Deixada de fora do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do plano de investimentos visando a Copa do Mundo de 2014, a construção da terceira pista do Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, poderá finalmente decolar com o chamado PAC 2.
Na manhã de ontem, o presidente da Infraero, estatal que administra os aeroportos, Murilo Marques Barboza, assinou um “Termo de Cooperação Técnica” com o governo do Paraná e com a prefeitura de São José dos Pinhais para a realização de estudos para a construção da nova pista. O documento, no entanto, não menciona prazos para o início das obras ou valores, ficando apenas no plano das intenções.
Estudos técnicos preliminares indicam que a obra para a construção da terceira pista no Afonso Pena demandaria investimentos de até R$ 300 milhões e demoraria entre três e cinco anos para ficar pronta. O projeto ampliaria a capacidade operacional do Afonso Pena de 14 para 28 aeronaves por hora.
De acordo com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que sobrevoou ontem a área para uma inspeção e participou da assinatura do protocolo, o documento recoloca a discussão sobre a terceira pista na agenda dos governos federal, estadual e municipal. O ministro afirma que até março vai propor a inclusão da obra na segunda edição do PAC. “Se for aprovada a inclusão e todos cumprirem a sua parte, o governo federal garante os recursos para a construção. Mas é preciso deixar claro que 15% da área ainda depende da desapropriação, além do estudo de impacto ambiental da obra”, pondera.
Demanda antiga
A construção da terceira pista é uma reivindicação que mobiliza o empresariado paranaense há mais de uma década. A Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) acredita que a obra pode trazer vantagens econômicas ao estado, com a transformação do aeroporto em “hub” regional, uma espécie de concentrador no atendimento aeroportuário de todos os estados do Sul do país.
Para tentar contribuir com o avanço da questão, a Fiep promoveu em maio de 2008 um encontro com empresários, parlamentares da bancada federal paranaense e o superintendente de planejamento e gestão da Infraero, Eduardo Xavier Ballarin. À época, ele admitiu que a obra consta no plano diretor da Infraero, mas considerou que ela poderia “esperar mais alguns anos”. “Curitiba tem o quinto aeroporto de um total de 67 no país. Existem outros que exigem investimentos mais urgentes por questões estratégicas e econômicas”, disse Ballarin na ocasião.
Em novembro de 2009, o superintendente do Afonso Pena, Antonio Pallu, considerou que não há demanda para uma obra do porte da construção da terceira pista. “Os estudos que temos indicam que a pista atual ainda tem capacidade para o nível de operações.”
O terminal, projetado para atender 3,5 milhões de passageiros ao ano, opera atualmente com um fluxo de passageiros 40% acima de sua capacidade. A execução completa do plano de investimento para a modernização do Afonso Pena para a Copa de 2014 deve investir R$ 70 milhões na modernização e ampliação do terminal de passageiros e reforma do pátio de aeronaves.
Obra depende da desapropriação de 15% da área
Fonte: Alexandre Costa Nascimento (Gazeta do Povo) - Foto: Infraero
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