O major-brigadeiro da reserva Antonio Hugo Pereira Chaves, demitido do cargo de diretor de Transporte Espacial de Licenciamento da Agência Espacial Brasileira (AEB) depois de brigar com o ex-ministro da Ciência e Tecnologia Roberto Amaral, explicou aos colegas da Aeronáutica que sua atitude no episódio "foi uma reação necessária, visando a colocar uma pessoa arrogante e desequilibrada no seu devido lugar".
Pereira Chaves, chamado pelos amigos de "brigadeiro fogueteiro" por ser considerado um dos maiores especialistas em foguetes da Força Aérea, enviou uma mensagem por email para colegas do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) com a sua versão sobre a briga. Ele se desentendeu com Roberto Amaral, atual diretor-geral brasileiro da binacional Alcântara Cyclone Space, durante reunião para discutir os atrasos do projeto de lançamento do primeiro foguete de teste da empresa, o Cyclone 4, previsto para dezembro do ano que vem, conforme revelou Merval Pereira em sua coluna.
Brigadeiro diz que Amaral tentou "ganhar no grito"
No email, única manifestação pública do oficial sobre o episódio, o major-brigadeiro disse que, embora tenha o costume de somente ficar observando as conversas pela internet, se sentia agora no dever de esclarecer o que aconteceu. Segundo ele, na reunião que deveria ter caráter técnico, Amaral teria elevado o tom da discussão e tentado "ganhar no grito".
- Minha reação foi, também, elevar o tom de voz quando ele escandalosamente bateu na mesa. Eu repeti o gesto. Ele gritou um palavrão (filho da puta) e segurou um copo com água, mas antes que conseguisse arremessá-lo em mim (eu sempre fui rápido no gatilho), levou um banho, caindo sentando na cadeira e ainda proferindo palavrões - escreveu Chaves.
Destino de quilombolas é uma das razões de divergência
Uma das razões da briga seria a divergência entre Chaves e Amaral sobre o destino a ser dado às comunidades tradicionais (quilombolas e indígenas) que ocupam áreas da base de lançamentos. A AEB, porém, não divulgou o motivo oficial da saída do brigadeiro.
No email o oficial conta ainda que, após fracassar na primeira tentativa, Amaral teria conseguido arremessar o copo e a água, molhando a calça e o sapato do militar.
- Na sequência, levantou-se (Amaral) gritando os mesmos palavrões e foi seguro pelos funcionários.
O major-brigadeiro Chaves, que escreveu o email antes de saber que seria exonerado, encerrou a mensagem dizendo que gostaria de deixar claro que a sua participação no programa espacial era totalmente idealista: "Vim para Brasília pensando em poder ajudar a reconstruir o programa e espero ainda poder contribuir para isso".
Roberto Amaral divulgou, na íntegra, a carta que enviou ao jornalista Merval Pereira, de O Globo, a respeito dos acontecimentos envolvendo o brigadeiro Chaves. Amaral confirma a versão de que Chaves já havia se desentendido anteriormente com o presidente da AEB, Carlos Ganem. No entanto, nega a existência do que chama de "detalhes rocambolescos", afirmando que se encontrava a pelo menos dez metros de distância de Chaves.
A íntegra da carta está publicada no site da Alcântara Cyclone Space.
Fontes: Chico Otavio (O Globo) / Paula Rothman (INFO Online)
Pereira Chaves, chamado pelos amigos de "brigadeiro fogueteiro" por ser considerado um dos maiores especialistas em foguetes da Força Aérea, enviou uma mensagem por email para colegas do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) com a sua versão sobre a briga. Ele se desentendeu com Roberto Amaral, atual diretor-geral brasileiro da binacional Alcântara Cyclone Space, durante reunião para discutir os atrasos do projeto de lançamento do primeiro foguete de teste da empresa, o Cyclone 4, previsto para dezembro do ano que vem, conforme revelou Merval Pereira em sua coluna.
Brigadeiro diz que Amaral tentou "ganhar no grito"
No email, única manifestação pública do oficial sobre o episódio, o major-brigadeiro disse que, embora tenha o costume de somente ficar observando as conversas pela internet, se sentia agora no dever de esclarecer o que aconteceu. Segundo ele, na reunião que deveria ter caráter técnico, Amaral teria elevado o tom da discussão e tentado "ganhar no grito".
- Minha reação foi, também, elevar o tom de voz quando ele escandalosamente bateu na mesa. Eu repeti o gesto. Ele gritou um palavrão (filho da puta) e segurou um copo com água, mas antes que conseguisse arremessá-lo em mim (eu sempre fui rápido no gatilho), levou um banho, caindo sentando na cadeira e ainda proferindo palavrões - escreveu Chaves.
Destino de quilombolas é uma das razões de divergência
Uma das razões da briga seria a divergência entre Chaves e Amaral sobre o destino a ser dado às comunidades tradicionais (quilombolas e indígenas) que ocupam áreas da base de lançamentos. A AEB, porém, não divulgou o motivo oficial da saída do brigadeiro.
No email o oficial conta ainda que, após fracassar na primeira tentativa, Amaral teria conseguido arremessar o copo e a água, molhando a calça e o sapato do militar.
- Na sequência, levantou-se (Amaral) gritando os mesmos palavrões e foi seguro pelos funcionários.
O major-brigadeiro Chaves, que escreveu o email antes de saber que seria exonerado, encerrou a mensagem dizendo que gostaria de deixar claro que a sua participação no programa espacial era totalmente idealista: "Vim para Brasília pensando em poder ajudar a reconstruir o programa e espero ainda poder contribuir para isso".
Roberto Amaral divulgou, na íntegra, a carta que enviou ao jornalista Merval Pereira, de O Globo, a respeito dos acontecimentos envolvendo o brigadeiro Chaves. Amaral confirma a versão de que Chaves já havia se desentendido anteriormente com o presidente da AEB, Carlos Ganem. No entanto, nega a existência do que chama de "detalhes rocambolescos", afirmando que se encontrava a pelo menos dez metros de distância de Chaves.
A íntegra da carta está publicada no site da Alcântara Cyclone Space.
Fontes: Chico Otavio (O Globo) / Paula Rothman (INFO Online)
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