A NASA está criando um avião que voa a 1,4 vezes a velocidade do som e é 1000 vezes mais silencioso, prometendo mudar o futuro da aviação.
Recentemente, a NASA anunciou novos avanços no desenvolvimento do avião supersônico X-59, que faz parte de sua missão Quesst. O objetivo dessa missão é revolucionar os voos supersônicos, tornando-os mais silenciosos e, assim, viáveis para uso comercial em rotas terrestres.
O X-59 promete voar a uma impressionante velocidade de 1,4 vezes a do som, o que corresponde a cerca de 925 milhas por hora (1500 km/h). Além disso, o avião é projetado para ser 1000 vezes mais silencioso do que as aeronaves supersônicas atuais, reduzindo o incômodo dos estrondos sônicos.
Avião supersônico silencioso (Foto: NASA) |
O que muda com o X-59
Atualmente, os voos comerciais são extremamente rápidos em comparação com o passado. Se olharmos para as décadas de 1950 e 1960, viajar da Inglaterra para a Austrália podia levar quase uma semana. Hoje, essa viagem pode ser feita em menos de um dia. No entanto, nas últimas décadas, o avanço na velocidade dos aviões comerciais estagnou, principalmente devido ao problema dos estrondos sônicos.
Quando uma aeronave ultrapassa a velocidade do som, ela cria ondas de choque que resultam em um estrondo sônico. Esses estrondos são mais do que apenas ruídos incômodos. Eles podem causar danos a edifícios, quebrar janelas e até mesmo perturbar a vida selvagem. Para evitar esses problemas, a Administração Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos impôs regras rígidas que restringem voos supersônicos sobre áreas terrestres.
Como resultado, os voos supersônicos comerciais são limitados a rotas sobre o oceano, onde os estrondos não afetam áreas habitadas. No entanto, com o sucesso do X-59, essa realidade pode mudar, permitindo que voos supersônicos operem livremente sobre terra, transformando o futuro da aviação.
Avião X-59 muda a avião com os voos supersônicos
A missão Quesst da NASA visa demonstrar a viabilidade de voos supersônicos silenciosos. A Lockheed Martin, parceira da NASA, revelou o design inovador do X-59 em janeiro de 2024. O avião possui uma fuselagem longa e estreita, um nariz alongado e asas projetadas para minimizar a fusão das ondas de choque, evitando o típico estrondo sônico.
Em vez do estrondo, o X-59 deverá produzir um som semelhante a um baque distante, comparado ao barulho de uma porta de carro batendo. Esse novo “baque sônico” tem o potencial de mudar as percepções e regulamentações sobre voos supersônicos.
Avião supersônico silencioso (Foto: NASA) |
Avanços tecnológicos da NASA
A NASA ainda está realizando testes rigorosos para garantir que o X-59 atinja seus objetivos. Esses testes são fundamentais para verificar a solidez estrutural da aeronave e como ela se comportará em voo. Walt Silva, cientista pesquisador sênior no Centro de Pesquisa Langley da NASA, explica: “Os testes nos dizem o quão estruturalmente sólida a aeronave é e que tipo de forças ela pode suportar quando estiver no ar”.
Os componentes principais da aeronave, como os flaps, lemes e ailerons, já passaram por testes intensos. Em 2022, os engenheiros realizaram um teste de prova, e este ano, instalaram e testaram o assento ejetável, uma medida crucial de segurança para os pilotos de teste.
Com 30 metros de comprimento e 9 metros de envergadura, o design do X-59 incorpora inovações tecnológicas que permitirão um voo supersônico silencioso. O nariz cônico do avião, responsável por quase um terço de seu comprimento, tem a função de quebrar as ondas de choque, evitando o estrondo sônico.
Outro aspecto inovador do X-59 é a ausência de uma janela frontal no cockpit. Em vez disso, os pilotos contarão com o sistema de visão externa (eXternal Vision System), que utiliza câmeras de alta resolução para transmitir imagens a um monitor 4K dentro do cockpit. Isso possibilita uma visão clara do exterior, mesmo sem a tradicional janela frontal.
Com o X-59, a NASA está prestes a redefinir a aviação supersônica. Se a missão Quesst alcançar seus objetivos, poderemos ver o surgimento de voos comerciais supersônicos sobre terra, que sejam rápidos e silenciosos. Isso não apenas revolucionaria o setor de aviação, mas também beneficiaria milhões de viajantes ao redor do mundo.
Via Lucas Carvalho (GPG)
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