terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Asteroides "batidos" podem ter relação com morte de dinossauro

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Astrônomos localizaram um objeto semelhante a um cometa que pode ter sido criado pela colisão de dois asteroides, possivelmente "irmãos" da rocha desgarrada que é suspeita de ter matado os dinossauros há milhões de anos.

O objeto, batizado de P/2010 A2, descrevia uma órbita a 144 milhões de quilômetros da Terra, no cinturão de asteroides que existe entre Marte e Júpiter, quando foi visto na semana passada pelo Telescópio Espacial Hubble.

"A verdade é que ainda estamos lutando para entender o que isso significa", disse Reuters o cientista David Jewitt, da Universidade da Califórnia, Los Angeles, nesta terça-feira à Reuters. "É muito provavelmente o resultado de uma colisão recente entre dois asteroides."

Segundo ele, seria a primeira vez que uma colisão desse tipo é flagrada.

O objeto parece um cometa, mas seu núcleo está separado da cauda, que "tem uma aparência muito estranha, como nunca vimos antes", segundo Jewitt.

O estudo desse objeto - e a busca por outros semelhantes - pode melhorar a compreensão científica sobre como os asteroides se quebram, uma informação que pode ser útil para evitar uma eventual colisão de um asteroide contra a Terra.

"O que queremos entender é como os asteroides batem uns nos outros e se destroem", disse Jewitt.

Os cientistas acreditam que um asteroide ou cometa gigante atingiu a Terra cerca de 65 milhões de anos atrás, e que isso pode ter criado nuvens de poeira ou produtos químicos que bloquearam a luz solar ou geraram incêndios de magnitude global, o que por sua vez pode ter ligação com a extinção dos dinossauros.

Cálculos mostram que a órbita do P/2010 A2 está relacionada ao grupo de asteroides da chamada família Flora, a mesma que produziu o asteroide que atingiu a Terra.

A Nasa (agência espacial dos EUA) está catalogando pelo menos 90 por cento dos estimados mil objetos que se aproximam da Terra e que têm diâmetro superior a um quilômetro. O orçamento da agência para o ano fiscal que começa em outubro prevê um aumento anual de 16 milhões de dólares para ampliar essa tarefa.

Fonte: Irene Klotz (Reuters) via O Globo - Foto: NASA, ESA, and D. Jewitt (University of California, Los Angeles)

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