Atentado frustrado em avião da Delta Airlines prova que atuais controles de segurança nos aeroportos são inúteis. Ralph Sina defende fiscalização direcionada e intensa, em vez de "revistar todos um pouquinho".
A segurança é uma ficção em que gostaríamos de acreditar, e que nunca existirá de fato. Não há uma proteção perfeita contra terroristas e autodenominados membros da Al Qaeda. O voo 253 da Delta Northwest Airlines entre Amsterdã e Detroit voltou a demonstrar esse fato.
Um estudante de engenharia de 23 anos consegue subir tranquilamente a bordo de um avião da KLM em Lagos, Nigéria, portando consigo uma mistura talvez explosiva, e com certeza altamente incendiária. Isso, em princípio, não é de espantar. Pois quem conhece os aeroportos internacionais da África sabe que não pertencem aos mais bem controlados do mundo – para formular a coisa com bastante discrição.
As companhias aéreas europeias e norte-americanas sabem dessas falhas e frequentemente designam pessoal de segurança próprio para reforçar os postos de controle nos aeroportos africanos.
Quer no Quênia, onde em 1998 a Al Qaeda explodiu a embaixada norte-americana; quer na Nigéria, onde a mesma organização encontra cada vez mais adeptos entre a população muçulmana. Porém o caso do terrorista nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab prova que essas medidas adicionais não bastam quando o caso é realmente sério.
E não só na África, mas também nos Estados Unidos e na Europa. Em Amsterdã, Abdulmutallab pôde trocar de avião, da KLM para a Delta Airlines, sem ser molestado, e partir para Detroit. Ninguém o deteve, ninguém o revistou com rigor.
Aparentemente, os computadores dos serviços secretos e de segurança continuam mal conectados entre si, apesar do apocalipse de 11 de setembro de 2001. Caso contrário, os agentes alfandegários holandeses teriam visto um sinal de advertência em seus monitores.
Pois consta que nos arquivos do serviço de segurança estadunidense o estudante nigeriano estava classificado como potencial perigo terrorista. Mesmo que seu nome não esteja na famosa lista negra norte-americana que impede suspeitos de terrorismo de voarem com as linhas aéreas do país.
O caso de Abdulmutallab mostra mais uma vez que as diferentes agências de segurança internacionais operam sem atentar umas para as outras. Por isso, o nigeriano pôde tomar assento num Airbus com quase 300 passageiros, mesmo trazendo pós e líquidos presos junto ao corpo.
Seu caso mostra que todas as revistas de sapatos, bolsas e computadores, todos os detectores de metais e toda a fanfarra de segurança nos aeroportos de pouco servem contra pós e líquidos que podem ser usados para fins terroristas. Pelo menos quando as substâncias são portadas junto ao corpo. Nenhum detector de metal apita, pois não há nada metálico dentro.
Contudo uma revista corporal dessa ordem paralisaria o tráfego aéreo. A menos que se permitisse aos serviços de segurança agir nos aeroportos como muitos desejam. Ao invés de controlar um pouquinho todos os passageiros, a opção seria se ater àqueles passageiros cujo país de origem e perfil pareçam exigir uma fiscalização mais intensa.
Mas isso exige uma coragem política que não existe nem nos EUA, nem na Europa. E por isso a segurança contra atentados terroristas no ar e vindos do ar, mesmo a que é possível se alcançar por meios humanos, permanecerá uma ficção.
Por: Ralph Sina / Revisão: Roselaine Wandscheer (Deutsche Welle)
A segurança é uma ficção em que gostaríamos de acreditar, e que nunca existirá de fato. Não há uma proteção perfeita contra terroristas e autodenominados membros da Al Qaeda. O voo 253 da Delta Northwest Airlines entre Amsterdã e Detroit voltou a demonstrar esse fato.
Um estudante de engenharia de 23 anos consegue subir tranquilamente a bordo de um avião da KLM em Lagos, Nigéria, portando consigo uma mistura talvez explosiva, e com certeza altamente incendiária. Isso, em princípio, não é de espantar. Pois quem conhece os aeroportos internacionais da África sabe que não pertencem aos mais bem controlados do mundo – para formular a coisa com bastante discrição.
As companhias aéreas europeias e norte-americanas sabem dessas falhas e frequentemente designam pessoal de segurança próprio para reforçar os postos de controle nos aeroportos africanos.
Quer no Quênia, onde em 1998 a Al Qaeda explodiu a embaixada norte-americana; quer na Nigéria, onde a mesma organização encontra cada vez mais adeptos entre a população muçulmana. Porém o caso do terrorista nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab prova que essas medidas adicionais não bastam quando o caso é realmente sério.
E não só na África, mas também nos Estados Unidos e na Europa. Em Amsterdã, Abdulmutallab pôde trocar de avião, da KLM para a Delta Airlines, sem ser molestado, e partir para Detroit. Ninguém o deteve, ninguém o revistou com rigor.
Aparentemente, os computadores dos serviços secretos e de segurança continuam mal conectados entre si, apesar do apocalipse de 11 de setembro de 2001. Caso contrário, os agentes alfandegários holandeses teriam visto um sinal de advertência em seus monitores.
Pois consta que nos arquivos do serviço de segurança estadunidense o estudante nigeriano estava classificado como potencial perigo terrorista. Mesmo que seu nome não esteja na famosa lista negra norte-americana que impede suspeitos de terrorismo de voarem com as linhas aéreas do país.
O caso de Abdulmutallab mostra mais uma vez que as diferentes agências de segurança internacionais operam sem atentar umas para as outras. Por isso, o nigeriano pôde tomar assento num Airbus com quase 300 passageiros, mesmo trazendo pós e líquidos presos junto ao corpo.
Seu caso mostra que todas as revistas de sapatos, bolsas e computadores, todos os detectores de metais e toda a fanfarra de segurança nos aeroportos de pouco servem contra pós e líquidos que podem ser usados para fins terroristas. Pelo menos quando as substâncias são portadas junto ao corpo. Nenhum detector de metal apita, pois não há nada metálico dentro.
Contudo uma revista corporal dessa ordem paralisaria o tráfego aéreo. A menos que se permitisse aos serviços de segurança agir nos aeroportos como muitos desejam. Ao invés de controlar um pouquinho todos os passageiros, a opção seria se ater àqueles passageiros cujo país de origem e perfil pareçam exigir uma fiscalização mais intensa.
Mas isso exige uma coragem política que não existe nem nos EUA, nem na Europa. E por isso a segurança contra atentados terroristas no ar e vindos do ar, mesmo a que é possível se alcançar por meios humanos, permanecerá uma ficção.
Por: Ralph Sina / Revisão: Roselaine Wandscheer (Deutsche Welle)
Um comentário:
Washington DC – Orácio Felipe
O mundo nunca mais foi o mesmo após 11 de setembro de 2001. A grande potencia mundial mostrou-se inútil frente a ataques pontuais. Os terroristas sentem-se prontos a realizar tantos ataques quantos forem necessários para fi ssurar as colunas da maior potencia da terra, mas evoluem tecnologicamente. Conhecendo as grandes pesquisas e as grandes Universidades e atuando frente a cientistas inescrupulosos descobrem um invento científi co recém concluído que pode ser útil em diversos tipos de operações. Contando com um inescrupuloso e ganancioso professor roubam o invento e colocam-no à disposição de uma atrocidade sem precedentes, o envenenamento da água da capital americana, centro político do mundo. Nem mesmo o aparato preventivo e repressivo anti-terror será capaz de evitar o desastre. Ninguém está seguro, até que todos estejam seguros.
www.gizeditorial.com.br
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