A professora Miriam Tozzi Bernardino, de 75 anos, guarda, há quatro décadas, a cópia da nota fiscal n 20.218
A professora Miriam Bernardino e a água que chegou ao espaço
A professora Miriam Tozzi Bernardino, de 75 anos, guarda, há quatro décadas, a cópia da nota fiscal n 20.218, datada de 2 de abril de 1969, que atendia a um pedido de 100 dúzias de garrafas de 500ml da Água Lindoia Carrieri para a Missão Americana no Cabo Kennedy, na Flórida. O valor era de 226,00 cruzeiros novos. Disposta a provar que a cidade fundada pelo seu avô, Francisco Tozzi, participou efetivamente da primeira viagem do homem à Lua, Miriam também guarda uma garrafa de água de vidro, ainda cheia, com o rótulo consumido pelo tempo e a tampinha enferrujada. “Ela era das garrafas que foram para os Estados Unidos na época. A água foi retirada da Fonte Santa Philomena, que era do meu avô”, conta, mantendo o objeto guardado em uma estante como uma joia rara da família.
Em uma procura ao redor do mundo pelos melhores produtos, a água teria sido escolhida pela Nasa (National Aeronautics and Space Administration) pelo seu elevado nível de radioatividade e grandes propriedades diuréticas. A sua baixa acidez e rápida absorção pelo organismo também contaram a favor.
De acordo com informações do astrônomo Orlando Rodrigues Ferreira, do Observatório Municipal de Campinas “Jean Nicolini”, situado no Monte Urânia, na Serra das Cabras, no distrito de Joaquim Egídio, a água que brotava na região teria sido escolhida pelos norte-americanos para abastecer as baterias do foguete lançador Saturno 5 e também para o consumo dos astronautas que participariam da missão na Lua.
Ainda segundo informações da época do lançamento da Apollo 11, que reforçam a importância do produto na viagem espacial, a água mineral era usada como fonte suplementar para os astronautas. Um reservatório era abastecido com a água potável. Os astronautas bebiam o líquido por meio de uma pistola de pressão. O mecanismo servia para anular os efeitos da falta de gravidade e, consequentemente, reduzir os riscos de vazamentos no interior da nave.
“A cidade deveria valorizar essa história e mostrar para as pessoas a importância de Águas de Lindoia para a chegada do homem à Lua. Gostaria de fazer um museu sobre isso, com todas as informações. Poderíamos até fazer uma réplica, em tamanho menor, da nave aqui”, sugere Miriam que, sem apoio oficial, resolveu por conta própria confeccionar alguns banners alusivos ao fato e espalhar tudo pela cidade na semana passada.
A segunda via da nota fiscal que selou a compra das 100 dúzias de garrafas de água está guardada, e emoldurada, na sede da Prefeitura da cidade, mas aparentemente sem a devida importância que merece nos dias de hoje. Prova disso é que muita gente que nasceu ou mora na cidade há anos ainda não conhece essa história.
Nobel de Química atestou a qualidade do líquido
O interesse da Nasa pela água da cidade de Águas de Lindóia — a 100 quilômetros de Campinas — também se deve à cientista polonesa Marie Sklodowska Curie, duas vezes ganhadora do Prêmio Nobel. Em 1926, madame Curie, como era mais conhecida, visitou a cidade ao lado da filha Iréne, que ganharia um Nobel de Química em 1935.
“Sua visita e sua aprovação foram muito importantes para que o balneário de Águas de Lindóia fosse reconhecido. Madame Curie teve um papel fundamental para comprovar a qualidade dessa água”, afirma Miriam Tozzi Bernardino, neta do fundador da cidade, Francisco Tozzi, que guarda até hoje recortes de jornais que contam sobre a passagem da cientista pela região.
Fonte: Fábio Gallacci (Agência Anhangüera) via Cosmo Online - Foto: Carlos Bassan (AAN)
Em uma procura ao redor do mundo pelos melhores produtos, a água teria sido escolhida pela Nasa (National Aeronautics and Space Administration) pelo seu elevado nível de radioatividade e grandes propriedades diuréticas. A sua baixa acidez e rápida absorção pelo organismo também contaram a favor.
De acordo com informações do astrônomo Orlando Rodrigues Ferreira, do Observatório Municipal de Campinas “Jean Nicolini”, situado no Monte Urânia, na Serra das Cabras, no distrito de Joaquim Egídio, a água que brotava na região teria sido escolhida pelos norte-americanos para abastecer as baterias do foguete lançador Saturno 5 e também para o consumo dos astronautas que participariam da missão na Lua.
Ainda segundo informações da época do lançamento da Apollo 11, que reforçam a importância do produto na viagem espacial, a água mineral era usada como fonte suplementar para os astronautas. Um reservatório era abastecido com a água potável. Os astronautas bebiam o líquido por meio de uma pistola de pressão. O mecanismo servia para anular os efeitos da falta de gravidade e, consequentemente, reduzir os riscos de vazamentos no interior da nave.
“A cidade deveria valorizar essa história e mostrar para as pessoas a importância de Águas de Lindoia para a chegada do homem à Lua. Gostaria de fazer um museu sobre isso, com todas as informações. Poderíamos até fazer uma réplica, em tamanho menor, da nave aqui”, sugere Miriam que, sem apoio oficial, resolveu por conta própria confeccionar alguns banners alusivos ao fato e espalhar tudo pela cidade na semana passada.
A segunda via da nota fiscal que selou a compra das 100 dúzias de garrafas de água está guardada, e emoldurada, na sede da Prefeitura da cidade, mas aparentemente sem a devida importância que merece nos dias de hoje. Prova disso é que muita gente que nasceu ou mora na cidade há anos ainda não conhece essa história.
Nobel de Química atestou a qualidade do líquido
O interesse da Nasa pela água da cidade de Águas de Lindóia — a 100 quilômetros de Campinas — também se deve à cientista polonesa Marie Sklodowska Curie, duas vezes ganhadora do Prêmio Nobel. Em 1926, madame Curie, como era mais conhecida, visitou a cidade ao lado da filha Iréne, que ganharia um Nobel de Química em 1935.
“Sua visita e sua aprovação foram muito importantes para que o balneário de Águas de Lindóia fosse reconhecido. Madame Curie teve um papel fundamental para comprovar a qualidade dessa água”, afirma Miriam Tozzi Bernardino, neta do fundador da cidade, Francisco Tozzi, que guarda até hoje recortes de jornais que contam sobre a passagem da cientista pela região.
Fonte: Fábio Gallacci (Agência Anhangüera) via Cosmo Online - Foto: Carlos Bassan (AAN)
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