quinta-feira, 16 de abril de 2009

Homem que jogou avião contra estacionamento de shopping não usou álcool ou drogas, diz laudo

O laudo do exames toxicológicos feitos nos corpos de Cleber Barbosa da Silva, de 31 anos, e da filha dele, Penélope Barbosa Correia, de 5 anos, descartaram a presença de álcool ou drogas. Os dois morreram na queda de uma aeronave pilotada por Kléber no estacionamento de um shopping em Goiânia, no último dia 12 de março. Segundo o laudo divulgado nesta quarta-feira, pelo perito criminal Rodrigo Medeiros, foram analisados 75 itens, que demonstraram resultados negativos.

O passo a passo do acidente - clique na imagem para ampliá-la

Kleber roubou um avião no aeroclube de Luziânia e fez manobras perigosas sobre Goiânia até a aeronave despencar no estacionamento do shopping Flamboyant.O avião monomotor de prefixo PT-VFI caiu por volta de 18h30m, depois de sobrevoar a cidade por cerca de uma hora antes da queda. Ninguém estava no estacionamento do shopping no momento da queda da aeronave e não houve feridos, mas 23 carros foram danificados.

A tragédia começou a ser desenhada no início da tarde do dia 12, quando Kléber chegou ao apartamento da família, em um prédio em Aparecida de Goiânia, e agrediu a esposa na frente da única filha do casal. Silva forçou a mulher, Érika, e a filha a entrarem no carro e disse que eles iriam a um passeio em Anápolis. O casal acabou discutindo. Na rodovia, ele agrediu a mulher na cabeça com um extintor de incêndio e a jogou fora do carro. A mulher foi largada à beira da rodovia, com lesões no crânio e no corpo. Para a polícia, Kléber teria acreditado que ela estava morta.

De lá, ele partiu com a criança rumo ao aeroblube de Luziânia, onde fingiu que alugaria o avião de pequeno porte. Ele rendeu o piloto na pista, obrigando-o a descer do avião e assumiu o comando. Durante o tempo que sobrevoou Goiânia, ele desligou todos os aparelhos de comunicação da aeronave. Monitorado pelo avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e por um helicóptero do Grupo de Radiopatrulha Aérea da Polícia Militar (Graer), deu vários rasantes sobre a cidade de Goiânia até cair no estacionamento do shopping.

O avião chegou a ser perseguido por um Mirage da FAB antes de se espatifar no estacionamento do shopping. A aeronave passou bem perto de um Boeing que acabara de pousar e da torre de controle do Aeroporto Santa Genoveva. Por conta das manobras perigosas, os pousos e decolagens no aeroporto chegaram a ser suspensos por uma hora. Kleber ainda sobrevoou muito baixo o Hospital de Urgências de Goiânia, onde a sogra e a cunhada trabalham, e um prédio no Setor Pedro Ludovico.

No Buriti Shopping, na Avenida Rio Verde, limite de Goiânia e Aparecida, aterrorizou visitantes do parque de diversões montado próximo ao shopping. Um tio de Érika chegou a falar com Silva por celular, mas disse que ele estava determinado a matar a filha e se suicidar.

Segundo a polícia, a intenção de Silva era jogar o avião em cima do shopping. Dez mil pessoas estavam no centro de compras no momento do acidente. Ele não teria conseguido jogar o avião exatamente sobre o shopping porque o combustível teria acabado, o que explicaria o fato de a aeronave não ter explodido na queda. Silva não tinha brevê, mas era apaixonado por aviões e sabia pilotar.

Ele é acusado de estuprar uma menina de 13 anos, em Aparecida de Goiânia, três dias antes da tragédia. Um dia antes, ele havia sido identificado pela polícia e estava sendo procurado. O caso deve ser arquivado.

Fonte: O Globo - Imagem: correioweb.com.br

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