainda não voltaram", conta o primeiro-tenente da FAB.
Duas pessoas, um funcionário da Aeronáutica e outro da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), morreram depois do pouso. "Por causa dessas perdas não tem como comemorar como sucesso total aquela missão", ressalta Veiga. O tenente não recebeu honrarias militares pelo ato, que tampouco considera heroico. "Fiz minha obrigação como piloto: levantar voo, pilotar e pousar zelando pela segurança de quem está na aeronave", diz, com simplicidade.
"Até hoje não sei como eles conseguiram tanta lucidez para nos passar segurança e evitar o pânico", elogia a técnica da Funasa Maria da Graça Rodrigues, sobrevivente que considera dever a vida ao piloto e ao copiloto, José Ananias da Silva Pereira, de 26 anos. "A gente só conseguia ver a selva lá de cima. Não sei como conseguiram pensar em descer no rio."
A calma é uma das características do piloto desde jovem, que diz ter herdado a qualidade do pai, também da Aeronáutica. "É um ensinamento que vale para qualquer ocasião: sem tranquilidade não se consegue nada direito. O rio, por exemplo, nos seguia à esquerda durante todo o trajeto. Mas, num momento de crise, sem sangue frio, a pessoa poderia nem ver a alternativa encontrada."
Veiga renasce em 2010. "Como lição disso tudo, estou dando ainda mais valor às pequenas coisas; tenho mais carinho em minhas atitudes. E tenho certeza de que, se ainda estou aqui, é para continuar trabalhando e sonhando."
Nascido no Rio, o piloto entrou para a Escola de Cadetes da Aeronáutica, em Barbacena, Minas Gerais, aos 18 anos. Aos 21, já estava em Pirassununga, no interior de São Paulo, fazendo os primeiros voos. "Tenho certeza de que minha vocação é voar."
Fonte: Liege Albuquerque (Estadão) - Foto: G1
Duas pessoas, um funcionário da Aeronáutica e outro da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), morreram depois do pouso. "Por causa dessas perdas não tem como comemorar como sucesso total aquela missão", ressalta Veiga. O tenente não recebeu honrarias militares pelo ato, que tampouco considera heroico. "Fiz minha obrigação como piloto: levantar voo, pilotar e pousar zelando pela segurança de quem está na aeronave", diz, com simplicidade.
"Até hoje não sei como eles conseguiram tanta lucidez para nos passar segurança e evitar o pânico", elogia a técnica da Funasa Maria da Graça Rodrigues, sobrevivente que considera dever a vida ao piloto e ao copiloto, José Ananias da Silva Pereira, de 26 anos. "A gente só conseguia ver a selva lá de cima. Não sei como conseguiram pensar em descer no rio."
A calma é uma das características do piloto desde jovem, que diz ter herdado a qualidade do pai, também da Aeronáutica. "É um ensinamento que vale para qualquer ocasião: sem tranquilidade não se consegue nada direito. O rio, por exemplo, nos seguia à esquerda durante todo o trajeto. Mas, num momento de crise, sem sangue frio, a pessoa poderia nem ver a alternativa encontrada."
Veiga renasce em 2010. "Como lição disso tudo, estou dando ainda mais valor às pequenas coisas; tenho mais carinho em minhas atitudes. E tenho certeza de que, se ainda estou aqui, é para continuar trabalhando e sonhando."
Nascido no Rio, o piloto entrou para a Escola de Cadetes da Aeronáutica, em Barbacena, Minas Gerais, aos 18 anos. Aos 21, já estava em Pirassununga, no interior de São Paulo, fazendo os primeiros voos. "Tenho certeza de que minha vocação é voar."
Fonte: Liege Albuquerque (Estadão) - Foto: G1
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