Há 40 anos, o homem deixou sua pegada na Lua e, apesar de alguns tropeços, desde então alcançou feitos como a construção de uma estação espacial habitada de forma permanente e a ampla exploração do sistema solar.
Nesse período, no entanto, os esforços dos Estados Unidos para desbravar o espaço acabaram marcados por algumas tragédias e momentos de dificuldades financeiras
A aventura espacial não teve um começo promissor. Na verdade, pegou de surpresa os EUA e a então União Soviética (URSS), à época envolvidos na Guerra Fria, conflito em que a criação de foguetes e satélites tinha mais objetivos militares que científicos.
A arrancada na corrida espacial foi dada pela URSS, em 4 de outubro de 1957, quando lançou o "Sputnik I", o primeiro satélite artificial da Terra.
Os EUA reagiram com a criação do Programa Apolo, que, quase 12 anos depois, em 20 de julho de 1969, fez do astronauta Neil Armstrong e de seu colega Buzz Aldrin os primeiros homens a pisar na Lua.
Desde então, a Nasa (agência espacial americana) passou a liderar a exploração espacial com a anuência da União Soviética, transformada em aliado antes mesmo do fim da Guerra Fria.
O desenvolvimento da tecnologia espacial se acelerou a passos gigantescos e logo começaram as missões científicas aos planetas do sistema solar, aos asteroides e até aos cometas que cruzam a galáxia.
Para os especialistas, a maior conquista, no entanto, foi a Estação Espacial Internacional (ISS). Concebido em 1990, após o colapso da União Soviética, o projeto da plataforma foi logo encampado pelos países da Agência Espacial Europeia (ESA) e também por Canadá e Japão.
A ISS, orçada em US$ 100 bilhões e considerada a maior empresa tecnológica internacional, começou a tomar forma no fim de 1998, quando as duas primeiras peças dela foram unidas 400 quilômetros acima da Terra.
Uma após a outra, as naves russas "Mir" e "Soyuz", se revezando com os ônibus espaciais americanos, foram acrescentando módulos ao complexo, habitado de forma permanente desde novembro de 2000.
Mas a história da exploração espacial também guarda tragédias e tropeços.
O primeiro revés ocorreu em 27 de janeiro de 1967, quando três astronautas morreram num incêndio surgido durante os testes daquela que viria a ser a primeira missão dos ônibus "Apolo".
Em 28 de janeiro de 1986, sete tripulantes da "Challenger" perderam a vida quando a nave explodiu 73 segundos após seu lançamento no Centro Espacial Kennedy, na Flórida.
Uma nova tragédia voltou a abalar a Nasa em 1º de fevereiro de 2003, dia em que a nave "Columbia" se desintegrou enquanto voltava à Terra de uma missão bem-sucedida.
No acidente, morreram os sete tripulantes do ônibus espacial. A investigação, que descobriu que uma das asas do "Columbia" havia sido perfurada por um pequeno pedaço de isolante térmico durante a decolagem, alterou os planos da Nasa para suas naves, que serão aposentada a partir do ano que vem.
A esses casos se soma o enorme custo da exploração espacial, que, segundo muitos legisladores e cientistas, supera em muito os benefícios.
Os críticos alegam, por exemplo, que está longe o dia em que mostras do solo serão recolhidas para determinar se alguma vez houve vida em Marte, um dos principais objetivos dos veículos exploradores e que se encontram na órbita desse planeta atualmente.
Para Alan Stern, administrador e cientista da Nasa até março deste ano, quando renunciou em virtude dos gastos excessivos da agência espacial, é um sonho impossível trazer elementos do planeta vermelho.
"O controle dos custos é desprezado e não acho que alguma vez acontecerá isso de trazerem mostras de Marte", declarou.
Uma voz menos crítica é a de Sushil K. Atreya, cientista da Universidade de Michigan, membro do Conselho de Investigação Nacional e que avaliou o programa da Nasa no ano passado.
"Temos que aceitar o fato de que os orçamentos serão ultrapassados e que é necessário buscar uma forma de minimizar" isso, destacou
O orçamento fiscal do Governo americano foi US$ 2,9 trilhões em 2008. Desse total, 0,6% foram entregues à Nasa.
Debora Wolfenbarger, do Programa de Inovações do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL), tentou aplacar as críticas. Ela disse que só as milhares de aplicações tecnológicas surgidas desde o começo da era espacial já "valeram a pena" o investimento.
Fonte: Orlando Lizama (EFE) via G1
Nesse período, no entanto, os esforços dos Estados Unidos para desbravar o espaço acabaram marcados por algumas tragédias e momentos de dificuldades financeiras
A aventura espacial não teve um começo promissor. Na verdade, pegou de surpresa os EUA e a então União Soviética (URSS), à época envolvidos na Guerra Fria, conflito em que a criação de foguetes e satélites tinha mais objetivos militares que científicos.
A arrancada na corrida espacial foi dada pela URSS, em 4 de outubro de 1957, quando lançou o "Sputnik I", o primeiro satélite artificial da Terra.
Os EUA reagiram com a criação do Programa Apolo, que, quase 12 anos depois, em 20 de julho de 1969, fez do astronauta Neil Armstrong e de seu colega Buzz Aldrin os primeiros homens a pisar na Lua.
Desde então, a Nasa (agência espacial americana) passou a liderar a exploração espacial com a anuência da União Soviética, transformada em aliado antes mesmo do fim da Guerra Fria.
O desenvolvimento da tecnologia espacial se acelerou a passos gigantescos e logo começaram as missões científicas aos planetas do sistema solar, aos asteroides e até aos cometas que cruzam a galáxia.
Para os especialistas, a maior conquista, no entanto, foi a Estação Espacial Internacional (ISS). Concebido em 1990, após o colapso da União Soviética, o projeto da plataforma foi logo encampado pelos países da Agência Espacial Europeia (ESA) e também por Canadá e Japão.
A ISS, orçada em US$ 100 bilhões e considerada a maior empresa tecnológica internacional, começou a tomar forma no fim de 1998, quando as duas primeiras peças dela foram unidas 400 quilômetros acima da Terra.
Uma após a outra, as naves russas "Mir" e "Soyuz", se revezando com os ônibus espaciais americanos, foram acrescentando módulos ao complexo, habitado de forma permanente desde novembro de 2000.
Mas a história da exploração espacial também guarda tragédias e tropeços.
O primeiro revés ocorreu em 27 de janeiro de 1967, quando três astronautas morreram num incêndio surgido durante os testes daquela que viria a ser a primeira missão dos ônibus "Apolo".
Em 28 de janeiro de 1986, sete tripulantes da "Challenger" perderam a vida quando a nave explodiu 73 segundos após seu lançamento no Centro Espacial Kennedy, na Flórida.
Uma nova tragédia voltou a abalar a Nasa em 1º de fevereiro de 2003, dia em que a nave "Columbia" se desintegrou enquanto voltava à Terra de uma missão bem-sucedida.
No acidente, morreram os sete tripulantes do ônibus espacial. A investigação, que descobriu que uma das asas do "Columbia" havia sido perfurada por um pequeno pedaço de isolante térmico durante a decolagem, alterou os planos da Nasa para suas naves, que serão aposentada a partir do ano que vem.
A esses casos se soma o enorme custo da exploração espacial, que, segundo muitos legisladores e cientistas, supera em muito os benefícios.
Os críticos alegam, por exemplo, que está longe o dia em que mostras do solo serão recolhidas para determinar se alguma vez houve vida em Marte, um dos principais objetivos dos veículos exploradores e que se encontram na órbita desse planeta atualmente.
Para Alan Stern, administrador e cientista da Nasa até março deste ano, quando renunciou em virtude dos gastos excessivos da agência espacial, é um sonho impossível trazer elementos do planeta vermelho.
"O controle dos custos é desprezado e não acho que alguma vez acontecerá isso de trazerem mostras de Marte", declarou.
Uma voz menos crítica é a de Sushil K. Atreya, cientista da Universidade de Michigan, membro do Conselho de Investigação Nacional e que avaliou o programa da Nasa no ano passado.
"Temos que aceitar o fato de que os orçamentos serão ultrapassados e que é necessário buscar uma forma de minimizar" isso, destacou
O orçamento fiscal do Governo americano foi US$ 2,9 trilhões em 2008. Desse total, 0,6% foram entregues à Nasa.
Debora Wolfenbarger, do Programa de Inovações do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL), tentou aplacar as críticas. Ela disse que só as milhares de aplicações tecnológicas surgidas desde o começo da era espacial já "valeram a pena" o investimento.
Fonte: Orlando Lizama (EFE) via G1
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