Começou ontem (25), no Centro Cultural da Caixa Econômica (Avenida Rio Branco, centro do Rio), a exposição multimídia "AI(s) Nunca Mais – Imagens que o Brasil não viu ou esqueceu", para marcar os 40 anos da assinatura do AI-5. Entre as muitas atrações, há fotos inéditas, que permaneceram censuradas durante todos esse anos.
Um desses registros é o do seqüestro de um avião Caravelle da Cruzeiro do Sul em 1970. Os seqüestros de aviões (foram 26 ao todo, entre tentativas e sucessos) eram abafados pela censura. O Caravelle foi retomado no Galeão pela FAB, que prendeu os terroristas em uma ação fulminante. Em uma das fotos vê-se um dos seqüestradores, ferido na cabeça durante a operação, sendo retirado de maca do avião. Veja as fotos:
Na exposição, o visitante poderá ver de que maneira o olhar do fotógrafo acompanhou a cena no local, trazendo para hoje a descrição quadro a quadro das folhas do contato fotográfico manuseadas pelo editor. Para isso, foram mantidas marcações e até mesmo o X do censor, plantado nas redações.
As fotografias, garimpadas nos arquivos de O Globo, "Jornal do Brasil" e "Correio da Manhã", com edição do experiente fotógrafo Bruno Veiga, mostram cenas de manifestações, familiares se despedindo à distância dos presos políticos que seguiam para o exílio e também a recepção calorosa em suas chegadas a outros países. Ambas as situações tinham publicação proibida na época.
Fonte: Aydano André Motta (Ancelmo.com / O Globo)
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